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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Caso Palocci divide o PMDB e faz ressurgir tensão entre PT e o partido


Autor(es): agência o globo: Adriana Vasconcelos e Cristiane Jungblut
O Globo - 03/06/2011

BRASÍLIA. Depois da derrubada de duas medidas provisórias na madrugada de quarta para quinta, senadores do PT insinuaram que o responsável pela derrota teria sido o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), fazendo ressurgir a tensão entre PT e PMDB em torno do caso Palocci. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu o afastamento do ministro Antonio Palocci da Casa Civil. Mais tarde, o líder da bancada do PMDB, Renan Calheiros (AL), defendeu Palocci.

- Ministro Palocci, V. Exª deveria se afastar. Afaste-se do cargo. Meu amigo Palocci, está ficando feio para o PT e o PMDB impedir que V. Exª venha depor no plenário ou numa comissão, porque isso é o normal. Nós estamos numa democracia! - apelou Simon.

Renan afirmou em seu discurso que o PMDB não participará de "conspirações" para a saída do ministro do governo:

- O ministro Palocci é um quadro importante do governo e não se furtará a dar explicações. O PMDB não vai participar de nenhuma conspiração para fragilizar o ministro Palocci.

Depois do discurso de Simon, o único senador petista que saiu em defesa do chefe da Casa Civil foi Delcídio Amaral (MS):

- Não temos o direito de tentar bombardear o ministro Palocci para desestabilizar o governo, para desestabilizá-lo. Estamos prestando um desserviço ao Brasil. Será que a gente não tem o bom senso e a racionalidade para entender que isso afeta nosso governo, afeta a presidenta Dilma? - discursou Delcídio, destacando que só cabe à presidente decidir quem fica ou sai da Casa Civil, mas concordando com a avaliação de Simon de que a interferência de Lula na defesa do ministro acabou produzindo um efeito inesperado: - Ficou uma imagem de fragilidade da presidenta Dilma, uma coisa que ela não é.

A preocupação de outros petistas era com relação à derrota do governo na madrugada. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou o acordo cumprido por Jucá, que permitiu que a oposição estendesse a sessão de quarta-feira até a meia-noite, fazendo com que duas medidas provisórias perdessem a validade. Uma autorizava o Executivo a criar a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e outra aumentava o valor da bolsa paga a médicos residentes.

- A oposição utilizou um acordo da legislatura passada para nos impedir de votar. Respeito o líder Romero Jucá, mas entre garantir um acordo e garantir a votação de medidas importantes, temos de garantir a votação - afirmou Gleisi.

- A oposição não derrotou o governo, foi o tempo - emendou o líder do PT, senador Humberto Costa (PE).

Jucá se defendeu:

- O erro não é do Senado de querer pelo menos três dias para apreciar uma MP, mas da Câmara que ficou com a matéria 117 dias. Temos de acalmar, o clima ruim não é bom para o governo, nivela por baixo as disputas políticas.

Jucá se refere à proposta de mudança no rito de tramitação das medidas provisórias, dando mais tempo de apreciação aos senadores. Mas Humberto Costa anunciou que, no que depender do PT, não será aprovado o acordo fechado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para aprovar essa mudança:

- Se querem guerra, vão ter guerra - disse o líder petista.







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