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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Nelson Jobim cai e Dilma nomeia Celso Amorim novo ministro da Defesa

O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou ao último programa "É Notícia" que o Brasil deve retirar suas tropas do Haiti. As declarações foram dadas ao jornalista Kennedy Alencar no programa exibido na madrugada desta segunda-feira (1).

Jobim pede demissão e Celso Amorim será o novo ministro

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ANA FLOR
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff convidou o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a assumir a pasta da Defesa. Amorim aceitou, mas a posse ainda não foi marcada.

Em uma rápida reunião na noite desta quinta-feira, o ministro Nelson Jobim entregou sua carta de demissão.

O ministro cancelou a participação em evento da Defesa na tarde desta quinta-feira e antecipou a volta de Tabatinga (AM) a Brasília para se encontrar com Dilma.

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A presidente conversou por telefone com Jobim e, segundo a Folha apurou, disse a ele que, diante da polêmica criada por suas declarações, a única saída era ele pedir demissão. Do contrário, teria afirmado Dilma, não lhe restaria outra opção a não ser ela mesma demiti-lo.

O ministro tem feito declarações polêmicas e desagradado o governo. À revista "Piauí" ele disse que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) é "fraquinha" e que Gleisi Hoffmann (Casa Civil) "sequer conhece Brasília".

O ministro, no entanto, negou na tarde de hoje que tenha se referido de forma pejorativa ao trabalho das ministras.

Os trechos da entrevista foram antecipados pela coluna de Mônica Bergamo na edição da Folha desta quinta.

Após a declaração, o governo espera que o ministro se antecipe e formalize seu pedido de demissão. Considera essa a melhor alternativa. Jobim está em missão oficial a Tabatinga, ao lado do vice-presidente Michel Temer e do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

POLÊMICAS

A situação do ministro já havia ficado insustentável nos últimos dias após a declaração de que votou em José Serra nas eleições de 2010. A revelação foi feita no programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

Apesar disso, Dilma preferiu não tomar nenhuma atitude em meio a uma semana politicamente conturbada.

Jobim também causou constrangimento ao Planalto recentemente, na solenidade de homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, disse ser preciso tolerar a convivência com "idiotas", que "escrevem para o esquecimento". Ele explicou ter se referido a jornalistas, mas petistas entenderam como recado ao governo.


Novo ministro não deixou saudade no Itamaraty

Obcecado por construir uma política externa 'independente' das grandes potências, Amorim levou a diplomacia a situações constrangedoras

Gabriel Castro
Celso Amorim terá como missão dar fim ao processo de escolha dos caças

Celso Amorim terá como missão dar fim ao processo de escolha dos caças (Eduardo Anizelli/Folhapress)

Celso Amorim nasceu em Santos (SP), tem 69 anos de idade e é diplomata desde 1965. Ele havia deixado o governo com o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cuja gestão comandou o Ministério de Relações Exteriores. Antes disso, havia chefiado o Itamaraty também na gestão de Itamar Franco.

Amorim foi o artífice do alinhamento brasileiro a algumas das piores ditaduras do globo durante o governo Lula. Também guiou a política externa para uma constrangedora proximidade com o regime nuclear do Irã, cujo ápice da insensibilidade foi a recusa brasileira em condenar o apedrejamento de mulheres no país islâmico.

A leniência diante do ataque boliviano às refinarias da Petrobras foi outra marca do mandato de Amorim. Na gestão dele, o Brasil acelerou o contato com organismos multilaterais como tentativa de criar um eixo alternativo no cenário de poder global. Apesar de alguns avanços, o Itamaraty gastou tempo e energia com empreitadas com pouco futuro, como a Unasul do ditador venezuelano Hugo Chavez.

Missões - Filiado ao PT, Amorim deixou o cargo na gestão de Dilma Rousseff para dar lugar a Antonio Patriota, que deu um perfil mais moderado à política externa.

Na Defesa, Amorim terá como uma das principais missões dar fim ao longo processo de escolha dos caças que irão substituir parte dos aviões de combate da Aeronáutica. O governo tem adiado a compra, especialmente depois do corte orçamentário implementado pelo governo Dilma Rousseff.


Uma ameaça: Celso Amorim na Defesa. Fica, ministro Jobim! Fica!

jobim-amorim

Jobim e Amorim: até a oposição é capaz de dizer: -- Fica, ministro Jobim! Fica!

O ex-chanceler Celso Amorim está sendo cogitado para ocupar o lugar do ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Amorim, que meu amigo Augusto Nunes costumava chamar de “chanceler de bolso”, foi, como se sabe, um dos grandes articuladores da política externa do lulalato, que incluiu a amizade calorosa com ditadores com os irmãos Castro, de Cuba, o facínora que preside o Irã, Mahmoud Ahmadinejad, os governantes “bolivarianos” da Venezuela, Bolívia e Equador, além das frequentes abstenções do Brasil em votações na ONU sobre violação dos direitos humanos.

Meu Deus do céu, Celso Amorim, na Defesa…

Já pensaram?

Com todas as trapalhadas que vem cometendo, daqui a pouco até a oposição vai estar pedindo:

– Fica, ministro Jobim! Fica!



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