Terça-feira, 19 de abril de 2011 - 18h15 Última atualização, 20/04/2011 - 10h12
Tatiane Moreno
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Oito anos. Esse foi o tempo que Adriele Ferreira Leite, 25, esperou para rever seu único filho.
A costureira ainda amamentava o pequeno Adrian quando ele foi sequestrado pelo próprio pai que não aceitou a separação. "Na época meu bebê tinha 11 meses e foi muito difícil eu me adaptar a viver sem ele. Devido ao fato de eu não querer ser mãe, porque tinha só 15 anos, quando fui acabei me apegando demais".
O dia do sequestro
Dia 17 de janeiro de 2003. Esta data marcou a vida de Adriele Ferreira para sempre. Ela estava na casa dos pais em Sergipe, quando o ex-marido chegou para buscar o filho do casal. "Ele pediu desculpas para a minha família por ter me ameaçado e disse que queria viver em paz. Logo em seguida saiu com o menino e não voltou mais", lembra.
Na mesma noite a adolescente foi atrás do paradeiro de Adrian sem imaginar que um pesadelo estava prestes a começar. "Fui até o local onde ele disse que estaria e descobri que era tudo mentira: não tinha festa nenhuma e ele não trabalhava no lugar onde tinha dito".
Nos primeiros dias após o sequestro, como se não bastasse a dor da perda, Adriele foi obrigada a conviver com as ameaças do ex pelo telefone. "Eu atendia esperando que ele me desse notícias, mas chegou uma hora que passei a não atender mais as ligações e procurava não pensar como meu filho poderia estar para não me martirizar ainda mais. Uma das minhas maiores preocupações era em relação à alimentação dele, porque o pai sempre foi muito ausente e nem sabia o que o bebê poderia comer ou não", conta.
Determinada, Adriele adotou a postura de não contar o tempo. "Esse assunto era o meu ponto fraco, foi muito difícil conviver com isso e cheguei a pensar que não o encontraria mais. Mesmo assim não desisti".
Apesar das dúvidas, a perseverança que sempre teve valeu a pena. Em 11 de novembro de 2010 mãe e filho, finalmente, se reencontraram.
O reencontro
O desfecho feliz da história aconteceu na sede da Polícia Interestadual (Polinter) de Recife, onde o garoto vivia com uma mulher contratada pelo pai. “Das poucas coisas que contou, o Adrian disse que morava com uma senhora que morava próximo à casa do pai e que o via muito pouco, mas ele não reclama de maus tratos de jeito nenhum, por isso agradeci muito a essa pessoa que cuidou dele quando a encontrei na delegacia”, diz a costureira.
Assim que viu a mãe, Adrian correu para os seus braços. “Foi uma coisa inexplicável porque para o Adrian eu estava morta desde que ele tinha 6 meses de vida. Pelo menos foi essa a história que o pai sempre contou”.
Ainda com mágoa do ex-marido, Adriele afirma que o pai de seu filho é uma pessoa sem coração. “Não é porque encontrei o Adrian vivo que eu vou passar uma borracha em cima de tudo e fingir que nada aconteceu, afinal de contas perdi 8 anos da vida dele”.
O garoto, que voltou a morar em Sergipe com a mãe e os avós maternos, se adaptou bem ao novo lar. “Nem parece que ele saiu daqui de casa. Achei que ele não fosse nos aceitar no início, mas ele é bem consciente, sabe tudo o que aconteceu, e procura não perguntar nada do passado. Estamos reconstruindo nossa vida e tentando levar tudo da forma mais normal, embora ele tenha ficado muito conhecido após a repercussão do caso na TV”.
Durante os anos em que esteve longe da mãe, o menino nunca teve uma festa de aniversário. “Ele fez 9 anos no dia 3 de fevereiro e foi complicado organizar a comemoração pela minha falta de experiência, mas no final deu tudo certo”, diverte-se Adriele que se prepara para comemorar seu segundo Dia das Mães, o primeiro após o emocionante reencontro.
Júlio César Silva, acusado pela ex-mulher de ter sequestrado o próprio filho, foi preso em Olinda (PE), e justificou sua atitude dizendo que, com a separação, tinha medo de ficar longe de Adrian.
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