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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Após denúncia do MPF em Alagoas, padre alemão é afastado por pedofilia na internet


Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió

Atualizada às 19h31

Menos de um mês após denúncias que resultaram no afastamento de dois padres e dois monsenhores, um novo caso de pedofilia envolvendo autoridade religiosa veio à tona no agreste de Alagoas. Nesta quinta-feira (8), o MPF (Ministério Público Federal) denunciou um padre alemão do município de Craíbas, a 160 km de Maceió, por pedofilia na internet. No final da tarde, a diocese de Penedo, responsável pela cidade, informou que o padre foi afastado e vai responder a processo canônico.

Benedikt Lennartz, 41, era investigado desde 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Turko, que cumpriu mandados de busca e apreensão, no dia 18 de maio daquele ano, em 20 Estados e no Distrito Federal.

As investigações do padre alemão tiveram início após a PF receber uma denúncia de que imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes estavam sendo publicadas no site de relacionamento Orkut. Com o perfil do usuário definido, a PF começou a rastrear os passos virtuais do suspeito.

Segundo a PF, o padre utilizaria um perfil como se fosse um adolescente de 14 anos em busca de garotos. As investigações apontaram que o endereço de onde era acessado o perfil na internet era sempre o da casa do pároco. Na casa, foi apreendido o computador pessoal do padre com cerca de 1.300 fotos com cenas de sexo explícito ou pornografia com jovens – a maioria de crianças e adolescentes do sexo masculino.

As investigações apontaram também que ele navegava em pelo menos 10 sites de pornografia infantil estrangeiros. Em um deles, ele teria uma conta paga para manter acesso frequente. Para o procurador da República Samir Cabus Nachef Junior, autor da denúncia contra o padre, “está clara a internacionalidade da conduta delituosa”. O caso será analisado pela 8ª Vara Federal de Arapiraca.

Se condenado, o padre pode pegar até quatro anos de reclusão, além de pagar multa, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente. O crime de pedofilia pela internet também é previsto em convenção internacional.

Denúncias em Alagoas
Esse é o segundo caso de denúncia de pedofilia envolvendo padres em Alagoas. No mês passado, dois monsenhores e dois padres foram afastados pela Igreja Católica por suspeita de abuso sexual contra ex-coroinhas (crianças e adolescentes) no município de Arapiraca, a 140 km de Maceió. Coincidentemente, a cidade fica a 20 km de Craíbas, onde o padre alemão morava.

Nesta terça-feira (5), em nota oficial, a Diocese de Penedo se disse “triste e humilhada” com as denúncias de pedofilia e anunciou que a “suspensão total das ordens sagradas” do monsenhor Luiz Barbosa, flagrado em vídeo praticando sexo com um jovem. Outros três párocos foram afastados preventivamente e respondem a processos canônicos. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia, do Senado Federal, vai até Arapiraca para ouvir os depoimentos dos padres acusados, vítimas e delegadas que investigam o caso.











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