Se o governo não ceder às reivindicações, atendimentos serão restritos a partir de 27 de setembro
Deivison Ávila
Cerca de 100 representantes dos 239 hospitais sem fins lucrativos do Estado se reuniram nesta quinta-feira na sede da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em pauta, a análise da proposta apresentada pela Secretaria da Saúde (SES), a aprovação de uma manifestação que será realizada em setembro e a permanência do grupo em estado de assembleia.
O Movimento SOS Hospitais Filantrópicos espera que o governo gaúcho conceda uma verba emergencial de R$ 100 milhões. As instituições, somadas, disponibilizam 66,6% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) disponíveis e são responsáveis por mais de 70% das internações. Porém, enfrentam dificuldades financeiras, tanto que os gestores ameaçam fechar as portas e entregar as chaves para o governo do Estado.
Para o presidente da federação, Oswaldo Balparda, o movimento ganhou corpo e qualquer tipo de recuo no pedido de verba seria um sinal de fraqueza. “No momento, estamos unidos e não aceitamos outra proposta que não seja o aporte de R$ 100 milhões, com a primeira parcela até o dia 15 de setembro e o restante ainda neste semestre”, comunica.
Os representantes dos hospitais decidiram não aceitar o valor de forma parcelada e que o financiamento junto ao Banrisul, oferecido pelo secretário da Saúde, Ciro Simoni, só agravaria o endividamento das instituições. “Continuaremos a luta pelo valor total e nosso pedido é em caráter de urgência. Enquanto aguardamos a decisão, continuaremos mobilizados”, informa o presidente.
“Todos os gestores estão com a corda no pescoço, e este valor solicitado é o mínimo para que possamos continuar operando de forma emergencial”, reforça a presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Sinos, irmã Liane Postai.
A proposta inicial apresentada pelo governo estadual consistia em um repasse de R$ 50 milhões (R$ 36 milhões da União e R$ 14 milhões do Estado) e o financiamento de outros R$ 50 milhões através do Banrisul. Nesta quinta-feira, Simoni ligou para Balparda e sugeriu um novo acordo, pelo qual o governo disponibilizaria R$ 50 milhões pagos em duas vezes (outubro e novembro), além de aumentar o crédito de financiamento para R$ 70 milhões. Esta última indicação foi recebida com ironia pelos gestores, pois aumentaria ainda mais a dívida.
Também nesta quinta, o grupo foi até a Assembleia Legislativa para buscar apoio junto aos deputados. No final do encontro foram definidas futuras manifestações por parte do grupo de gestores. No dia 23 de setembro, eles se reunirão em um ato público na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini. E, a partir do dia 27 do mês que vem, caso o pedido de verba não seja atendido, será colocada em prática uma agenda de restrições para os serviços. Somente os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.Sphere: Related Content
Nenhum comentário:
Postar um comentário