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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O caos na saúde pública e a queda do secretário Bastos



A crise na saúde pública de Ponta Grossa ganhou novo capítulo nessa quinta-feira com o pedido de afastamento do médico Winston Bastos da secretaria municipal. O prazo estipulado pela Justiça para o prefeito Pedro Wosgrau Filho exonera-lo é de 72 horas.


A crise na saúde pública de Ponta Grossa ganhou novo capítulo nessa quinta-feira com o pedido de afastamento do médico Winston Bastos da secretaria municipal. O prazo estipulado pela Justiça para o prefeito Pedro Wosgrau Filho exonera-lo é de 72 horas. Quem moveu a ação civil pública foi o promotor Fuad Faraj, da Defesa da Saúde Pública.
Bastos não é alvo do MP por se envolver em atividades ilícitas. O problema é que, com outros empregos, ele contrariou o artigo 28 da Lei Orgânica da Saúde, a qualquer determina que os profissionais que exercem “cargos de gestão, coordenação e assessoramento no âmbito do SUS devem dedicar-se à atividade de forma integral”.
Com outros compromissos, o médico não conseguiu resolver os problemas pontuais na área de saúde, e ainda comprometeu todo o sistema. O Hospital Municipal é o retrato fiel do mau gerenciamento. A cidade perdeu o Pronto Socorro, os postos nos bairros não funcionam a contento e programas de saúde são questionados pela população.
O MP descobriu que Bastos, além de secretário, exercia outras cinco atividades profissionais: é médico e administrador do Centro de Excelência em Assistência à Saúde; atende na Clínica de Medicina e Cirurgia; integra o corpo clínico do Hospital Santa Casa de Misericórdia; é auditor do Sistema de Assistência à Saúde (SAS) do Paraná e presta serviço à Unimed.
O postulante a cargo de secretário não pode fazer a função de “bico” e quem quer mandar na área de saúde precisa sim dedicar tempo integral para prestar um serviço de qualidade à população, principalmente a carente que sofre diariamente com a falta de remédios e de médicos nas unidades. E Basto não é o único alvo do MP. Outros médicos que fazem parte do “cabidão” da Prefeitura estão sob investigação.
O juiz da 2ª Vara Cível da Comarca, Gilberto Romero Perioto, em sua decisão, retrata, em poucas linhas o que é a saúde de Ponta Grossa. “Diga-se de passagem, é notória sua falência, onde as políticas públicas, na maioria das vezes, são incoerentes e desrespeitam a sociedade”, assinala. Alguém vai contra-argumentar? A saída de Winston Bastos significará uma oxigenação na área de saúde. O médico se desgastou e criou um desgaste político desnecessário ao prefeito Pedro Wosgrau.







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