Correio Braziliense - 03/06/2011 |
Quando o Bolsa Família foi lançado, em outubro de 2003, no primeiro ano de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, o próprio governo não imaginava que a política, que unificou programas de transferência de renda como o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação, se transformaria na principal vitrine social da gestão petista. À época, a principal plataforma defendida pelo Planalto era o Fome Zero, que já tinha, inclusive, repercussão internacional e prometia acabar com a fome em todo o país. Porém, o Bolsa Família, baseado na distribuição de renda a famílias pobres que se comprometem a cumprir regras, acabou engolindo o Fome Zero. E se o novo programa evoluir em termos de recursos orçamentários e quantidade de famílias beneficiadas assim como o Bolsa Família, Dilma poderá comemorar. Entre 2003 e 2010, o número de contemplados saltou de 3,6 milhões de famílias beneficiadas para 12,9 milhões, um crescimento de 258%. Na mesma proporção, cresceram os repasses financeiros feitos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Os R$ 3,4 bilhões destinados em 2003 agora já chegam a R$ 13,4 bilhões. O crescimento também é resultado dos sucessivos aumentos no valor do benefício, que hoje variam de R$ 32 a 242. A média recebida por família saltou de R$ 24,75 em 2003 para R$ 96 no ano passado. No total, o governo federal já destinou mais de R$ 70 bilhões para o Bolsa Família. Porém, passados oito anos, metade da população do Nordeste ainda depende dos repasses do Bolsa Família. Dos 53 milhões de habitantes da região apontados no último Censo pelo IBGE, 26 milhões recebem o benefício. Em alguns estados, os percentuais se mantêm acima dos 50%, como Piauí (56%), Maranhão (55%) e Alagoas (54%). A população da região Sul é a menos contemplada; somente 15% das pessoas ganham recursos do programa. |
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