A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte queda nesta quarta-feira. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro de ações, desabou 6,74%, a 45.908,51 pontos. Com essa pontuação, acumulou perda de 28,14% no ano. Só em setembro, o prejuízo já é de 17,55%.
O dólar comercial avançou 2,58%, e fechou cotado a R$ 1,867 para venda, a maior cotação de encerramento em quase um ano (desde 24 de setembro de 2007).
O otimismo da sessão anterior, motivado pela decisão do Fed, o banco central norte-americano, de manter a taxa básica de juros da economia em 2% anuais, não prevaleceu nesta quarta-feira. Mais uma vez, a crise financeira nos Estados Unidos elevou a preocupação dos investidores.
Noticiário
O órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos (SEC, Securities and Exchange Commission) anunciou nesta quarta-feira maior rigidez nas normas sobre a venda de ações, como forma de lutar contra a manipulação das cotações na Bolsa.
O banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), anunciou a concessão de um empréstimo de US$ 85 bilhões para tentar evitar a falência da seguradora AIG, a maior do país.
Em retorno, o governo assumirá o controle de quase 80% das ações da empresa e o gerenciamento dos negócios - medidas similares às acertadas no acordo de resgate das gigantes hipotecárias Freddie Mac e Fannie Mae.
O terceiro maior banco britânico, o Barclays chegou a um acordo para adquirir o conjunto das atividades norte-americanas e a sede do gigante dos investimentos Lehman Brothers, por US$ 1,75 bilhão.
O Barclays disse que adquirirá ativos em um valor estimado de US$ 72 milhões e dívidas de US$ 68 milhões por um soma de US$ 250 milhões em espécie.
Também nos Estados Unidos, saíram dois importantes indicadores econômicos nesta quarta-feira. O déficit em conta corrente no segundo trimestre superou previsões de analistas e chegou a US$ 183,1 bilhões, acima dos US$ 175,6 bilhões registrados nos primeiros três meses do ano.
A atividade de construção de casas caiu 6,2% em agosto. Começaram a ser construídas, a uma taxa anualizada o equivalente a 895 mil residências; especialistas esperavam que esse número chegasse a 950 mil. Foram dados avais para construção de 854 mil moradias (taxa anualizada), contra previsão de 925 mil.
Mercados
Na Europa, a preocupação com a crise norte-americana permaneceu e as Bolsas fecharam em queda.
Em Londres, o índice FTSE-100 caiu 2,25%, para 4.912,40 pontos. O CAC-40, de Paris, recuou 2,14%, para 4.000,11 pontos e em Frankfurt, o DAX somou 5.860,98 pontos, com declínio de 1,75%.
Na Ásia, a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 1,21% nesta quarta, um dia depois de cair quase 5%, a seu menor nível em mais de três anos.
Mas outros mercados importantes na região caminharam no sentido contrário. A Bolsa de Hong Kong perdeu no fechamento 3,6%, enquanto a de Xangai caiu 2,9% por preocupações com o impacto da tempestade financeira americana sobre a economia chinesa.
"O sistema financeiro continuará sendo o principal fator que move os mercados e o pânico continuará gerando uma enorme volatilidade", advertiu o operador Iain Griffiths, do CMC Markets.
"O resgate da AIG foi importante para os mercados americanos. No entanto, ainda temos dúvidas se isso será suficiente para influenciar positivamente as Bolsas", acrescentou.
(Com informações de Reuters, AFP e Valor Online) Sphere: Related Content
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