21/01/2010
às 20:51“Ao promover o preconceito entre brasileiros, [os petistas] mostram que desconhecem o que é fazer política com independência, integridade e ter ética por convicção”.
A fala é do deputado Rodrigo de Castro (MG), secretário-geral do PSDB. Os tucanos decidiram entrar com um processo por calúnia e difamação contra Ricardo Berzoini e José Eduardo Dutra, atual e futuro presidentes do PT. Em nota, ambos chamaram o senador Sérgio Guerra (PE) de “jagunço”.
Huuummm… Acho, sim, que cabe a ação judicial. A ofensa é óbvia. Mas não é o mais importante. O próprio Castro tocou na palavra certa: “preconceito”. E é nisso que os tucanos deveriam insistir. Por quê?
Se Guerra não fosse pernambucano — e, mais amplamente, nordestino — , é claro que o essa acusação ficaria fora da nota. Ela só está lá porque se faz um silogismo baseado no mais estúpido preconceito:
1 - Já houve jagunços no Nordeste;
2 - Guerra é nordestino;
3 - logo, Guerra é jagunço.
Aí o petista do calcanhar sujo acha que me pegou: “Lula é nordestino, do mesmo estado de Guerra; como poderia haver preconceito no PT?” Ora, isso torna o preconceito ainda mais evidente: como Lula é da turma, a sua origem não serve para lhe pôr uma pecha; como Guerra não é, a maneira mais fácil que encontram de ofendê-lo é recorrer à sua origem. Ou seja: um nordestino petista é respeitado porque petista, não porque nordestino. Um nordestino não petista é desrespeitado porque não é petista e porque é nordestino.
Quem não conhece a famosa frase de Hermann Goering, o segundo na hierarquia do nazismo, quando circulavam boatos de que um de seus homens na Força Aérea teria origem judaica? “Eu decido quem é judeu e quem não é”. Assim faz o PT: o partido decide quando ser nordestino é ou não é uma coisa boa.
E é isto que precisa ficar claro aos nordestinos: a agressão não foi dirigida contra Guerra, mas contra todos eles.
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