Tensão entre o governo e o ministo da Defesa entrou em escalada desde que presidenta decidiu jogar a escolha para 2012
A decisão da presidenta Dilma Rousseff de adiar para o ano que vem o processo de compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB) foi um dos fatores da tensão nascida entre o governo e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Coroado nos últimos meses com sucessivas declarações polêmicas feitas Jobim, o desgaste na relação entre a presidenta e o auxiliar entrou em escalada desde que Dilma decidiu engavetar negociações que herdou do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.
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Na época, auxiliares diretos de Jobim não pouparam comentários sobre a frustração do ministro, embora reconhecessem que, ao assumir a Presidência, Dilma naturalmente iria querer conhecer mais a fundo o assunto antes de tomar uma decisão final.
A decisão de renovar a frota da FAB nasceu ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem Jobim também foi ministro. O processo, entretanto, foi iniciado depois de ele deixar a gestão tucana. Sob Lula, Jobim participou ativamente das negociações com França, Suécia e Estados Unidos.
Com custo estimado entre R$ 10 bilhões e R$ 25 bilhões, o projeto envolve três grupos estrangeiros - a francesa Dassault, a americana Boeing e a sueca Saab - e é tema recorrente nas conversas diplomáticas entre o governo brasileiro e chefes de Estado. Antes de deixar o Planalto, Lula chegou a dar como certa a vitória dos aviões Rafale, produzidos pela Dassault, mas o governo acabou voltando atrás, persistindo assim o clima de indefinição sobre o negócio.
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