Me fascina analisar fatos e refletir de uma forma completamente diferente do que a maioria esta analisando.
Pergunto: E se os Nardonis forem inocentes?
Gostaria que vocês leitores deste blog, só por alguns momentos, analisassem ao contrario de como a maioria tem julgando influenciados pela mídia e por informações periciais, porque na verdade não se tem nenhuma prova ou testemunhas que viram o ato monstruoso de alguém arremessando a criança pela janela. A minha especialidade não é a área jurídica, o meu conhecimento é relativamente pequeno para julgar sobre este prisma algo tão monstruoso. Vou arriscar aqui algumas analises sobre o aspecto psicológico desta família. De aspectos emocionais entendo um pouco por formação acadêmica, pela vivencia dos 58 anos ,dos quais ,pelo menos metade, vim analisando reações humanas.
Duvida nº 1- Se o pai tivesse matado a menina seria muito incoerente, pouco lógico jogar a criança pela janela e ainda cortar a tela com uma tesoura, se tivesse sido ele estaria assinando a sua culpa. Numa situação dessas a frieza do assassino, se for o pai, poderia colocar essa criança em um porta-malas e jogar no mar com uma pedra pesada ou então enterrar em algum sitio. Friso. Jogar a criança lá para baixo não tem coerência em termos de estar se expondo a todos os moradores do prédio, de recepcionista da guarita e ate o barulho do corpo se chocando contra o chão chamaria e em muito a atenção. Essa é a minha primeira duvida e a maior incoerência.
Duvida nº 2- eu sou pai e se o meu filho arremessasse a minha neta após tê-la matado, eu não teria a frieza de proteger o meu filho assassino e a sua irmã no caso a tia de Isabella ou a avó já teriam caído em contradições com demonstrações emocionais de estarem mentindo. Sobre a mãe biológica arriscarei aqui algo pouco provável, mas faço questão de citar a revolta da sua mãe de ver a sua filha assassinada de uma forma tão monstruoso não teria na época a deixado cega ao ponto de condenar a companheira que vive com o seu marido, em outras palavras, o estado emocional da revolta, o ciúmes, o instinto de mãe, e a sensibilidade de um ser humano não estaria influenciando a acusação contra seu ex marido e sua companheira.
Este casal possui dois filhos com idade próxima da menina assassinada. Eles já estão habituados ao convívio com crianças. Não acredito que tivessem tido momentos de explosões ao ponto de bater a cabeça da criança até o sangramento.
Duvida nº 3- o pai biológico ficaria totalmente insensível ao ver a madrasta agredindo a criança e após vê-la morta a levaria a ate a janela e a jogaria lá para baixo. Este corpo caído no gramado os incriminaria, é preciso ser muito irracional para tomar essa atitude, ate mesmo os vendo como pessoas monstruosas.
Duvida nº 4- os outros elementos dessa família, a avó, o avô e a tia seriam todos monstros insensíveis que diante de um fato tão bárbaro se uniriam e arquitetariam uma historia repleta de mentiras para encobrir um casal monstruoso “que matou a neta e a sobrinha”. Se isso for verdade as coisas ficam ainda mais graves. Uma avó monstruosa, um avô advogado também monstruoso assim como a tia e pelo histórico as três crianças tinham uma relação até que agradável entre si. A menininha assassinada tinha ate o seu quartinho na casa do pai.
A minha intenção com este texto é levar as pessoas a uma reflexão do oposto do que esta sendo discutido nos meios de comunicação e parece que influenciando a opinião podendo levar o casala a condenação. Se este casal realmente matou a criança e se no Brasil tivéssemos a pena de morte e se esse casal fosse condenado, eu sou a favor da pena de morte, inclusive até como exemplo de punição para atos tão bárbaros. Como é difícil julgar como é tênue esta duvida entre o condena e não condena. Quantas variáveis envolvem desde uma imprensa querendo mais ibope para com isso ter mais anunciantes e adquirir mais lucro, pessoas na porta do Tribunal fazendo micagens para aparecer por alguns segundos, um promotor publico digno de respeito com uma consciência diante de uma assunto delicadíssimo, um júri que tenta se posicionar de uma forma neutra mas que são seres humanos e podem sim ser influenciados pelas emoções, os avós e a tia, caso o casal venha a ser condenado de uma forma indireta também são responsáveis pois devem saber da verdade e esta verdade é tão delicada e a palavra final de um juiz após analisar os cálculos dos jurados dizer:
"Eu os condeno a ficarem trancados por 15 ou 20 anos, seus dois filhos serão criados por outras pessoas ou eu Juiz absolvo o casal.”
O juiz pega sua pasta, pega seu notebook e no transito ao fechar o farol alguns lhe apontam o dedo, ao entrar em uma padaria e pedir um café os presentes o olham e fazem comentários, ao subir no elevador uma senhora comenta com sua filha:
"Esse é o Juiz que condenou ou absolveu."
É senhores, a justiça é muito mais complexa que meia hora de mídia.
Imagine o estado emocional deste casal agora, 11h15min.
Em questão de horas poderão ter suas vidas definitivamente acabadas e se forem absolvidos voltarão para suas casas com o estigma de dificilmente se apaga.
Existe um ditado inglês:
"A dignidade de um homem é algo que quando enxovalhado é quase impossível a reestruturação, seria como subir na torre de uma igreja em um dia de muito vento, abrir um travesseiro de plumas e lançá-las ao vento. Para se reestruturar a dignidade de uma pessoa seria como ter que recolher pena por pena do travesseiro espalhado ao vento. Quase que impossível."
