Publicado em 12 de outubro de 2011
Instituição de saúde vinha recebendo R$ 300 mil da Prefeitura, mas seriam necessários R$ 800 mil mensais
Juazeiro do Norte. No mesmo ano em que este Município tem inaugurado o Hospital Regional do Cariri (HRC), de alta complexidade, perde um dos equipamentos de saúde mais importantes. O Hospital Santo Inácio, com quase quatro décadas de funcionamento, fecha por falta de condições de funcionamento. A casa de saúde estava sob intervenção da Prefeitura de Juazeiro, iniciada em janeiro de 2009. Prorrogada por várias vezes, a administração, por meio de decreto do prefeito Manoel Santana, decidiu antecipar o fim da intervenção, que seria em dezembro, para 28 de setembro último. Ontem pela manhã, os funcionários começaram a receber aviso prévio.
Autorizado pelo Ministério da Educação (MEC), o local também funcionava como Hospital Escola, para os alunos da Faculdade de Medicina de Juazeiro (FMJ), o primeiro curso privado criado na cidade. Com isso, os alunos passaram a ter aulas no Hospital Geral de Brejo Santo. Ontem pela manhã, os funcionários viviam o drama de receber o aviso prévio. São 104 pessoas, alguns deles com mais de 25 anos de serviços prestados à Sociedade Civil Médica - Casa de Saúde Santo Inácio.
O prefeito da cidade ainda se comprometeu a dar um apoio de R$ 300 mil para manter o hospital. Segundo os seus proprietários, seriam necessários, no mínimo, mais de R$ 800 mil mensais para manter a casa aberta. Só plantão do local chega a custar mais de R$ 180 mil. O hospital, segundo um dos seus proprietários, o médico Régis Santana, é o único referenciado na cidade para fazer transplantes de córnea. Havia uma fila de espera de 24 pessoas. Eram feitos cerca de 12 a cada ano. A casa de saúde é pioneira neste serviço na região, além dos transplantes renais e na parte de tomografia.
No local funcionava uma das principais emergências da cidade. Na entrada, uma faixa com os avisos do fechamento e encaminhamento para hospitais como o Tasso Jereissati e o HRC, no meio do ano. O diretor administrativo, Marco Aurélio Malzoni, afirma que sequer chegou a saber da antecipação do fechamento. "Fomos pegos de surpresa", disse ele. O secretário de Saúde, Antônio Bonaparte, que inclusive foi um dos cinco interventores do hospital, foi o portador do decreto. Ele disse que o valor que era repassado pelo Município se tornou muito alto para a Prefeitura ter que arcar.
O prefeito Manoel Santana disse que irá fortalecer a atenção básica do Município, incluindo os postos do Programa de Saúde da Família (PSF) e poderia continuar dando apoio. Proprietários do hospital disseram que não foram avisados da intervenção, nem quando foi iniciada, e tão pouco do fim da medida. O hospital atendia os casos de urgência, emergência e internamentos, com dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dois últimos pacientes foram transferidos para hospitais da cidade.
Já o setor de infectologia, que atende portador do vírus HIV da macrorregião, com cerca de 540 casos, incluindo alguns relacionados à internamento, continua funcionando provisoriamente no local. É que o setor, além da hemodiálise e o Raio X, está sob administração do Estado. Segundo funcionárias da infectologia, um novo local está sendo providenciado para a mudança do prédio.
Primeira cirurgia
O hospital foi inaugurado em 1973. Mas, em 1969, já em funcionamento, o médico Mauro Sampaio fez a primeira cirurgia. Ele é um dos médicos que teve a iniciativa de criar o hospital, junto com o primeiro anestesista do Estado, Mário Malzoni. Ele também lamenta a saída da FMJ, já que também teve importante influência na sua criação, mudando o perfil da cidade.
Para o administrador, Marco Malzoni, os proprietários não receberam nada nesse período. Todo o dinheiro aplicado no funcionamento do equipamento na fase de intervenção era administrado pela Prefeitura.
Mais informações
Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte, Rua José Marrocos, S/N, Bairro Santa Teresa
Telefone: (88) 3512.3396
Elizângela santos
Repórter
Juazeiro do Norte. No mesmo ano em que este Município tem inaugurado o Hospital Regional do Cariri (HRC), de alta complexidade, perde um dos equipamentos de saúde mais importantes. O Hospital Santo Inácio, com quase quatro décadas de funcionamento, fecha por falta de condições de funcionamento. A casa de saúde estava sob intervenção da Prefeitura de Juazeiro, iniciada em janeiro de 2009. Prorrogada por várias vezes, a administração, por meio de decreto do prefeito Manoel Santana, decidiu antecipar o fim da intervenção, que seria em dezembro, para 28 de setembro último. Ontem pela manhã, os funcionários começaram a receber aviso prévio.
