O balanço mais recente do Governo regional da Madeira dá conta de 42 vítimas mortais do temporal encontradas nas últimas 24 horas, mas a Câmara Municipal do Funchal recolheu mais seis corpos hoje, um dos quais foi visto pela repórter do DN.
Num balanço feito hoje ao final da manhã, a secretária Regional do Turismo da Madeira, Conceição Estudante, anunciou que o Governo regional mantém o balanço de 42 vítimas mortais na sequência do forte temporal que assolou a ilha no sábado.
Entretanto, o presidente da Câmara Municipal do Funchal anunciou que durante o dia de hoje foram descobertos mais seis corpos no concelho - sobe, assim, de 23 para 29, o número de vítimas mortais no Funchal.
Um dos corpos foi encontrado na Rua Luso-Brasileira; trata-se de homem que, na altura do temporal, seguia de carro com o sogro, cujo cadáver já tinha sido encontrado. Com a força das águas, o carro voou para cima de uma casa onde já estavam 2 carros. O homem tinha 43 anos, era casado e tinha dois filhos gémeos de 6 anos.
Aumenta assim para 48 o número de vítimas mortais do temporal que se abateu sobre a Madeira. Até ao momento, terão sido realizadas autópsias aos 42 cadáveres já presentes no balanço do Governo regional, 29 dos quais foram identificados.
Entre os mortos encontra-se uma turista britânica mas as autoridades não têm registo de mais nenhum turista estrangeiro entre os desaparecidos, que são todos casos dos concelhos do Funchal e da Ribeira Brava, por indicação das respectivas famílias.
O vice-presidente do Governo Regional da Madeira, Cunha e Silva, anunciou hoje que permanecem 32 pessoas desaparecidas.
Autoridades temem existência de 17 vítimas mortais em centro comercial
As equipas que estão a trabalhar no parque do centro comercial Anadia, com dois pisos completamente inundados e um já limpo, continuam a tentar retirar com bombas a água que impede o acesso ao interior.
As autoridades suspeitam de que estejam retidos 17 corpos no interior do parque de estacionamento subterrâneo do centro comercial Anadia, disse à agência Lusa fonte policial, salientando que no Shopping Dolce Vita não foram encontradas vítimas. No piso -1 do centro comercial Anadia também não foram encontrados cadáveres.
De acordo com a PSP, no local, já estiveram equipas cinotécnicas e um bote do um bote do Sanas (Socorro a Náufragos), mas não existem condições para fazer buscas mais rigorosas.
Ao local chegaram as equipas de mergulhadores e barcos pneumáticos que deverão começar a operar dentro de momentos.
Ao contrário deste estacionamento subterrâneo, no centro comercial Dolce Vita, no extremo oposto da cidade, o plano de emergência foi eficaz na saída de todas as pessoas e viaturas.
Trabalhos "a um ritmo verdadeiramente alucinante" para "repor a normalidade"
O presidente da Câmara do Funchal adiantou que existem 30 famílias desalojadas, encontrando-se 254 pessoas ainda no Regimento de Guarnição do Exército, e acrescentou que "a energia foi restabelecida em toda a cidade", mas admitiu "algumas excepções", como "prédios de habitação colectiva no centro da cidade".
O responsável esclareceu que foi ainda restabelecido o abastecimento domiciliário de água à freguesia do Monte, o mesmo deverá acontecer na terça feira em Santo António.
"Enquanto os trabalhos estão a decorrer estamos a fazer a distribuição de água através de camiões cisterna em locais devidamente pré-estabelecidos", explicou.
Este trabalho está a ser feito em dez locais e ao mesmo tempo a instituições como o Hospital dos Marmeleiros, a PSP, Madeira Shopping e Clínica do Bom Jesus.
O presidente da capital madeirense explicou que quanto às frentes de obras, neste momento o trabalho está a ser feito "em grande força nas três foz das ribeiras", envolvendo mais de um milhar de homens.
"Os trabalhos estão a um ritmo verdadeiramente alucinante", anotou, assegurando que é isso que a autarquia pretende: "Temos de repor a normalidade na cidade o mais rapidamente possível".
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