RIO - Como nas listas apreendidas em 1994 na "fortaleza" do bicheiro Castor de Andrade , as planilhas de gastos encontradas pela Polícia Federal, em 2006, num pen drive do contraventor Rogério Andrade revelam que ex-integrantes do alto escalão do governo do estado teriam sido beneficiados com o pagamento de propinas, de acordo com reportagem do jornal "O Globo".
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A lista virtual aponta mensalões para possíveis autoridades, como os R$ 10,2 milhões pagos de 2003 a 2006 a uma mulher identificada como "Madame". Segundo relatório da Operação Segurança Pública S/A, onde consta a análise da contabilidade encontrada no pen drive do contraventor, esse nome seria uma "possível referência à ex-governadora Rosinha Garotinho", que ficou à frente do governo de 2003 a 2006. O período coincide com o da retirada dos valores, que variam de R$ 300 mil a R$ 340 mil. Apesar de delegados da PF acreditarem que haja fortes indícios contra a ex-governadora, o Ministério Público Federal decidiu não denunciá-la, por entender que são apenas ilações.
Ainda de acordo com o relatório do setor de inteligência policial da Polícia Federal, há suspeitas de que os codinomes Príncipe e Cardeal, usados pela organização criminosa de Rogério em sua contabilidade, seriam do ex-governador Anthony Garotinho e do ex-chefe de Polícia Civil e deputado estadual Álvaro Lins. O primeiro teria recebido R$ 626.950 só no ano de 2004, conforme demostra a lista intitulada "Relação levados". Já o segundo teria recebido R$ 157.984 no mesmo ano. As propinas não teriam parado por aí. Nas listas identificadas como "Levados BNG", que compreendem o período entre janeiro de 2005 e agosto de 2006, os dois codinomes teriam recebido, respectivamente, R$ 957 mil e R$ 215 mil.
A Policia Federal acredita que as altas somas das propinas teriam como objetivo parar a repressão às atividades ilícitas da quadrilha de Rogério e, em contrapartida, ajudar em campanhas políticas. As informações do pen drive implicam os acusados em crimes como corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e facilitação do contrabando de peças para máquinas caça-níqueis.
O pen drive com a contabilidade do grupo foi apreendido com o soldado da PM reformado Roland de Holanda Cavalcante, preso em companhia de Rogério em setembro de 2006. Só nos últimos meses, no entanto, foi produzido um relatório sobre as movimentações.
Os negócios da quadrilha do contraventor Rogério Costa de Andrade Silva movimentam cifras milionárias. No período de dezembro de 2003 a agosto 2006, ele teria recebido mais de R$ 10 milhões. De acordo com as planilhas do pen drive do bicheiro, que constam do relatório da Operação Segurança Pública S/A, da Polícia Federal, as "empresas" de Rogério são: o Bingo Intendente Magalhães, em Campinho, e centenas de pontos de jogo de bicho na Barra da Tijuca, na Abolição, no Estácio e em Itajubá (Minhas Gerais). As planilhas revelam que o bingo é o mais rentável dos negócios do bicheiro.
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