12/04/2011 16h39 - Atualizado em 12/04/2011 17h26
Garoto é alvo de disputa entre pai biológico e família brasileira.
Justiça autorizou ida de Sean para os EUA; família brasileira tenta visita.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou nesta terça-feira (12) que o governo brasileiro vai intensificar os esforços para ajudar a família brasileira do menino Sean Goldman a visitá-lo nos Estados Unidos.
A guarda do garoto é alvo de disputa judicial entre a família brasileira do menino e o pai biológico, o norte-americano David Goldman.
A avó do garoto se reuniu nesta terça com a ministra Maria do Rosário, em Brasília. Participaram do encontro também representantes do Itamaraty, da Ordem dos Advogados do Brasil e da assistência consular brasileira.
Por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o garoto está nos Estados Unidos com o pai biológico desde dezembro de 2009. De acordo com a ministra, o governo brasileiro vai atuar de forma "mais intensa" nas negociações para garantir o direito do garoto de conviver com a família no Brasil.
nos EUA no começo do ano passado
(Foto: Bill Kostroun / AP)
Segundo Maria do Rosário, as novas investidas do governo brasileiro serão feitas com base em comunicado conjunto assinado pelos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, em março, para garantir a resolução de situações pendentes de crianças entre ambos os países.
“O fato de a avó estar tentando há mais de um ano e meio um contato com a criança e sequer uma visita consular de autoridades brasileiras tenha sido assegurada, é algo que nos remete uma situação de desrespeito muito grande à decisão tomada no Brasil e aos direitos dessa criança”, disse a ministra.
A avó do garoto Sean, Silvana Bianchi, afirmou que já tentou várias vezes visitar o neto e teve os pedidos negados. Ela disse que foram feitas exigências pelo pai biológico de Sean paraque a visita fosse permitida.
Entre as condições para o contato entre Sean e os parentes brasileiros estaria o pagamento de U$S 200 mil em custas dos advogados que cuidam do processo de guarda nos Estados Unidos e a garantia de que a avó desista de contestar a decisão da Justiça brasileira que permitiu a David Goldman levar o garoto.
A repórter do G1 entrou em contato com os advogados de David Goldman no Brasil e aguarda retorno.
“Eu sei que agora eu tenho o Brasil ao meu lado para ter o direito de visitar o meu neto. Um ano e quatro meses que eu não o vejo, mas agora eu estou confiante e saio daqui com certeza de que o Brasil está junto comigo para me ajudar a visitar meu neto. A ministra abraçou a causa e está lutando conosco”, afirmou Silvana Bianchi.
Convenção de Haia
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos afirmou ainda que a embaixada brasileira em Washington (EUA) vai atuar junto ao Departamento de Estado norte-americano para garantir o cumprimento da Convenção de Haia, que trata de aspectos civis do sequestro internacional de crianças. A defesa da família brasileira afirmou que pretende abrir uma negociação com o pai biológico do garoto a partir do apoio do governo.
“Deixa de ser uma questão de um contraditório entre interesses de duas famílias e passa a ser uma questão do estado brasileiro”, afirmou o advogado Carlos Nicodemos.
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