Plantão | Publicada em 26/08/2009 às 15h11m
Reuters/Brasil OnlineCIDADE DO CABO (Reuters) - A África do Sul não tem outra escolha a não ser desenvolver a sua própria vacina para a gripe H1N1, disse o ministro da Saúde Aaron Motsoaledi nesta quarta-feira, mencionando a preocupação de que o tratamento poderá não estar disponível para os países mais pobres.
"A África do Sul chegou a um ponto onde não temos opção a não ser começar a desenvolver a nossa própria produção da vacina, não apenas para a H1N1, mas de forma geral," disse Motsoaledi ao Parlamento.
"A característica perturbadora do mundo de hoje (...) foi expressa pelo ministro da Saúde do Camboja, que percebeu que o mundo desenvolvido, após produzir a vacina, pode querer cobrir a sua população primeiro, antes de pensar sobre o mundo em desenvolvimento," afirmou Motsoaledi.
A África do Sul tem uma indústria crescente de produção de vacinas, mas segundo especialistas é improvável que o país seja capaz de produzir uma vacina para a gripe suína em breve.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a gripe suína como pandemia em junho. A doença matou cerca de 1.800 pessoas após se disseminar para quase 180 países, 25 deles na África.
Os últimos números do Instituto Nacional para Doenças Contagiosas, da África do Sul, mostram que 15 pessoas morreram em decorrência do vírus, com mais de 5 mil casos foram notificados.
A gripe suína, que atinge principalmente grávidas e crianças pequenas, infectou cerca de 182 mil pessoas em todo o mundo, de acordo com números oficiais, mas os especialistas em saúde e cientistas afirmam que o número real deve estar em milhões.
Normalmente a doença pode ser tratada com o oseltamivir, mas as vacinas são recomendadas como um método de prevenção em massa.
Mencionando estatísticas da OMS, Motsoaledi disse que era improvável que as possíveis vacinas de H1N1 fossem desenvolvidas antes de novembro ou até abril do ano que vem.
"Infelizmente, não há capacidade nos países em desenvolvimento para produzir suas próprias vacinas e no momento toda a produção de vacina está sendo processada na Europa e na América, com a China também no processo de fazer isso," disse ele.
Entre as fabricantes de vacinas estão a unidade MedImmune da AstraZeneca's, a GlaxoSmithKline Plc, a Novartis AG e a Sanofi-Aventis SA.
O Tamiflu, da Roche AG e da Gilead Sciences Inc's, e o Relenza, da Glaxo, são usados no tratamento de influenza e foram recomendadas às pessoas sob risco de sofrerem complicações ou morrer.
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