Oscar Maroni
RG: 4688247
Um brasileiro que se preocupa em fazer um mundo mais justo.
Francisco Cembranelli foi homenageado na FMU na manhã desta segunda. Roberto Podval, advogado do casal Nardoni, também recebeu homenagem.
Juliana CardilliDo G1, em São Paulo
O promotor Francisco Cembranelli (à esquerda) e o advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval (à direita), em homenagem promovida pela FMU (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Recém-chegado de uma viagem a Nova York, nos Estados Unidos, de onde voltou com a família na madrugada desta segunda-feira (12), o promotor Francisco Cembranelli, responsável pela acusação no julgamento que condenou o pai e a madrasta da menina Isabella, contou ter sido reconhecido e parado na rua até na cidade norte-americana. O assédio também foi constante durante homenagem recebida nesta manhã no Complexo Educacional FMU, onde estudou – dezenas de jovens buscam se aproximar dele para tirar fotos e até mesmo pedir um autógrafo.
A homenagem foi dividida com seu adversário no emblemático júri: Roberto Podval, advogado de defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, também ex-aluno da instituição. Ambos receberam o título de promotor e advogado do ano, respectivamente.
“Nova York vive recheada de brasileiros. Muitos me pararam nas ruas, até brasileiros que residem lá e que acompanham pelos canais de satélite, viram o caso, então isso faz parte. Não me considero celebridade, essa fama vem de uma grande tragédia, mas eu procuro atende a todos com gentileza porque eu vejo isso como um reconhecimento do trabalho feito, que não começou no dia do julgamento, mas sim quando o crime foi praticado”, disse o promotor aos jornalistas depois do evento.
Em clima de cordialidade, com direito a risadas e cumprimentos, os dois evitaram falar sobre detalhes do processo na presença do outro. Ambos foram muito solicitados pelos estudantes – que além de fotos, levaram do processo para que fossem autografadas.
Francisco Cembranelli recebe diploma de promotor do ano na FMU (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O primeiro a agradecer a homenagem foi Podval. Bastante descontraído, ele arrancou aplausos e risos dos estudantes desde o início, quando brincou sobre a lotação do auditório. "A última vez que encontrei tanta gente assim era para me bater", disse ele, em referência às agressões sofridas por populares em frente ao Fórum de Santana durante o julgamento. Em seguida, se manteve no assunto e pediu um auditório maior para a faculdade. "Minha função é defender, e eu não perco o vício."
Durante seus agradecimentos, o advogado conseguiu arrancar risadas até do promotor Cembranelli - quando disse que, excepcionalmente, a defesa estava falando primeiro, e quando afirmou ser chorão, reforçando que o promotor havia presenciado isso durante o júri. Ele também brincou com a diferença de idade entre os dois, de cinco anos. "Sou muito mais jovem que o Cembranelli, por isso a diferença de idade com os alunos é menor".
Na vez de Cembranelli, o promotor foi surpreendido logo no início de sua fala, quando uma das mulheres presentes gritou “lindo”. Visivelmente constrangido, ele disse esperar que o artifício não fosse usado por nenhuma advogada no futuro, pois o desarmaria em um julgamento.
O promotor também se assustou com o número de pessoas no auditório, lotado de estudantes. “Achei que estava novamente no júri, de tanta gente que está presente”, afirmou. Ao contrário de Podval, que não citou o nome de Isabella nem de seus clientes em seu discurso, Cembranelli reforçou que todo o destaque dado a ele veio como consequência de seu trabalho após a morte da menina.
“Trocaria tudo isso pelo anonimato absoluto, voltaria tranquilamente para os meus plenários que não contam com espectadores, se pudesse devolver Isabella à sua mãe”, afirmou ele, para em seguida se dirigir a Podval. “Tenho hoje Podval como um grande amigo, uma pessoa cavalheira, por tudo o que fez. Não travamos duelos, apenas estávamos em lados opostos, defendendo um ideal diferente, mas com respeito, a fim de que a Justiça fosse feita.”
O advogado Roberto Podval responde a perguntas dos jornalistas após homenagem (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Depois da viagem com a família e o descanso, o promotor já tem um novo júri marcado. “A vida continua, já tenho outros julgamentos agendados, na próxima quarta-feira eu tenho o primeiro depois daquele. Tenho outros casos pela frente, tão importantes quanto, e vou me dedicar nos próximos 10, 15 anos da minha carreira ao tribunal do júri, que é o que eu sempre fiz, gosto de fazer e me acho mais útil para a sociedade”, afirmou.
Recursos Em relação ao julgamento, Podval afirmou que há dois pontos principais em relação aos recursos pedidos por ele e sua equipe: a apelação, relativa aos méritos das questões, e o protesto por um novo júri – nesse caso, ele pede que os dois sejam julgados de acordo com a lei em vigor na data do crime, em que condenados a mais de 20 anos de prisão tinham direito a um novo júri.
“A gente precisa esperar uma decisão do Supremo [Tribunal Federal], que sobre o tema ainda não se manifestou”, afirmou ele, que acredita que seu caso demore entre um ano e meio a dois anos para ser analisado pelo STF.
O promotor Cembranelli se disse tranquilo com os protestos da defesa – para ele, uma parte normal do processo. “A defesa tem como lema que a esperança é a ultima que morre. Desde o início ela vem acreditando nos recursos interpostos, nos habeas corpus, e vem colhendo insucessos atrás de insucessos. Acredito que não será diferente no protesto, não cabe [um novo júri], o júri que aconteceu foi o primeiro e último, não acontecerá outro.”