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JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
O ex-chefe regional do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), exonerado ontem por ter participado de um filme erótico antes de assumir o cargo, afirmou hoje que foi "discriminado" pelo governo do Paraná.
Valter Pagliosa, 27, disse ainda que o governo "não quis ouvir sua versão" e que acha "injusto ser perseguido" por causa da sua atuação no filme "A Outra Metade", uma produção erótica rodada e distribuída em Cascavel, no oeste paranaense.
Pagliosa disse que está estudando tomar medidas legais contra o governo, pela exoneração, e contra o senador Roberto Requião (PMDB) --que é adversário do atual governador, Beto Richa (PSDB), e que revelou o passado do ex-chefe do IAP.
"Me usaram numa briga política e usaram uma espécie de 'ficha-limpa artística' para me demitirem", disse o ex-chefe regional, que também afirma que a película não resume sua carreira artística.
Pagliosa disse que atuou em peças de teatro no passado e em uma produção cinematográfica evangélica.
Na segunda-feira, o governo do Paraná justificou a demissão de Pagliosa por "quebra de confiança", já que ele omitiu de seu currículo a participação no filme.
O diretor e produtor de "A Outra Metade", Andoza Ferreira, o Abacate, disse que Pagliosa foi injustamente punido pela participação no filme, que classifica como "romance com nudez" ou "artístico".
"Hipocrisia. Muitos políticos que hoje estão no poder também fizeram filmes com nudez no passado."
O primeiro secretário do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão no Estado do Paraná, Magno Mikosz, concorda.
"É uma coisa de ditadura utilizar o passado artístico de alguém para perseguir ou demitir alguém. A pessoa é artista independentemente do gênero que participe, até mesmo o pornô", disse.
Hoje o senador Requião escreveu no Twitter que a demissão do chefe regional, a quem chamou de "ator pornô", foi "a única atitude em meses" do atual governo, a quem acusa de "paralisia".
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