O menino ficou cinco dias internado na UTI. Os cirurgiões cadíacos do estado deixaram de atender pelo SUS por causa do valor pago pelas cirurgias.
Um bebê de 20 dias morreu enquanto esperava por uma operação no coração, em um hospital de Goiás. Os cirurgiões cardíacos do estado deixaram de atender pelo SUS por causa do valor pago pelas cirurgias.
Bruno passou cinco dias na UTI do hospital. Precisava de uma operação de emergência. Outras crianças que aguardam cirurgia têm sido encaminhadas para outros estados.
Um dia após o presidente dos Correios, David José de Matos, anunciar a manutenção dos contratos - que somam R$ 60 milhões - da estatal com a empresa Master Top Airlines (MTA), o ministro Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) disse ontem que um deles foi feito sem licitação e pode ser suspenso. A MTA foi pivô da crise que derrubou Erenice Guerra da Casa Civil.
O contrato analisado por auditores da CGU foi assinado em maio deste ano, no valor de R$ 19,6 milhões, para o transporte aéreo de cargas em seis trechos diferentes. Outros três contratos dos Correios com a MTA tratam do transporte de cargas entre São Paulo e as cidades de Recife, Salvador e Manaus. Parte deles só perderá a vigência em julho de 2011.
Anteontem, depois da demissão do coronel Eduardo Artur Silva da diretoria de Operações dos Correios, David Matos anunciou que todos os contratos seriam mantidos porque haviam sido feitos por meio de pregão eletrônico - informação contestada pela CGU.
Matos também foi indicado em julho pela ex-ministra da Casa Civil. O coronel, subordinado a ele, era ligado à MTA, que se preparava para se transformar em transportadora oficial de cargas da estatal.
Irregularidades no transporte de cargas foram detectadas em várias auditorias feitas nos Correios desde 2005, quando a empresa foi pivô do escândalo do mensalão, depois de um flagrante de pagamento de propina.
Contingência. Outro foco de atenção da CGU é o plano de contingência da estatal preparado para 10 de novembro, quando terminam os contratos com os franqueados da estatal. Esse plano tem custo estimado em R$ 426 milhões.
"A ECT tem sido foco de preocupação da CGU desde a crise de 2005. Um dos motivos que levaram a essa preocupação especial é inclusive o volume de recursos que a empresa movimenta", observou o ministro Jorge Hage ao Estado. Os Correios têm orçamento de mais de R$ 12 bilhões por ano, R$ 7 bilhões destinados a compra de bens e serviços.
Balanço da CGU mostra que, desde o escândalo do mensalão, foram abertos 130 processos, dos quais 50 ainda não foram concluídos.
Dirigentes da estatal, indicados por aliados do PMDB e do PTB, estão entre os 18 demitidos ou afastados dos cargos, como resultado de auditorias e duas operações da Polícia Federal.
PARA LEMBRAR
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra entregou nesta terça-feira carta de renúncia de suas funções como conselheira de administração do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Eletrobras e de sua subsidiária Chesf.
Erenice recebia R$ 5,1 mil a cada três meses para fazer parte do conselho do BNDES e R$ 3,8 mil para participar de reuniões mensais da Eletrobras e da Chesf.
Erenice deixou o governo na semana passada após reportagem publicada pela Folha na qual sócios da empresa EDRB, de Campinas (SP), acusam seu filho Israel e um assessor de pedir R$ 240 mil mais 5% de comissão para agilizar a liberação de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A revista "Veja" também trouxe reportagem que aponta que o filho da ministra e a empresa Capital Assessoria e Consultoria Empresarial, à qual é ligado, fizeram lobby para ajudar a MTA a obter a renovação de uma concessão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A Eletrobras confirmou por meio de nota que a ex-ministra renunciou aos mandatos nos conselhos de administração da holding e de sua subsidiária Chesf. Mas o BNDES ainda não tinha notícias sobre a carta de renúncia no início da noite.
O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, presidente do conselho de administração do banco, está fora do país e não teria recebido o documento. Sem isso, não seria possível dar andamento ao processo administrativo de saída de Erenice.
Mesmo se a ex-ministra não tivesse a iniciativa de renunciar, já havia no governo a decisão de exonerá-la dos cargos nos conselhos das estatais. O caso é o oposto do que aconteceu com o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que saiu da pasta em 2007 mas se manteve no conselho de administração da Petrobras.
No caso de Erenice, porém, a avaliação no Planalto é que sua manutenção recebendo dinheiro de estatais após denúncias na imprensa de um esquema de tráfico de influência no governo com a participação de seu filho, Israel Guerra, poderia contaminar a campanha de Dilma à Presidência.
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