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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Crianças passam por 34 horas de agonia

O acidente de carro em Minas Gerais foi na madrugada de segunda-feira, mas só nesta terça o socorro chegou. Um casal morreu na hora e duas meninas sobreviveram


Duas crianças, de oito e de 12 anos, passaram 34 horas de agonia depois de um acidente de carro, em Minas Gerais. Veja na reportagem de Ricardo Soares.

O carro em que a família viajava foi encontrado nesta terça. Parentes passaram dois dias de desespero. “Na segunda-feira, eles não tinham chegado, eu liguei para ele, mas ele não retornou, nós estranhamos”, contou Alexandre Torres, irmão do motorista.


O acidente foi na madrugada de segunda-feira. Os quatro voltavam de uma festa em Jaboticatubas para Belo Horizonte. Numa curva fechada, o motorista perdeu o controle do carro, invadiu a contramão e caiu à esquerda, num barranco de 80 metros de altura.


Randal Silveira Torres e a mulher dele, Eliamara Régis Almeida, morreram no local. A filha do casal, de 12 anos, ficou com a mão presa nas ferragens. A prima dela, de oito anos, conseguiu sair do carro e escalar o barranco, mas retornou várias vezes ao veículo, porque ninguém parou para ajudar.


Só nesta terça, 34 horas depois do acidente, um homem atendeu ao chamado da menina e avisou a polícia. As duas sobreviventes estão internadas no hospital. A mais velha corre o risco de ter a mão esquerda amputada.


“Ela passou fome, passou sede, passou frio. Um socorro imediato, com certeza, evitaria muitas complicações que ainda podem acontecer”, afirmou a pediatra Heloísa Marcolino.


Para a família, Randal perdeu o controle do carro porque estaria tentando escapar de um assalto. “Minha sobrinha tinha falado que era um assalto, meu irmão falou que era um assalto, vamos correr, vamos correr, vamos fugir. Coisa muito triste, porque são dois jovens que gostavam muito um do outro e deixaram uma filha para ser cuidada”, finalizou Alexandre Torres.

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