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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Casa onde Eliza teria sido morta abrigará igreja em MG


03 de junho de 2011 13h59 atualizado às 14h05


Família de Bola ainda mora na residência e fixou cartazes pedindo justiça. Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra

Família de Bola ainda mora na residência e fixou cartazes pedindo justiça
Foto: José Guilherme Camargo/Especial para Terra


José Guilherme Camargo
Direto de Vespesiano

A casa onde, segundo a polícia mineira, a ex-amante do goleiro Bruno, Eliza Samudio, teria sido morta e esquartejada no dia 10 de junho do ano passado vai abrigar, a partir da próxima semana, uma igreja evangélica. O imóvel é do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e fica na rua Araruama, no bairro Santa Clara, cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). A família de Bola - acusado de ser o executor de Eliza - continua a morar no local.

Segundo o filho do ex-policial, Marcos Diego dos Santos, 21 anos, "um pastor alugou a garagem que fica na frente da propriedade". O local foi o principal ponto das buscas pelo corpo ou restos mortais de Eliza no ano passado. Na época, nenhum vestígio foi encontrado pela perícia da Polícia Civil ou pelos cães farejadores, mas os buracos provocados pelas escavações ainda incomodam a família.

"Está tudo quebrado. A quebradeira que aqueles safados (policiais) fizeram continua a mesma. Agora, o pastor está construindo uma igreja batista, onde ficava a loja do meu pai", disse Marcos.

O pastor Gilmar dos Santos, 53 anos, conta que teve que fazer vários reparos nos locais onde a polícia quebrou para encontrar algum vestígio da ex-modelo. "Eu estava procurando um imóvel aqui na região e, por acaso, uma senhora me indicou esta casa. Só depois que eu conversei com a mulher do Marcos Aparecido e descobri que o local pertencia a ele", contou.

Durantes as investigações, o delegado que presidiu o inquérito, Edson Moreira, chegou a vasculhar o imóvel, que tem dois barracões e a loja, em busca do corpo de Eliza. O adolescente J., primo de Bruno, foi quem teria levado policiais do Rio de Janeiro até a casa. O jovem teria contado em depoimento que Bola teria amarrado as mãos de Eliza e, depois de cheirá-las, a teria estrangulado. Em seguida, o ex-policial teria esquartejado o corpo e jogado uma das mãos para os cães da raça rotweiller que ele criava.

No dia 14 de julho de 2010, equipes da Delegacia de Homicídios utilizaram um aparelho de sondagem para identificar espaços vazios sob a terra ou paredes. O aparelho chegou a localizar um espaço oco no chão, debaixo de uma escada. Os cães perceberam algum cheiro no local, mas o odor seria apenas de esgoto. Depois das buscas, o delegado Hugo e Silva, da Divisão de Pessoas Desaparecidas da polícia mineira, descartou a presença do corpo de Eliza: "foi alarme falso, nada foi encontrado".

Outra hipótese levantada pelo delegado, com base no depoimento do adolescente, seria a de que cães criados pelo ex-policial teriam devorado o corpo da ex-modelo. Dez cães foram recolhidos e analisados pela perícia, que também não identificou vestígios de sangue no pelo dos animais, que morreram no Departamento de Zoonoses de Vespasiano, para onde foram levados. "Hoje temos dois filhotes pequenos e uma rottweiller grande. Um morreu sentido falta do meu pai", lamentou o filho de Bola.

Apesar da acusação contra o pai, Diego garante que a notícia de que ele teria arquitetado um plano para matar a juíza Marixa Fabiane Rodrigues e o delegado Edson Moreira não passou de "mentira". "Nosso telefone está grampeado. É uma coisa que não tem cabimento. Ele ligava para minha mãe chorando e eles inventaram que ele queria matar. Vai matar juíza pra quê? Ela não fez nada contra ele", disse.

De acordo com Marcos, a família visita o ex-policial a cada 15 dias. Eles ainda acreditam na absolvição de Bola. "(Ele) está bem 'caidinho', muito triste por tudo que está acontecendo. Mas no final vai dar tudo certo", disse.







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