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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Há radioatividade no terreno da Nuclemon?




Sim, há radiação, mas o nível é muito baixo como para afirmar que tem quaisquer efeitos em seres humanos.
Abril 25, 2000

Cintilometro No dia 25 de abril de 2000, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, a convite de Dona Regina Aleotti, Presidente do Clube Lojista Brooklin, a Dra. Yannick Nouailhetas (Bióloga e Coordenadora de Instalações Nucleares, da Superintendência de Licenciamento e Controle, da Comissão Nacional de Energia Nuclear -CNEN) e a Engª Química Dejanira Lauria (Especializada em Radioquímica e pesquisadora do Instituto de Radioproteção e Dosimetria/CNEN) esclareceram aos membros da comunidade os aspectos técnicos da liberação do terreno da antiga Nuclemon, localizado na esquina da Rua Princesa Isabel com a Rua Laplace. Entre os presentes encontrava-se um ex-empregado da empresa, que trabalhou cinqüenta anos no local, e parece haver sobrevivido muito bem aos efeitos da radiação.

A Usina de Santo Amaro processava quimicamente a monazita, visando a obtenção de cloretos de lantanídeos. Este processo gera rejeitos e subprodutos de processamento que são radioativos, a saber, Mesotório (Ba(Ra)SO4) e Torta II (hidróxido de Th e U), respectivamente. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) emitiu um certificado liberando o terreno para qualquer uso. Segundo as cientistas, a CNEN atuou no local como fiscalizadora dos processo de descontaminação das edificações e remoção dos rejeitos, que foram levados -devidamente embalados- para um depósito situado na Usina Interlagos (na Av. Interlagos com a Miguel Yunes) . Acompanhou, também, o levantamento radiométrico do terreno, em um primeiro momento, realizado com cintilômetro, em malha de 2m x 2m e, posteriormente, a coleta de amostras de solo para a caracterização dos contaminantes. No processo, efetuado segundo os padrões da Comissão Internacional de Proteção Radiológica-ICRP, adotados pela CNEN, foram removidos 8.400 m3 de terra com níveis de radiação superiores àqueles previstos para a liberação irrestrita do local.

Foi questionado por alguns dos presentes que o fato da CNEN estar sob o mesmo teto funcional da Nuclemon (ambas dependendo do Ministério da Ciência e Tecnologia) tornava o assunto muito suspeito, face o elevado valor do terreno (US$ 10 milhões). A alternativa aceitável seria solicitar a opinião de um especialista totalmente isento, que garantisse as medições efetuadas pela Nuclemon, e confirmadas pela CNEN, no seu processo de fiscalização. Dona Regina Aleotti comprometeu-se a pleitear na construtora a medição proposta.

Após a palestra, os presentes, junto com as cientistas da CNEN, foram ao local, e comprovaram com a ajuda de um cintilômetro que o nível de radiação, a nível do solo, encontra-se dentro dos limites esperados (na foto acima é possível apreciar a leitura no terreno, numa escala de 500). Nos níveis atuais, uma criança que estivesse 15 horas/dia dentro de casa, no local, e 2 horas/dia no playground receberia 1 mSv/ano de dose de radiação, um nível compatível com exposições naturais.

Uma vizinha manifestou sua preocupação sobre a presença de radiatividade num certo local do terreno, onde recentemente foram demolidas umas estruturas. A vizinha afirmou que observou do seu apartamento supostos técnicos efetuando o que parecia ser uma medição, e manifestando sinais de preocupação com os resultados observados. Ao medir o local, observaram-se níveis de radiação desprezíveis. Detalhe: a vizinha estava fumando, um ato comprovadamente cancerígeno.

Dra. Yannick Novailhetas Engª Química Dejanira Lauria
Dra. Yannick Novailhetas Engª Química Dejanira Lauria
Medição Regina Aleotti
Medição Regina Aleotti



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O que é a Radioatividade?
Informe suplementar à palestra proferida pela Dra. Novailhetas e pela Engª Lauria

Abril 25, 2000

Toda a matéria é composta por átomos. Os átomos são constituídos por um núcleo (composto por próton, com carga positiva, e neutrons, sem carga) ao redor do qual giram os elétrons, com cargas negativas.

A radioatividade é um processo natural decorrente da liberação de energia de um núcleo atômico cuja relação entre o número de prótons e de neutrons resulta em uma configuração instável; o processo modifica a relação próton/neutrons do núcleo e leva a configurações estáveis (não radioativas). O ambiente no qual vivemos é naturalmente radioativo. Por exemplo, respiramos Carbono 14, que é radioativo, e é formado a partir da interação das radiações cósmicas com a atmosfera; comemos bananas que apresentam em sua composição Potássio 40, com núcleo instável, emissor de raios gama, entre outros. Vivendo em um ambiente radioativo, os seres humanos, e todos os demais seres vivos, são naturalmente radioativos. O problema está na quantidade de radiação à qual estes seres venham a ser expostos: acima de certo nível a exposição às radiações provoca, no corpo humano, e nos demais seres vivos, algumas reações adversas:

  • a geração de radicais livres, provocando oxidação nas moléculas biológicas (DNA, etc.);
  • alterações no material genético, impedindo as células de se reproduzirem;
  • alterações na material genético, levando à transformação celular que, eventualmente, e em função de uma série de fatores que incluem características próprias e a predisposição do indivíduo irradiado, pode degenerar em câncer.

Mas níveis baixos de radiação são absorvidos sem maiores conseqüências pelas células do corpo humano, que possuem mecanismos de defesa e de recuperação. Segundo as cientistas, os estudos disponíveis, relativos à questão da exposição à baixas doses de radiação, não são conclusivos quanto à indução, ou não, de cânceres em seres humanos. Na falta de embasamento científico assume-se que, no que diz respeito a exposições à radiação resultantes de atividade humana, deve imperar a prudência: as doses devem ser as menores possíveis, dentro do razoável, considerados os fatores econômicos e sociais envolvidos.









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