Plantão | Publicada em 22/05/2011 às 22h15m
Patrícia DuarteBRASÍLIA - Um barco com 92 pessoas, além da tripulação, afundou neste domingo no lago Paranoá, em Brasília (DF), por volta das 21h. De acordo com o Corpo de Bombeiros, até o momento, 40 pessoas haviam sido resgatadas, mas os trabalhos de salvamento continuavam. Ainda não há notícias sobre vítimas, mas as pessoas já resgatadas estão sendo encaminhadas para hospitais da região.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, o barco era usado para a realização de festas e os motivos do acidente serão identificados somente após uma perícia. A equipe de resgate está baseada na sede do clube da Associação dos Sevidores da Câmara dos Deputados (Ascade).
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Lago Paranoá
Lago Paranoá | |
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Localização | Brasília |
Tipo | Lago artificial |
Área da superfície | 48 km² |
Afluentes | Ribeirão do Torto, Ribeirão do Gama, Ribeirão Riacho Fundo, Ribeirão Bananal |
Profundidade média | 12 m |
Profundidade máxima | 38 m |
Bacia hidrográfica | Bacia do Paranoá |
Perímetro1 | 80 km |
Ilhas | Ilha do Paranoá Ilha do Retiro Ilha dos Clubes |
País(es) | Brasil |
1 a medição do perímetro do lago é imprecisa devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizada |
O Lago Paranoá é um lago artificial de Brasília, no Distrito Federal brasileiro. Foi concebido em 1894 pela Missão Cruls [1] e concretizado com a construção da cidade, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek.
O lago é formado pelas águas represadas do rio Paranoá, e tem 48 quilômetros quadrados de extensão, profundidade máxima de 38 metros e cerca de 80 quilômetros de perímetro, com algumas praias artificiais, como a "Prainha" e o "Piscinão do Lago Norte". Localizado em Brasília, foi criado com o objetivo de aumentar a umidade em suas proximidades. Ao redor do lago há vários bares e restaurantes. Os bairros Lago Sul e Lago Norte derivam seus nomes do lago. Cada uma ocupa uma das duas penínsulas.
Índice[esconder] |
[editar] Barragem
Com o represamento do rio Paranoá em 12 de setembro de 1959, originou-se a usina que supria o Distrito Federal, mas que atualmente representa apenas 2,5% de seu consumo energético.
[editar] História
No resumo do relatório da comissão de estudos da Nova Capital, apresentado por Luís Cruls, em 1896, o mesmo transcreve trecho de sub-relatório feito pelo botânico Dr. Glaziou: "...Entre os dois grandes chapadões, conhecidos pelos nomes Gama e Paranoá, existe imensa planície sujeita a ser coberta pelas águas da estação chuvosa; outrora era um lago devido à junção de diferentes cursos d'água formando o rio Paranoá; o excedente desse lago, atravessando uma depressão do chapadão, acabou com o carrear dos saibros e mesmo das pedras grossas por abrir nesse ponto uma brecha funda, de paredes quase verticais, pela qual se precipitam hoje todas as águas dessas alturas. É fácil compreender que, fechando essa brecha com uma obra de arte (dique ou tapagem provida de chapeletas e cujo comprimento não exceda 500 a 600 metros, nem a elevação de 20 a 25 metros) forçosamente a água tornará ao seu lugar primitivo e formará um lago navegável em todos os sentidos, num comprimento de 20 a 25 quilômetros sobre uma largura de 16 a 18".[2]
[editar] Fauna em suas margens
Uma das aves mais comuns do lago é o biguá. São também encontrados garças, águias-pescadoras, matracas, marrecas-pé-vermelho e marrecas-irerê. Entre mamíferos há a presença de lontras, capivaras, cuícas-d'água, ratos-d’água, micos-estrela, gambás-de-orelha-branca e ratos-do-campo.
Há também o jacaretinga, uma espécie nativa do lago que prefere as águas mais rasas e com mais vegetação e que não costuma atacar humanos.
[editar] Pesca
Desde o ano 2000 a pesca é permitida e incentivada no lago após sua despoluição,[3] onde são extraídos em sua maioria tilápias, espécie não nativa, assim como o tucunaré e a carpa, esta última introduzida especialmente como limpeza contra as algas. As espécies nativas são cará, lambari e traíra.
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O Distrito Federal possui mais de 11 mil embarcações registradas, sendo a terceira maior frota náutica do país, entretanto, não há em toda a orla do lago qualquer píer ou marina públicos.
São praticados no lago vários esportes náuticos como canoagem, iatismo, esqui aquático e até mergulho. Ali é realizada desde 1994 a 'Regata JK', disputa com mais de 200 embarcações.[4]
Referências
- ↑ Luís Cruls. Planalto Central do Brasil: Coleção Documentos Brasileiros (em português). 3 ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1957. 333 p.
- ↑ Planalto Central do Brasil-Coleção Documentos Brasileiros-Livraria José Olympio Editora-1957, página 331
- ↑ Jornal Alô Brasília, 25/10/2009
- ↑ [Nosso Lago, por Isabel Vilela, Correio Braziliense, 20/3/2010]
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21/04/2010 21h35 - Atualizado em 21/04/2010 21h39
Lugar onde hoje é o Lago Paranoá foi uma vila na construção de Brasília
Casas dos operários foram submersas com a chegada da água.
Repórter do JN mergulhou até o local onde ficava a Vila Amaury.
O Lago Paranoá em Brasília esconde segredos e tesouros. Olhando o espelho d’água de 38 quilômetros quadrados não se pode imaginar o que tem no fundo. Para contar essa história, é preciso voltar na época da construção de Brasília. Pouco mais de 50 anos atrás.
Veja ao lado reportagem feita para o Jornal Nacional
Veja o site do Jornal Nacional
Em 1959, os operários que trabalhavam na obra do Congresso Nacional e dos Ministérios moravam em uma vila chamada Vila Amaury, nome de um dos engenheiros envolvidos na aventura da construção da nova capital. Era uma vila “dormitório” onde 16 mil pessoas tinham apenas o domingo para descansar da rotina pesada nos prédios que eram erguidos freneticamente dia e noite.
Mas o vilarejo era provisório. Os moradores foram avisados pelos engenheiros que a vila acabaria - seria inundada quando fosse formado o Lago Paranoá. A represa no Rio Paranoá seria inaugurada em breve. E a água chegaria com o tempo.
Luiz Rufino Freitas era morador da Vila Amaury. “Era o lugar da “peãozada”, relembra. “Tinha uma rua comprida, comércio e bares e, nos fins de semana, serviço de auto-falante pra pedir música”, diz, saudoso. Hoje, com 70 anos, Seu Luizinho, como é conhecido, conta que veio de longe, atraído pela promessa de trabalho e dinheiro farto.
Tinha 19 anos, assim como grande parte dos pioneiros: “Peguei um pau de arara em Piancó, na Paraíba e vim parar aqui. Tô até hoje”. Ele lembra do dia em que as casas foram submersas:“ A vila não desocupou. A água foi subindo e aqueles que viam a água chegando perto da casa, iam embora. Levavam o que queriam levar.”
mergulho no Lago Paranoá
(Foto: Francisco Almeida/TV Globo Brasília)
Não há documentação sobre o tempo em que os pioneiros moravam no que hoje é só água. Mas a vila submersa continua alimentando a curiosidade de alguns moradores de Brasília.
É o caso do mergulhador Ricardo Santos: “a gente sempre vem aqui. Voltar ao passado na construção de Brasília”. Apaixonado pelo Paranoá, ele guarda em casa objetos que achou no fundo do lago, onde ficava a vila. Vidros, panelas, pratos, xícaras e restos de construção da época.
A repórter do Jornal Nacional Claudia Bomtempo mergulhou menos de 10 metros para encontrar a primeira parede que tombou com o tempo. Os tijolos estavam intactos. Foi possível identificar o piso das casas, as antigas tubulações. Uma vasilha de metal enferrujada, restos de um sapato, vidros que nos levam para o passado. Uma vila inteira, submersa onde hoje fica o Lago Paranoá.
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