Policiais civis de todo o país devem fazer uma mobilização nesta quarta-feira (29) em solidariedade à greve da categoria em São Paulo, iniciada em 16 de setembro. O ato prevê que sejam atendidos apenas casos considerados de emergência, nos moldes da cartilha elaborada pelo movimento grevista da Polícia Civil paulista, durante duas horas --das 14h às 16h.
Além do apoio aos grevistas, a manifestação também servirá para pressionar o Congresso Nacional pela votação de uma PEC (proposta de emenda constitucional) que determina a reinserção do cargo de delegado de polícia na carreira jurídica. "Como era antes da Constituição de 1988", afirmou o presidente da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil), Carlos Eduardo Benito Jorge.
Robson Ventura/Folha Imagem |
Policiais em greve levam caixão que simboliza morte política do governador José Serra (PSDB), em passeata no centro de SP |
Em São Paulo, de acordo com a Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado), os policiais devem trabalhar usando roupas pretas ou com uma tarja preta no braço.
Protesto
Na segunda-feira (27), a categoria realizou mais uma manifestação, com uma passeata pelo região central de São Paulo. O protesto teve início na praça da Sé e terminou em frente à Delegacia Geral de Polícia, na rua Brigadeiro Tobias, no centro da cidade.
Os manifestantes levaram um caixão que representava o enterro simbólico da carreira política do governador José Serra (PSDB) e também pediram a saída do secretário de Segurança Pública do Estado, Ronaldo Marzagão.
O objetivo do protesto era tentar sensibilizar o governo do Estado a mudar os projetos de lei que prevêem o reajuste da categoria. Para os grevistas, a proposta está muito abaixo do reivindicado pela classe.
A categoria reivindica reajuste de 15% neste ano e mais 12% nos dois anos seguintes, além da extinção da 4ª e 5ª classe, a redução de três para dois níveis de salários adicionais. Já o principal texto dos projetos de lei enviados pelo governo à Assembléia prevê reajuste de 6,5% no salário-base a partir de 1º de janeiro do próximo ano e mais 6,5% a partir de janeiro de 2010.
Pelo projeto, os policiais civis ganharão aposentadoria especial e a quinta classe de todas as carreiras da Polícia Civil e da Superintendência Técnico-Científica.
A manifestação foi a maior realizada pela categoria e reuniu mais de 5.000 pessoas, segundo os grevistas, ou cerca de 3.000, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Manifestação
Na última quinta-feira (24), os policiais civis realizaram uma manifestação pacífica na Alesp (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo) para acompanhar a audiência dos deputados sobre os projetos de reajuste.
Na próxima quinta-feira (30), segundo o presidente do Sindicato dos Investigadores dos Policiais Civis, João Batista Rebouças, os policiais voltam a realizar um ato na Assembléia para acompanhar a segunda audiência pública sobre os projetos.
Confronto
Ao completar um mês de paralisação, no último dia 16 de outubro, os policiais civis em greve tentaram chegar em manifestação até o Palácio dos Bandeirantes --sede do governo do Estado-- na região do Morumbi (zona oeste de São Paulo).
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