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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Leite vai subir até 15%


Autor(es): Jorge Freitas
Correio Braziliense - 20/07/2011

Entressafra faz aumentar o preço do produto e de seus derivados. O litro passa dos R$ 2 em Brasília

Um aumento de 10% a 15% no preço do leite vai pesar no bolso dos consumidores a partir do mês que vem. O salto ocorrerá por conta do encarecimento do custo de produção, além da entressafra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Os estados do Rio Grande de Sul, de Santa Catarina e do Paraná — apesar do forte impacto do frio e até de geadas — deverão abastecer o restante do país. Com isso, gastos com transporte, mão de obra e refrigeração vão elevar o preço do produto.

Os compradores já começaram a notar que o leite está mais caro. “Em casa, consumimos cerca de um litro por dia. Não podemos deixar de comprar, mas está muito salgado”, reclamou a psicóloga Luciana da Silva Monton, 39 anos. Os derivados não ficam atrás. Por causa do preço, a secretária Martha Araújo, 33, diminuiu a quantidade de queijo que leva para casa: “E ainda procuro comprar da marca mais barata”.

O diretor da Associação dos Supermercados de Brasília (Asbra), Angelo de Oliveira, confirma a tendência. “O produto vem subindo e vai subir ainda mais, já que os mercados venderam os estoques e, na semana que vem, estarão desabastecidos”, alertou. A diferença do produto vendido na cidade e no campo é gritante. O litro do leite no interior custa, em média, R$ 0,90, empatando com os custos de produção atuais, enquanto nos supermercados de Brasília, por exemplo, já passa dos R$ 2.

Sem controle
O diretor técnico do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul, Darlan Palharini, disse que o aumento dos preços ao atacado será em torno de 10%, mas observou que a indústria não tem controle sobre os valores cobrados pelo varejo. “Sabemos que hoje o comércio funciona on-line e, por isso, deverá repassar parte desse reposicionamento de custos ao consumidor” afirmou.

A economista Ignez Lopes, da Fundação Getulio Vargas, disse que as cotações elevadas do milho e da soja no mercado internacional impactam fortemente na alimentação das vacas leiteiras. “Os custos de produção estão pressionando muito, incluindo a alta verificada no etanol e na gasolina, que aumenta os custos de transporte do leite”, destacou.







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