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terça-feira, 19 de abril de 2011

Lygia Fagundes Telles completa 88 anos; conheça sua trajetória


da Livraria da Folha

Divulgação
Triângulo amoroso desestabiliza ainda mais relação entre mãe e filha
Triângulo amoroso desestabiliza ainda mais relação entre mãe e filha

Quando se fala de Lygia Fagundes Telles, um emaranhado de letras e palavras se mistura. A confusão é natural, e em certa medida, a culpa é da autora. Mas muito provavelmente são poucos os que se incomodam com isso. Pelo contrário, as emoções despertas por seus textos fazem sentir, são sentidos, criam recordações não vividas, quem sabe inventadas.




Nascida em 19 de abril de 1923, Lygia completa 88 anos, e suas obras continuam a gerar comentários, agrados e outras histórias. Conhecer sua literatura é dar de cara com personagens interessantes, misteriosos, viscerais. Há toda uma construção na literatura da prestigiada escritora, que usa e abusa das vozes, do pensamento alto e da confusão.

"Ciranda de Pedra" é seu primeiro romance (já havia publicado livros de contos anteriormente), lançado em 1954, e causando espanto em alguns críticos, pela solidez das ideias de uma moça, que nem sequer era professora ou jornalista, mas sim advogada. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, e nunca largou a profissão, tendo se aposentado como procuradora no Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.


Eduardo Anizelli/Folhapress
A autora Lygia Fagundes Telles,que completa 88 anos, em sua casa em São Paulo
A autora Lygia Fagundes Telles,que completa 88 anos, em sua casa em São Paulo

A vontade de escrever ela sempre teve, e foram os amigos Carlos Drummond de Andrade e Erico Veríssimo, entre outros, que a incentivaram a publicar mais textos. Talvez porque eles fossem sábios ou divertidos, ela acatou as sugestões, e em 1963 lança "Verão no Aquário", vencedor do prêmio Jabuti.

Joel Silva/Folha Imagem
Lygia recebe o prêmio Juca Pato de Antonio Candido, ganhador em 2007
Lygia recebe o prêmio Juca Pato de Antonio Candido, ganhador em 2007




Nome:
Lygia Fagundes Telles

Nascimento:
19/04/1923

Natural:
São Paulo - SP

Menu da Autora


Lygia Fagundes Telles


(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando
sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi
a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago
até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto".

(Verde lagarto amarelo)



Quarta filha do casal Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, nasce na capital paulista, em 19 de abril de 1923, Lygia de Azevedo Fagundes, na rua Barão de Tatuí. Seu pai, advogado, exerceu os cargos de delegado e promotor público em diversas cidades do interior paulista (Sertãozinho, Apiaí, Descalvado, Areias e Itatinga), razão porque a escritora passa seus primeiros anos da infância mudando-se constantemente. Acostuma-se a ouvir histórias contadas pelas pajens e por outras crianças. Em pouco tempo, começa a criar seus próprios contos e, em 1931, já alfabetizada, escreve nas últimas páginas de seus cadernos escolares as histórias que irá contar nas rodas domésticas. Como ocorreu com todos nós, as primeiras narrativas que ouviu falavam de temas aterrorizantes, com mulas-sem-cabeça, lobisomens e tempestades.

Seu pai gostava de freqüentar casas de jogos, levando Lygia consigo "para dar sorte". Diz a escritora: "Na roleta, gostava de jogar no verde. Eu, que jogo na palavra, sempre preferi o verde, ele está em toda a minha ficção. É a cor da esperança, que aprendi com meu pai."

Em 1936 seus pais se separam, mas não se desquitam.

Porão e sobrado é o primeiro livro de contos publicado pela autora, em 138, com a edição paga por seu pai. Assina apenas como Lygia Fagundes.

No ano seguinte termina o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos, na capital paulista. Ingressa, em 1940, na Escola Superior de Educação Física, naquela cidade. Ao mesmo tempo, freqüenta o curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.

Inicia o curso de Direito em 1941, freqüentando as rodas literárias que se reuniam em restaurantes, cafés e livrarias próximas à faculdade. Ali conhece Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes, entre outros, e integra a Academia de Letras da Faculdade e colabora com os jornais Arcádia e A Balança. Para se sustentar, trabalha como assistente do Departamento Agrícola do Estado de São Paulo. Nesse ano conclui o curso de Educação Física.

