Autor(es): agência o globo: |
O Globo - 01/08/2011 |
Articulador do PT, deputado cassado relaciona cargo à disputa partidária SÃO PAULO. Apontado com um dos responsáveis pelo aparelhamento do governo durante sua gestão, José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula e deputado cassado, defendeu ontem um corte nos cargos comissionados do governo federal como saída para as sucessivas crises na gestão da presidente Dilma Rousseff. Para o ex-ministro, a redução garante mais estabilidade ao funcionamento do poder público e diminui as brigas políticas por nomeações. A faxina da presidente permeou o debate de dois dias do seminário do PT. - Precisamos diminuir os cargos de confiança ao mínimo. Cargos de confiança têm de ser ocupados por funcionários de carreira - disse Dirceu, negando que tenha aparelhado o governo quando era ministro. Para Dirceu, a crise do Ministério dos Transportes "está resolvida". Ele disse ainda que esse tipo de caso de suposta corrupção só se resolve com a reforma política e o corte de cargos. O ex-ministro defendeu, no entanto, o direito dos partidos de ocupar as cargos-chave do governo. - Os partidos estão na Constituição, elegem os governos e têm o direito de participar do governo. Agora, participar não significa lotear nem indicar quem não tem qualificação técnica, e muito menos fazer fisiologismo e muito menos corrupção. Apesar das demissões, Dirceu negou que haja crise entre o governo e o PMDB ou com o PR. - O PMDB não está amuado, não é verdade. Tenho ligações com lideranças do PMDB e não há nenhum problema entre o partido e o governo. E nem o PR está culpando a presidente Dilma de nada. Não vi nenhum líder do PR dizer isso. Para exemplificar que apuração de denúncia não é perseguição, o ex-ministro citou sua própria demissão da Casa Civil, em 2005. - Não é porque eu fui afastado do governo que o PT estava contra mim ou que o Lula estava contra mim. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também participou do debate petista de ontem. Para ele, o PT deve ajudar a estabelecer, neste semestre, uma pauta positiva sobre o governo, exaltando os avanços de Dilma. Ele disse que, apesar das demissões de dois ministros e das denúncias de corrupção, "o balanço que a sociedade faz do governo é positivo". Padilha negou que a relação do Palácio do Planalto com o Congresso, no retorno do recesso, fique delicada: - Nos seis primeiros meses, o governo votou e aprovou tudo o que queria, o que estabeleceu como prioridade. O grande teste foi a aprovação do mínimo. Depois continuou aprovando as medidas provisórias que quis aprovar. |
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