Autor(es): Izabelle Torres |
Correio Braziliense - 03/06/2011 |
As promessas contidas no Brasil sem Miséria, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff, vão custar pelo menos Para o especialista da Fundação Getulio Vargas Marcelo Neri, a conta para erradicar a miséria é bem mais alta, pois consiste também em conceder aos brasileiros as condições mínimas de existência, como vestuário e alimentação. Na avaliação do especialista, o investimento de R$0,10 por dia é o mínimo necessário para que uma pessoa deixe de ser miserável e para permitir que esses brasileiros usufruam de condições básicas de vida. Neste caso, seria necessário investimento superior a R$ 20 bilhões por ano. “Trabalhamos com índices mais altos do que os que estão sendo considerados pelo governo federal. Na nossa conta, eles vão investir no primeiro momento pouco menos de R$ 7 bilhões para atingir os mais pobres dentre os pobres. É um bom começo e acho que pode ser o pontapé para atingirmos outros referenciais”, opina. Segundo o professor da FGV, para que uma família deixe de ser considerada miserável, ela deve receber pelo menos R$ 120 por mês. Um valor abaixo das expectativas previstas no Plano, mas possível de ser atingida. “É uma meta possível, se for bem administrada. Ainda mais considerando que os muito pobres serão beneficiados neste primeiro momento e que atualmente o governo já gasta por ano cerca de R$ 13 bilhões com os beneficiários do programa Bolsa Família. Acho que é o caminho certo”, avalia Neri. Investimento O plano lançado ontem vai tentar beneficiar 16,2 milhões de pessoas. “Um número que supera a marca dos miseráveis extremos, mas que fica inferior a quem precisa de condições melhores de vida. Nesse ritmo, pode ser que em 10 anos tenhamos um quadro com menos pobreza”, diz o especialista da FGV. Apesar dos números incluídos no programa ainda serem inferiores à quantidade de pobres do país, a situação melhorou de uma forma geral nos últimos anos. Para se ter uma ideia, o combate à miséria custava R$ 23 por dia em 1993 por cada brasileiro. Em 1995, depois da implantação do Plano Real, o custo caiu para R$ 17. Agora, os estudos mostram que o investimento de R$ 0,10 por dia por brasileiro pode reduzir ainda mais os índices de miseráveis. |
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