Praia viva, sua segunda coletânea de contos, é editada em 1944 pela Martins, de São Paulo. O ano de 1945 marca o ano de falecimento de seu pai. Atenta aos acontecimentos políticos, Lygia participa, com colegas da Faculdade, de uma passeata contra o Estado Novo.

Terminado o curso de Direito, em 1946, só três anos depois a escritora publica, pela editora Mérito, seu terceiro livro de contos, O cacto vermelho. O volume recebe o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.

Casa-se com o jurista Goffredo da Silva Telles Jr., seu professor na Faculdade de Direito que, na ocasião,1950, era deputado federal. Muda-se, em virtude desse fato, para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal.

Com seu retorno à capital paulista, em 1952, começa a escrever seu primeiro romance, Ciranda de pedra. Na fazenda Santo Antônio, em Araras - SP, de propriedade da avó de seu marido, para onde viaja constantemente, escreve várias partes desse romance. Essa fazenda ficou famosa na década de 20, pois lá reuniam-se os escritores e artistas que participaram do movimento modernista, tais como Mário e Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Mafaldi e Heitor Villa-Lobos.

Maria do Rosário, sua mãe, falece em 1953 e, no ano seguinte, nasce seu único filho, Goffredo da Silva Telles Neto. As Edições O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, lançam Ciranda de pedra.

Seu livro de contos, Histórias do desencontro, é publicado pela editora José Olympio, do Rio de Janeiro, e é premiado pelo Instituto Nacional do Livro, em 1958.

Em 1960 separa-se de seu marido Goffredo e, no ano seguinte, começa a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.

Dois anos depois lança, pela editora Martins, de São Paulo, seu segundo romance, Verão no aquário. Passa a viver com Paulo Emílio Salles Gomes e começa a escrever o romance As meninas, inspirado no momento político por que passa o país.

Em 1964 e 1965 são publicados seus livros de contos Histórias escolhidas e O jardim selvagem, respectivamente, pela editora Martins.

A convite do cineasta Paulo César Sarraceni e em parceria com Paulo Emílio Salles Gomes, em 1967, faz a adaptação para o cinema do romance D. Casmurro, de Machado de Assis. Esse trabalho foi publicado, em 1993, pela editora Siciliano, de São Paulo, sob o título de Capitu.

Seu livro de contos Antes do baile, publicado pela Bloch, do Rio de Janeiro, em 1970, recebe o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França.

O lançamento, em 1973, pela José Olympio, de seu terceiro romance, As meninas, é um sucesso. A escritora arrebata todos os prêmios literários de importância no país: o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o de "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte.

Seminário de ratos, contos, é publicado em 1977 pela José Olympio e recebe o prêmio da categoria Pen Club do Brasil. Nesse ano participa da coletânea Missa do Galo: variações sobre o mesmo tema, livro organizado por Osman Lins a partir do conto clássico de Machado de Assis. Integra o corpo de jurados do Concurso Unibanco de Literatura, ao lado dos escritores e críticos literários Otto Lara Resende, Ignácio de Loyola Brandão, João Antônio, Antônio Houaiss e Geraldo Galvão Ferraz.

Em setembro desse ano, falece Paulo Emílio Salles Gomes. A escritora assume, face ao ocorrido, a presidência da Cinemateca Brasileira, que Paulo Emílio ajudara a fundar.

Em 1978 a editora Cultura, de São Paulo, lança Filhos pródigos. Essa coletânea de contos seria republicada a partir de 1991 sob o título A estrutura da bolha de sabão. A TV Globo leva ao ar um Caso Especial baseado no conto "O jardim selvagem".

Sua editora no período de 1980 até 1997, a Nova Fronteira, do Rio de Janeiro publica A disciplina do amor. No ano seguinte lança Mistérios, uma coletânea de contos fantásticos. A TV Globo transmite a telenovela Ciranda de pedra, adaptada de seu romance.

Em 1982 é eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, é eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, fundada por Gregório de Mattos, na vaga deixada por Pedro Calmon. Sua posse só ocorre em 12 de maio de 1987. Ainda em 1985 é agraciada com a medalha da Ordem do Rio Branco.

1989 é o ano de lançamento de seu romance As horas nuas. Recebe a Comenda Portuguesa Dom Infante Santo. Em 1990 seu filho, Goffredo Neto, realiza o documentário Narrarte, sobre a vida e a obra da mãe. Em 1991 aposenta-se como funcionária pública.

