Mendes Ribeiro, o fiel aliado de Dilma
Indicado para o ministério da Agricultura é amigo da presidente há 30 anos. Exoneração de Wagner Rossi não saiu no Diário Oficial desta quinta-feira
Mendes Ribeiro Filho: queridinho da presidente (José Cruz/ABr)
É uma piada sinistra! Empresa de segurança que tem imagens que poderiam evidenciar se Rossi conhecia lobista espancador é de um… senador do PMDB!
Por Felipe Recondo e Leandro Colon, no Estadão:
Apontada como principal prova material que poderia ligar o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB) ao lobista Júlio Fróes, as imagens do sistema de segurança do ministério estão sob a guarda de uma empresa ligada ao PMDB.
A Juiz de Fora Vigilância Ltda. pertence a Nelson Ribeiro Neves, que é sócio do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) na Manchester Serviços Ltda., empresa que também tem contrato com o Ministério da Agricultura. Eunício é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e tesoureiro do PMDB, que indicou o ministro da Agricultura.
Segundo o ministério, foram apagadas as imagens mais antigas do circuito interno da sede da pasta em Brasília, que poderiam confirmar as denúncias feitas pelo ex-presidente da Comissão de Licitação Israel Batista sobre a ação do lobista. Fróes é apontado como influente dentro do ministério, distribuidor de propina e organizador clandestino de licitações na pasta.
As imagens mais recentes das dependências da sede da Agricultura, e que ainda não foram apagadas, serão encaminhadas à Polícia Federal. Uma delas, conforme diz o próprio ministério, mostra Fróes chegando ao prédio pela entrada privativa, cumprimentando o segurança e logo depois saindo.
Não há informações se nas imagens haveria um possível encontro de Fróes com o ex-ministro. Pelo relato de Batista à Polícia Federal, Fróes entrava no prédio pela portaria privativa do ministro e seguia para os andares onde ficavam os gabinetes de Wagner Rossi e do ex-secretário-executivo Milton Ortolan, que pediu demissão após a revista Veja vinculá-lo ao lobista.
Batista disse desconfiar que as imagens do sistema de segurança podem ser editadas ou apagadas na tentativa de livrar o ex-ministro das denúncias de envolvimento com o lobista. “As imagens são subordinadas ao ministro. Meu medo é que sejam cortadas. O problema é esse”, afirmou ao Estado antes do anúncio da demissão de Rossi.
De acordo com Batista, Ortolan e a coordenadora-geral de Logística do Ministério, Karla Renata França, teriam determinado, em agosto do ano passado, que uma sala com computador e telefone fosse reservada para o lobista “fazer um trabalho na comissão de licitação”. Aqui
Wagner Rossi é o quarto ministro a cair em 8 meses: Dilma é enérgica ou escolheu pessimamente seu ministério?
Amigos, a queda do ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), que agonizou interminavelmente até entregar sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, revela um volume espantoso de crise para um governo tão recente: quatro ministros caíram, sempre em meio a crises, em pouco menos de 8 meses de gestão.
Há quem celebre o fato de, excetuado o ministro Nelson Jobim, que saiu sem ser tisnado por qualquer acusação de roubalheira na Defesa, a presidente tenha, com maior ou menor rapidez, afastado três ministros envolvidos em denúncias de corrupção. (Que ninguém se iluda com as anunciadas demissões “a pedido”, como são publicadas no Diário Oficial: trata-se apenas de uma forma polida de anunciar um ministro que levou um pontapé no traseiro).
Mas, cá pra nós, amigos do blog, três ministros acusados de ladroagem em tão pouco tempo diz muito sobre a qualidade do Ministério escolhido por Dilma, de mãos dadas com seu antecessor, não é mesmo?
É um sinal claro de uma escolha péssima, não tenham dúvidas.
Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário