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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

#Dilma sobre relação de denúncias com campanha:


'Eu repudio isso', diz

Escolha de Erenice para sucedê-la seguiu critério definido por Lula, afirmou.
Candidata esteve em Salvador nesta terça, onde gravou programa político.

Da Agência Estado


Dilma concedeu entrevista em Salvador nesta terçaDilma concedeu entrevista em Salvador nesta terça
(Foto: Lúcio Távora/Agência A Tarde/AE)

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a defender uma investigação sobre as denúncias contra a sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra.

Minutos antes de gravar para o seu programa do horário político, no final da tarde desta terça-feira (21), em Salvador, Dilma disse que "repudia" qualquer tentativa de associar as denúncias envolvendo Erenice e seus familiares à sua campanha.

"Eu sou a favor de que se apure com rigor todas as acusações, mas é preciso ter cuidado com acusações levianas, não só contra instituições, mas também contra pessoas", disse a candidata. "A acusação a respeito da relação da minha campanha com qualquer evento desses não só é leviana, como é infundada. Eu repudio isso", declarou.

Dilma disse que a responsabilidade sobre a indicação de Erenice para o comando da Casa Civil, por ocasião da sua saída do cargo, seguiu critério estabelecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de promover os secretários executivos de cada pasta para substituir os ministros que deixaram os cargos. "Foi algo generalizado", disse.

Dilma declarou ainda que sua campanha teria sido prejudicada, pois foi acusada por três meses de ser a responsável pelo vazamento de dados sigilosos da Receita Federal. "Antes de as pessoas acusarem e procurarem denegrir a imagem de quem quer que seja, os fatos têm que ser apurados", voltou a contestar.

Pôr do sol

A equipe responsável pelo programa da candidata petista escolheu o fim de tarde no Farol da Barra, na capital baiana, para gravar parte do seu último programa eleitoral. Conforme a petista, a escolha deve-se ao fato de a Bahia representar o "início" do Brasil. Logo em seguida, ela retornou a Brasília

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Eu repilo

Luciano Pires

Se eu tivesse que escolher a “palavra do ano” de 2005, apesar da tentação de apontar “mensalão” ou “excelência”, optaria por um verbo conjugado na primeira pessoa do presente do indicativo: REPILO.
Repetido mais de uma vez por José Dirceu, enquanto ele se debatia para escapar à cassação, o “eu repilo” transformou-se numa daquelas afirmações mágicas, que tentam transformar a realidade. Enquanto toda a sociedade brasileira repelia as práticas obscuras do PT, era o grande líder quem repelia as acusações. Muita gente estranhou. Não estamos acostumados a repelir quando se trata de política no Brasil. Pois prestarei neste momento um serviço à cultura nacional, registrando a “ficha técnica” do verbo “repelir”, que quer dizer: fazer retroceder; impelir para longe; rechaçar; expulsar; defender-se de; rebater; afastar, desviar, fazer arredar, não acolher; não permitir a aproximação de; não admitir; rejeitar; não tolerar; ter aversão a...
O “repilo” soou estranho. Alguns acham que “repelir” é defectivo, verbo que não apresenta uso completo de suas flexões, como “abolir”, por exemplo. “Abolir” não se usa na primeira pessoa do singular do presente do indicativo (seria eu “abolo”? “Abulo”??), por isso é verbo defectivo. Mas o “repilo”, embora raro na linguagem oral, tem registros na escrita, especialmente a mais culta. No Infinitivo é “repelir”. No Gerúndio, “repelindo”. E o Particípio é “repelido”.
Conjugado no Presente do Indicativo será: eu repilo, tu repeles, ele repele, nós repelimos, vós repelis, eles repelem. No Futuro do Pretérito do Indicativo: eu repeliria, tu repelirias, ele repeliria, nós repeliríamos, vós repeliríeis, eles repeliriam. No Futuro do Presente do Indicativo: eu repelirei, tu repelirás, ele repelirá, nós repeliremos, vós repelireis, eles repelirão. No Imperfeito do Subjuntivo: se eu repelisse, se tu repelisses, se ele repelisse, se nós repelíssemos, se vós repelísseis, se eles repelissem. No Futuro do Subjuntivo: quando eu repelir, quando tu repelires, quando ele repelir, quando nós repelirmos, quando vós repelirdes, quando eles repelirem. No Infinitivo Pessoal: por repelir eu, por repelires tu, por repelir ele, por repelirmos nós, por repelirdes vós, por repelirem eles.
Aprendeu? Muito bem.
Agora que você sabe como conjugar o verbo “repelir” no presente e no futuro, bote em prática.
Quando ligar a televisão e suspeitar que estão te tratando como um imbecil, repila.
Quando ouvir o horário eleitoral e achar que estão te pungueando, repila.
Quando for cliente e entender que estão te maltratando, repila.
Quando seu interlocutor for um idiota, repila.
Quando sentir que seus valores morais estão sendo vilipendiados, repila.
Quando encontrar um pocotó, repila.
Imagine por um segundo as conseqüências da afirmação “se nós repelíssemos”, transformada em ação... Repelir é nossa arma. Repelir é nossa escolha. Quando todos os brasileiros começarem a usar o “eu repilo”, talvez tenhamos um futuro digno para este País.
Feliz 2006.
Se for para ser igual a 2005, eu repilo.



http://www.diarioon.com.br/arquivo/4320/lazer/lazer-14712.htm



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