A Rede Globo de Televisão apresenta, em 1993, dentro da série Retratos de mulher, a adaptação da própria escritora do seu conto "O moço do saxofone", que faz parte do livro Antes do baile verde, num episódio denominado "Era uma vez Valdete".

Participa da Feira o Livro de Frankfurt, na Alemanha, em 1994, e lança, no ano seguinte, um novo livro de contos, A noite escura e mais eu, que ganhou os prêmios de Melhor livro de contos, concedido pela Biblioteca Nacional; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e Prêmio APLUB de Literatura.

Em 1996 estréia o filme As meninas, de Emiliano Ribeiro, baseado em romance homônimo de Lygia. Em 1997 participa da série O escritor por ele mesmo, do Instituto Moreira Salles. A editora Rocco adquire os direitos de publicação de toda a obra passada e futura da escritora.

Em 1998, a convite do governo francês, participa do Salão do Livro da França.

Seu livro Invenção e Memória foi agraciado com o Prêmio Jabuti, na categoria ficção, em 2001. Recebe, também, o "Golfinho de Ouro" e o Grande Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.

Agraciada, em março de 2001, com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).

Em 2005, recebe o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em língua portuguesa.

OBRAS DA AUTORA

Individuais

Contos:

Porão e sobrado, 1938
Praia viva, 1944
O cacto vermelho, 1949
Histórias do desencontro, 1958
Histórias escolhidas, 1964
O jardim selvagem, 1965
Antes do baile verde, 1970
Seminário dos ratos, 1977
Filhos pródigos, 1978 (reeditado como A estrutura da bolha de sabão, 1991)
A disciplina do amor, 1980
Mistérios, 1981
A noite escura e mais eu, 1995
Venha ver o por do sol
Oito contos de amor
Invenção e Memória, 2000 (Prêmio Jabuti)
Durante aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002
Meus contos preferidos, 2004
Histórias de mistério, 2004
Meus contos esquecidos, 2005

Romances:

Ciranda de pedra, 1954
Verão no aquário, 1963
As meninas, 1973
As horas nuas, 1989

Antologias:

Seleta, 1971 (organização, estudos e notas de Nelly Novaes Coelho)

Lygia Fagundes Telles, 1980 (organização de Leonardo Monteiro)

Os melhores contos de Lygia F. Telles, 1984 (seleção de Eduardo Portella)

Venha ver o pôr-do-sol, 1988 (seleção dos editores - Ática)

A confissão de Leontina e fragmentos, 1996 (seleção de Maura Sardinha)

Oito contos de amor, 1997 (seleção de Pedro Paulo de Sena Madureira)

Pomba enamorada, 1999 (seleção de Léa Masima).

Participações em coletâneas:

Gaby, 1964 (novela - in Os sete pecados capitais - Civilização Brasileira)

Trilogia da confissão, 1968 (Verde lagarto amarelo, Apenas um saxofone e Helga - in Os 18 melhores contos do Brasil - Bloch Editores)

Missa do galo, 1977 (in Missa do galo: variações sobre o mesmo tema - Summus)

O muro, 1978 (in Lições de casa - exercícios de imaginação - Cultura)

As formigas, 1978 (in O conto da mulher brasileira - Vertente)

Pomba enamorada, 1979 (in O papel do amor - Cultura)

Negra jogada amarela, 1979 (conto infanto-juvenil - in Criança brinca, não brinca? - Cultura)

As cerejas, 1993 (in As cerejas - Atual)

A caçada, 1994 (in Contos brasileiros contemporâneos - Moderna)

A estrutura da bolha de sabão e As cerejas, s.d. (in O conto brasileiro contemporâneo - Cultrix)

Crônicas publicadas na imprensa:

Não vou ceder. Até quando?. O Estado de São Paulo - 06-01-92
Pindura com um anjo. Jornal da Tarde - 11-08-96

Traduções:

Para o alemão:

- Filhos pródigos, 1983
- As horas nuas, 1994
- Missa do galo, 1994

Para o espanhol:

- As meninas, 1973
- As horas nuas, 1991

Para o francês:

- Filhos pródigos, 1986
- Antes do baile verde, 1989
- As horas nuas, 1996
- W. M., 1991
- Invenção e Memória, 2003

Para o inglês:

- As meninas, 1982
- Seminário dos ratos, 1986
- Ciranda de pedra, 1986

Para o italiano:

- As pérolas, 1961
- As horas nuas, 1993

Para o polonês:

- A chave, 1977
- Ciranda de pedra, 1990 (traduzido também para o chinês e espanhol).