Autorizado pelo Ministério da Educação (MEC), o local também funcionava como Hospital Escola, para os alunos da Faculdade de Medicina de Juazeiro (FMJ), o primeiro curso privado criado na cidade. Com isso, os alunos passaram a ter aulas no Hospital Geral de Brejo Santo. Ontem pela manhã, os funcionários viviam o drama de receber o aviso prévio. São 104 pessoas, alguns deles com mais de 25 anos de serviços prestados à Sociedade Civil Médica - Casa de Saúde Santo Inácio.
O prefeito da cidade ainda se comprometeu a dar um apoio de R$ 300 mil para manter o hospital. Segundo os seus proprietários, seriam necessários, no mínimo, mais de R$ 800 mil mensais para manter a casa aberta. Só plantão do local chega a custar mais de R$ 180 mil. O hospital, segundo um dos seus proprietários, o médico Régis Santana, é o único referenciado na cidade para fazer transplantes de córnea. Havia uma fila de espera de 24 pessoas. Eram feitos cerca de 12 a cada ano. A casa de saúde é pioneira neste serviço na região, além dos transplantes renais e na parte de tomografia.
No local funcionava uma das principais emergências da cidade. Na entrada, uma faixa com os avisos do fechamento e encaminhamento para hospitais como o Tasso Jereissati e o HRC, no meio do ano. O diretor administrativo, Marco Aurélio Malzoni, afirma que sequer chegou a saber da antecipação do fechamento. "Fomos pegos de surpresa", disse ele. O secretário de Saúde, Antônio Bonaparte, que inclusive foi um dos cinco interventores do hospital, foi o portador do decreto. Ele disse que o valor que era repassado pelo Município se tornou muito alto para a Prefeitura ter que arcar.
O prefeito Manoel Santana disse que irá fortalecer a atenção básica do Município, incluindo os postos do Programa de Saúde da Família (PSF) e poderia continuar dando apoio. Proprietários do hospital disseram que não foram avisados da intervenção, nem quando foi iniciada, e tão pouco do fim da medida. O hospital atendia os casos de urgência, emergência e internamentos, com dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dois últimos pacientes foram transferidos para hospitais da cidade.
Já o setor de infectologia, que atende portador do vírus HIV da macrorregião, com cerca de 540 casos, incluindo alguns relacionados à internamento, continua funcionando provisoriamente no local. É que o setor, além da hemodiálise e o Raio X, está sob administração do Estado. Segundo funcionárias da infectologia, um novo local está sendo providenciado para a mudança do prédio.
Primeira cirurgia
O hospital foi inaugurado em 1973. Mas, em 1969, já em funcionamento, o médico Mauro Sampaio fez a primeira cirurgia. Ele é um dos médicos que teve a iniciativa de criar o hospital, junto com o primeiro anestesista do Estado, Mário Malzoni. Ele também lamenta a saída da FMJ, já que também teve importante influência na sua criação, mudando o perfil da cidade.
Para o administrador, Marco Malzoni, os proprietários não receberam nada nesse período. Todo o dinheiro aplicado no funcionamento do equipamento na fase de intervenção era administrado pela Prefeitura.
Mais informações
Secretaria de Saúde de Juazeiro do Norte, Rua José Marrocos, S/N, Bairro Santa Teresa
Telefone: (88) 3512.3396
Elizângela santos
Repórter
Verbas destinadas à saúde serão usadas para 4 mil academias
11 de outubro de 2011 • 09h14
Os recursos destinados às despesas com atendimento médico
básico e gratuito à população, especialmente às parcelas de menor renda,
estão sendo aplicados em outros fins. Assim como Estados e municípios, o
governo federal também contabiliza no Piso Nacional da Saúde despesas
que deveriam ser custeadas por outras áreas e que, em alguns casos, são
consideradas ilegais. Um exemplo disso são as 2 mil academias de saúde
que serão construídas com o mesmo dinheiro que vai para os hospitais
públicos. As informações são do jornal O Globo.
O Ministério da Saúde reservou no orçamento deste ano R$ 143 milhões para o projeto das academias e R$ 160 milhões na proposta de 2012 dentro do programa de Reestruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde. Até 2014, a meta é construir 4 mil academias. As academias são espaços para atividades físicas, esporte, cultura e lazar que o ministério pretende construir em parceria com prefeituras, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo alega que as academias são uma grande contribuição para a prevenção de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. O desenho das academias prevê construção de playgrounds, quadras poliesportivas e até rampas para skate.
O Ministério da Saúde reservou no orçamento deste ano R$ 143 milhões para o projeto das academias e R$ 160 milhões na proposta de 2012 dentro do programa de Reestruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde. Até 2014, a meta é construir 4 mil academias. As academias são espaços para atividades físicas, esporte, cultura e lazar que o ministério pretende construir em parceria com prefeituras, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo alega que as academias são uma grande contribuição para a prevenção de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. O desenho das academias prevê construção de playgrounds, quadras poliesportivas e até rampas para skate.
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