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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

IMPRENSA levanta casos de agressão a jornalistas; sindicatos comentam



Luiz Gustavo Pacete | 25/08/2011 16:37
Considerando as mortes e os casos de agressão a jornalistas brasileiros no primeiro semestre, o Portal IMPRENSA ouviu sindicatos de jornalistas de alguns estados para entender o que acontece localmente. A reportagem identificou que, na opinião dos sindicatos entre vários tipos de cerceamento à liberdade de imprensa, a pior situação não é prioritariamente a agressão física, mas sim a concentração de veículos de comunicação na mão de políticos.

Gilvan Costa, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Roraima, aponta que apesar de não ter registrado nos primeiros seis meses de 2011 agressões físicas a jornalistas, a situação na região fica tensa em ano de eleição. "As agressões ocorrem mais em anos eleitorais. O que nos preocupa diariamente é o fato de quase a totalidade dos veículos de comunicação (exceção da TV Roraima - Globo - e TV Universitária - TV Brasil) pertencerem a políticos ou grupos ligados a eles, o que acaba, de uma certa forma, amarrando as mãos dos profissionais, que têm de seguir a "cartilha" dos patrões", conta.

Divulgação
Gilvan Costa
No Estado do Amazonas, César Wanderley, presidente do sindicato, também reclama dos políticos, principalmente da hostilidade: "Não é raro autoridades dos poderes públicos reagirem grosseira, arrogante, truculenta e ameaçadoramente à matérias que os põem no centro ou na periferia que seja de algum escândalo ou mesmo quando eles não questionados por decisões e encaminhamentos que afetam, de maneira negativa, a vida da cidade e de sua população". Wanderley reforça que constantemente o poder político da região tenta implementar procedimentos internos para dificultar o acesso da imprensa.

George Washington Silva, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, cita o alto número de processos em andamento no estado: "Sabemos que correm ao menos meia-dúzia deles na Justiça, alguns que já se arrastam há algum tempo. Sobre o atual momento da liberdade de expressão em Sergipe, mantém-se a velha lógica de que sobre tudo pode-se falar, desde que não mexa demais com os interesses do governo do Estado (principal financiador da imprensa local, com suas publicidades oficiais) ou com grandes anunciantes". Silva lembra também que criticar os políticos locais não é tarefa das mais fáceis, já que a maioria possui ou tem ligação com os meios de comunicação, concentrados nas mãos de poucas famílias. "Portanto, diria que é mais fácil falar em 'liberdade de empresa'", ironiza.

Já no Rio de Janeiro, a situação realmente é mais complicada no que diz respeito à violência. "Infelizmente pelo tipo de cobertura feito em nosso estado vemos diariamente repórteres se arriscando. Os jornalistas muitas vezes vão um pouco além para poder dar matérias exclusivas e isso acaba gerando grandes riscos", afirma Suzana Blass, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro que desde a época da morte do jornalista Tim Lopes tenta dialogar com as empresas jornalísticas para implantar um seguro de vida para os profissionais de imprensa.
Divulgação
George Washington

Desde o assassinato do jornalista Auro Ida em Cuiabá (MT), o Sindicato do Mato Grosso se esforça para que o caso seja investigado com cuidado. "O jornalismo de Mato Grosso está de luto e, por isso, o Sindjor manifesta apoio à família de Auro Ida e pede investigação rigorosa às autoridades competentes para que esse crime seja esclarecido", disse a entidade em nota.

Apesar da situação de processos também no estado de São Paulo, o Sindicato paulista tem se manifestado constantemente em função das precariedades de trabalho impostas pelas empresas jornalísticas. Em julho, por exemplo, a entidade repudiou a demissão de repórteres da Folha Metropolitana e do Metrô News após o jornalista ter denunciado nepotismo na Secretaria do Estado de Energia. "Um veículo de comunicação não pode submeter sua independência editorial às "vontades ou conveniências" políticas de quem quer que seja", aponta o sindicato que destaca que a demissão do jornalista foi pedida deputado Carlos Roberto (PSDB).




Mapa da Intolerância

O Portal IMPRENSA levantou alguns casos de agressões e processos contra jornalistas pelo país no primeiro semestre de 2011:

Janeiro


Fevereiro



Março




Abril


Maio




Junho







Julho



















LAST

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