Para o sueco:

- As horas nuas, 1991

Para o tcheco:

- Antes do baile verde, s.d. (traduzido também para russo)

Edições em Portugal:

- Antes do baile verde, 1971
- A disciplina do amor, 1980
- A noite escura e mais eu, 1996
- As meninas, s.d.

Para o cinema:

- Capitu (roteiro); parceria com Paulo Emílio Salles Gomes, 1993 (Siciliano).

- As meninas (adaptação), 1996

Para o teatro:

As meninas, 1988 e 1998

Para a televisão:

- O jardim selvagem, 1978 (Caso especial - TV Globo)
- Ciranda de pedra, 1981 (Novela - TV Globo)
- Era uma vez Valdete, 1993 (Retratos de mulher - TV Globo)

PRÊMIOS:

Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
Prêmio Guimarães Rosa (1972)
Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1980)
Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
Prêmio APLUB de Literatura
Prêmio Jabuti (Ficção) (2001)
Prêmio Camões (2005)


Dados obtidos em livros da escritora, outras publicações, na Internet e na revista "Cadernos de Literatura Brasileira - Instituto Moreira Salles.


Lygia Fagundes Telles

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Lygia Fagundes Telles Academia Brasileira de Letras
Lygia Fagundes Telles
Lygia em novembro de 2010
Nome completo Lygia de Azevedo Fagundes
Nascimento 19 de abril de 1923 (88 anos)
São Paulo
Nacionalidade Brasileira
Ocupação escritora, jurista
Principais trabalhos Ciranda de Pedra, As Meninas, As Horas Nuas

Lygia Fagundes Telles[1] (São Paulo, 19 de abril de 1923) é uma escritora brasileira, galardoada com o Prémio Camões em 2005.

É membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985[2] e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987.

Índice

[esconder]

[editar] Biografia

Foi a quarta filha de Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, tendo nascido na rua Barão do Bananal.

Em 1938, dois anos depois da separação dos pais, Lygia publicou o seu primeiro livro de contos, Porão e sobrado com a ajuda de seu pai, assinando como Lygia Fagundes. Em 1939 terminou o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos. No ano seguinte, ingressou na Escola Superior de Educação Física, também em São Paulo, ao mesmo tempo que frequentou um curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Em 1941 iniciou o curso de Direito e começou a participar activamente nos debates literários, onde conheceria Mário e Oswald de Andrade, Paulo Emílio Salles Gomes, entre outros nomes da cena literária brasileira. Fez, então, parte da Academia de Letras da Faculdade e escreveu para os jornais Arcádia e A Balança. Ao mesmo tempo, trabalhou no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo para pagar os estudos e a sua própria subsistência. Foi também em 1941 que terminou o curso de Educação Física. Foi na faculdade do Largo de São Francisco que conheceu a poeta que veio a ser a sua melhor amiga, Hilda Hilst.

Em 1944 publicou Praia Viva.

Em 1950 casou-se com o jurista Gofredo da Silva Teles Jr. (filho de Gofredo da Silva Teles), que era seu professor na Faculdade de Direito e deputado federal, o que a levou a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde funcionava a Câmara Federal. Em 1952, de volta à sua cidade natal, escreveu o seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, do qual se faria mais tarde uma telenovela, que é editado no ano seguinte, já depois da morte da sua mãe.

Em 1960 separou-se de Gofredo e, no ano seguinte, começou a trabalhar como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Em 1962 passou a viver com Paulo Emílio Salles Gomes. Inspirada pelo contexto político brasileiro, escreveu As Meninas.

Em parceria com Paulo Emílio, fez uma adaptação para o cinema do romance de Machado de Assis, Dom Casmurro, para o cineasta Paulo César Sarraceni - adaptação que adotaria a alcunha da personagem principal: "Capitu".

Em 1970 recebeu o Grande Prémio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pelo seu livro de contos Antes do baile. Em 1973, o seu romance As Meninas arrebatou os principais prémios literários brasileiros: o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o prémio de "Ficção" da Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 1977, foi galardoada pelo Pen Club do Brasil na categoria de contos, pela sua colectânea Seminário dos Ratos.

Em sequência da morte do seu companheiro, Paulo Emílio Salles Gomes, assumiu a presidência da Cinemateca Brasileira, fundada por este.

