MIGUEL PEREIRA
da Reuters, em Funchal
Chegou hoje a 32 o total de pessoas desaparecidas após as inundações na Ilha da Madeira, segundo autoridades. O número é superior à estimativa anterior, que era de quatro, e pode indicar que os mortos, atualmente em 42, também irão aumentar. Trata-se do pior desastre natural sofrido por Portugal em décadas.
Armando Franca/AP |
Policial observa carro coberto por pedras após inundações em Funchal, Ilha da Madeira |
"O número de desaparecidos cresceu porque, com o restabelecimento das comunicações, as pessoas começaram a dar informações sobre parentes desaparecidos", explicou a jornalistas o vice-presidente do governo semiautônomo de Madeira, João Cunha e Silva.
Ele também confirmou a morte de 42 pessoas e disse que 370 ficaram desabrigadas na ilha, que recebe milhares de turistas por ano.
Os funcionários dos serviços de resgate retiravam os escombros para encontrar sobreviventes e limpar a área depois das chuvas torrenciais que no sábado transformaram córregos em rios, que varreram a capital da ilha, virando carros, destruindo casas e bloqueando estradas.
Os esforços se concentraram, em princípio, na capital Funchal, mas conforme as estradas foram sendo reabertas, ficou evidente que as inundações também afetaram os povoados do interior da ilha montanhosa. O governo de Portugal prometeu enviar rapidamente ajuda econômica a Madeira.
"Em nível nacional e em nível da União Europeia [UE] colocaremos em prática toda a ajuda necessária", afirmou a jornalistas o ministro do Interior, Rui Pereira, depois de uma reunião especial do gabinete que declarou três dias de luto.
Um britânico morreu no desastre, que registrou a pior perda de vidas no país desde que uma ponte caiu sobre o Rio Douro e deixou 59 mortos, em 2001.
O jogador de futebol do Real Madrid Cristiano Ronaldo, o filho mais famoso da ilha, disse que jogará uma partida beneficente para Madeira organizada pelo campeão português, o Porto.
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