27 de abril de 2010 •
PSB anuncia retirada da pré-candidatura do deputado federal Ciro Gomes à presidência da República
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
O PSB oficializou nesta terça-feira (27) que não terá candidato próprio à sucessão presidencial. Com a decisão, o partido sepulta as pretensões do deputado federal Ciro Gomes (CE) de concorrer ao Planalto. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, após reunião da Executiva Nacional, em Brasília.
Questionado sobre o apoio do partido à candidata petista Dilma Rousseff, Campos afirmou que esse é o "caminho natural" do PSB e anunciou uma reunião com a direção do PT para a próxima semana.
A nota oficial da Comissão Executiva Nacional lida pelo presidente da legenda diz que a comissão "avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano".
Ciro Gomes não participou do encontro de hoje, depois que a direção do partido o alertou de que sua presença poderia constranger as manifestações sobre seu futuro político. De acordo com Campos, comunicado da decisão do partido, Ciro agiu "com muita tranqüilidade".
Sobre o papel que Ciro terá nas eleições, o presidente do PSB disse que essa questão ainda está em aberto. "Queremos conversar com ele para esclarecer tudo isso", disse. "Não tenho dúvida de que o Ciro vai seguir o que o partido decidir".
Críticas
Pela manhã, a pré-candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, declarou que Ciro "é uma pessoa que sempre esteve ao nosso lado e espero que possa estar de maneira mais próxima agora". Ela evitou, contudo, comentar a entrevista do deputado a um programa de TV, na madrugada de segunda, em que criticou a aliança PT-PMDB.
Já o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), cotado para vice de Dilma disse que Ciro passa por "agruras emocionais" e que era preciso compreender o "estado emocional dele".
Estados
Em troca da retirada da candidatura própria à presidência, o PSB quer o apoio do PT nos Estados, especialmente no Piauí, onde terá como candidato ao governo Wilson Martins, no Espírito Santo, onde Renato Casagrande será o candidato do partido ao governo, na Paraíba, onde a legenda lançará Ricardo Coutinho, e no Amapá, onde a disputa terá Camilo Capiberibe.
O PSB também trabalha para disputar o governo em pelo menos outros seis Estados: Ceará (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iberê Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em São Paulo, com Paulo Skaf. A legenda deve apoiar o candidato petista no Acre, Bahia, Distrito Federal e Pará.