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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Assaltos e medo nos trilhos de São Paulo


  • 20 de julho de 2011 |
  • 0h54 |

ELVIS PEREIRA

O publicitário Guilherme Almeida, de 23 anos, esperava o trem na Estação Jabaquara do Metrô, no dia 10, quando um homem dizendo estar armado se aproximou e exigiu o celular dele. O ladrão tomou o aparelho e fugiu. Como ele, outros passageiros têm sido assaltados nos trens da capital. Entre janeiro e maio, a polícia registrou 106 roubos nas linhas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), uma média de cinco por semana.

Os crimes na rede metroferroviária se concentram nos acessos e corredores das estações – não há um ponto de maior incidência nem horário específico. Também não há notícia de casos dentro dos vagões. Afirmando estarem armados, os assaltantes, sozinhos ou em grupo, ameaçam as vítimas e pedem celular, dinheiro e carteira. Depois fogem.

De acordo com um policial ouvido pela reportagem, são raríssimos os casos em que se confirmou que os ladrões de fato portavam uma arma de fogo. Na maioria das vezes, o criminoso diz estar armado, mas não chega a exibi-la. Mesmo assim, policiais recomendam às vítimas que não reajam.

Segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública, houve 18 assaltos em janeiro, 28 em fevereiro, 20 em março, 24 em abril e 16 em maio. Seis desses roubos foram cometidos em farmácias de estações. Os demais são ataques a passageiros dos sistemas. Vinte e dois adultos foram presos e 8 adolescentes, apreendidos.

Para a polícia, o número é baixo, considerando que milhões de pessoas circulam diariamente pelas cinco linhas do Metrô e seis da CPTM. Não é possível comparar os dados com igual período do ano passado, pois, à época, o governo do Estado divulgava o número geral da cidade, e não por delegacia, como é hoje. Além disso, a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), criada especialmente para responder pelo Metrô, tornou-se responsável pelos crimes nas estações da CPTM na capital em agosto de 2010.

“Não é um número desprezível, mas, se comparamos com o volume de circulação de pessoas, é um porcentual minúsculo”, observou o coronel da reserva da Polícia Militar José Vicente da Silva, ex-secretário Nacional de Segurança Pública. Apesar dos casos, o Metrô, na avaliação dele, é um ambiente seguro.

O consultor em segurança Felipe Gonçalves da Silva afirma que o passageiro pode tentar se proteger ficando perto das áreas onde há maior concentração de pessoas nas plataforma. “É difícil identificar alguém em atitude suspeita, mas, se desconfiar e se sentir ameaçado, procure o segurança”, aconselhou.

Furtos
Nos primeiros cinco meses do ano, as linhas de Metrô e da CPTM também registraram 1.395 furtos, 118 casos de lesão corporal dolosa (quando há intenção), 1 estupro e 2 homicídios. As mortes aconteceram entre janeiro e fevereiro. No primeiro caso, o marido jogou, intencionalmente, a mulher na linha do Metrô, no centro. No outro, dois homens se encontram e discutiram por uma rixa antiga numa plataforma da CPTM, na zona leste. Um deles sacou uma faca e matou o outro.

Proteja-se

Se a plataforma estiver vazia, procure permanecer próximo à área onde há vigilância

Nos horários em que as estações estão abrindo ou fechando, quando há menos pessoas, redobre a atenção

Se notar que está sendo observado dentro do vagão, saia e espere outro trem. Caso esteja sendo seguido, procure um segurança








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