21/08/2009 - 10h47
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
Do UOL Notícias
Em Brasília
Aloizio Mercadante (PT-SP) anunciou na tribuna do Senado, na manhã desta sexta-feira (21), que vai permanecer na liderança do partido na Casa. O petista recuou após pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele continuasse na função.
"Não tenho como dizer não ao presidente"
Mercadante cogitava deixar a liderança devido à posição dos senadores do PT no Conselho de Ética, que ajudaram a arquivar as acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na quinta-feira (20), o petista anunciou que sua saída era "irrevogável". Na mesma quinta, à noite, Mercadante e Lula se reuniram por cinco horas. Além da conversa, o presidente reiterou seu pedido para Mercadante ficar por meio de uma carta, entregue ao senador na manhã desta sexta-feira e lida na íntegra por ele no Senado.
Na carta, Lula diz que o líder "expressou novamente sua indignação com o que tem acontecido no Senado Federal e com o posicionamento do PT no Conselho de Ética", mas que, mesmo assim, "não poderia concordar com sua renúncia à liderança da bancada do PT".
Grupo de discussão
Como você avalia o recuo de Mercadante em não mais renunciar à liderança do PT?
Em seguida, Mercadante pediu desculpas à família e confirmou sua permanência no cargo. "Quero pedir desculpas para a Regina, ao Pedro, à Mariana, aos meus filhos. Sei qual é o sentimento deles. Mas tenho convicção profunda que, mesmo que seja alto, esse sacrifício ajuda milhões de pessoas, ajuda a fazer um país melhor. Eu não tenho como dizer não ao presidente".
O petista, no entanto, reconheceu que o governo e o PT cometeram erros políticos. "Essa Casa errou. Meu partido errou. Eu errei. Só espero que possamos aprender com esses erros."
No início do discurso, Mercadante disse que sua decisão era "difícil", porque os recentes acontecimentos no Senado - particularmente a decisão do Conselho de Ética pelo arquivamento de todas as acusações contra o presidente do Senado, José Sarney - tinham trazido um sentimento de "descrença" para a sociedade.
VOTE NA ENQUETE
"É um sentimento que ficou muito consolidado a partir da decisão do Conselho de Ética de não aprofundar nenhuma investigação a respeito das denúncias que tivemos nesse período. Subo nessa tribuna com o sentimento de frustração. A frustração de um líder de bancada que lutou com todos os instrumentos e a força que tinha pra construir uma caminho para solucionar a crise no Senado".
O petista ressaltou seu posicionamento e de parte da bancada em defesa de que ao menos uma denúncia, ligada aos atos secretos do Senado, deveria ser investigada. Afirmou que Sarney "não é o único responsável, ainda que tenha grande responsabilidade" por ter sido três vezes presidente da Casa. "A apuração dessa matéria era o caminho para esta Casa ir a fundo e se reformar".
Seguiu dizendo que estava disposto a renunciar, mas que antes conversou com várias pessoas. "Conversei com vários senadores que disseram: 'Mercadante fica, fica. Não saia'. Para minha surpresa, até senadores da oposição se solidarizaram".
"Conversei com a ministra Dilma (Rousseff, da Casa Civil), ela disse que não concordava com a minha saída. O Berzoini (presidente nacional do PT) me ligou, apesar de todas as divergências que tivemos nessa matéria, disse que não deveria sair", acrescentou, falando também sobre a conversa de cinco horas que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite desta quinta. "O presidente Lula disse muita coisa que mexe com a minha história e a minha vida"
Fale com o Ministério
Antes de enviar sua mensagem consulte a seção Perguntas Freqüentes. Sua dúvida já pode estar respondida. Caso queira registrar uma reclamação ou denúncia preencha o formulário abaixo. Você também pode ligar para o Disque Saúde - 0800 61 1997, a Central de Teleatendimento do Departamento de Ouvidoria Geral do SUS, para receber informações sobre doenças e registrar reclamações, denúncias e sugestões. Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário