Alguns inocentes úteis — e inúteis — vêm com a cascata de que o juiz Aloisio Sérgio Resende Silveira só está sendo rigoroso na sua decisão de cassar o mandato do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). É mesmo?
Rigoroso contra a jurisprudência do TSE? Rigoroso quando os motivos alegados para a ainda INEXISTENTE cassação do prefeito cassariam o mandato de quase todos os políticos eleitos no Brasil, a começar do presidente da República? Isso não é rigor!
Quem, em primeira instância, decide TENDO A CERTEZA ABSOLUTA de que sua decisão será revista numa instância superior porque a sentença fere a ordem jurídica NÃO ESTÁ SENDO RIGOROSO, MAS CONTRIBUINDO PARA DESMORALIZAR A JUSTIÇA. Já vimos isso acontecer em outras áreas da Justiça.
Estamos, então, falando de juízes que não se conformam com a ordem jurídica brasileira e decidem fazer a sua própria “reforma do Judiciário”. Parece — e falo em tese, não do juiz Silveira necessariamente — que os vejo na mesa de bar a bater no peito: “Eu estou fazendo a minha parte; se o sistema vai mudar a decisão, não é culpa minha”.
E um juiz só faz a sua parte quando e se cumpre a lei. Ele não existe para corrigir o que acha errado no ordenamento jurídico. Fosse assim, não teríamos juízes, mas autocratas de toga. E os setores energúmenos da imprensa que urram de felicidade e vertem sua baba energúmena de satisfação estão botando, para varias, a própria cabeça na guilhotina.Sphere: Related Content