Em 1982 foi eleita para a cadeira 28 da Academia Paulista de Letras e, em 1985, por 32 votos a 7, foi eleita, em 24 de outubro, para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, na vaga deixada por Pedro Calmon, tomando posse em 12 de Maio de 1987.

Em 1995, Emiliano Ribeiro apresentou o filme As Meninas, baseado no romance da escritora. Em 2001 voltou a receber o Prémio Jabuti, na categoria de ficção, pelo seu livro Invenção e Memória. Em março de 2001 recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília.

A 13 de Maio de 2005 recebe o Prémio Camões, distinguida pelo júri composto por Antônio Carlos Sussekind (Brasil), Ivan Junqueira (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Vasco Graça Moura (Portugal), Germano de Almeida (Cabo Verde) e José Eduardo Agualusa (Angola).

[editar] Obras

[editar] Romances

[editar] Livros de Contos

[editar] Antologias

  • Seleta, 1971 (organização, estudos e notas de Nelly Novaes Coelho)
  • Lygia Fagundes Telles, 1980 (organização de Leonardo Monteiro)
  • Os melhores contos de Lygia F. Telles, 1984 (seleção de Eduardo Portella)
  • Venha ver o pôr-do-sol, 1988 (seleção dos editores - Ática)
  • A confissão de Leontina e fragmentos, 1996 (seleção de Maura Sardinha)
  • Oito contos de amor, 1997 (seleção de Pedro Paulo de Sena Madureira)
  • Pomba enamorada, 1999 (seleção de Léa Masima).

[editar] Participações em coletâneas

  • Gaby, 1964 (novela - in Os sete pecados capitais - Civilização Brasileira)
  • Trilogia da confissão, 1968 (Verde lagarto amarelo, Apenas um saxofone e Helga - in Os 18 melhores contos do Brasil - Bloch Editores)
  • Missa do galo, 1977 (in Missa do galo: variações sobre o mesmo tema - Summus)
  • O muro, 1978 (in Lições de casa - exercícios de imaginação - Cultura)
  • As formigas, 1978 (in O conto da mulher brasileira - Vertente)
  • Pomba enamorada, 1979 (in O papel do amor - Cultura)
  • Negra jogada amarela, 1979 (conto infanto-juvenil - in Criança brinca, não brinca? - Cultura)
  • As cerejas, 1993 (in As cerejas - Atual)
  • A caçada, 1994 (in Contos brasileiros contemporâneos - Moderna)
  • A estrutura da bolha de sabão e As cerejas, s.d. (in O conto brasileiro contemporâneo - Cultrix)

[editar] Crônicas publicadas na imprensa

Pindura com um anjo. Jornal da Tarde - 11 de Agosto de 1996

[editar] Traduções e adaptações

  • Para o alemão:
    • Filhos pródigos, 1983
    • As horas nuas, 1994
    • Missa do galo, 1994
  • Para o espanhol:
    • As meninas, 1973
    • As horas nuas, 1991
  • Para o francês:
    • Filhos pródigos, 1986
    • Antes do baile verde, 1989
    • As horas nuas, 1996
    • W. M., 199
    • As meninas 2005 (Les pensionnaires, Brésil 70, un rêve de liberté)
  • Para o inglês:
    • As meninas, 1982
    • Seminário dos ratos, 1986
    • Ciranda de pedra, 1986
  • Para o italiano:
    • As pérolas, 1961
    • As horas nuas, 1993
  • Para o polaco:
    • A chave, 1977
    • Ciranda de pedra, 1990 (traduzido também para o chinês e espanhol).
  • Para o sueco:
    • As horas nuas, 1991
  • Para o tcheco:
    • Antes do baile verde, s.d. (traduzido também para russo)
  • Edições em Portugal:
    • Antes do baile verde, 1971
    • A disciplina do amor, 1980
    • A noite escura e mais eu, 1996
    • As meninas, s.d.
  • Para o cinema:
    • Capitu (roteiro); parceria com Paulo Emílio Salles Gomes, 1993 (Siciliano).
    • As meninas (adaptação), 1996
  • Para o teatro:
    • As meninas, 1988 e 1998
  • Para a televisão:
    • O jardim selvagem, 1978 (Caso especial - TV Globo)
    • Ciranda de pedra, 1981 e 2008 (Novela - TV Globo)
    • Era uma vez Valdete, 1993 (Retratos de mulher - TV Globo)

[editar] Prêmios

Referências

  1. Pelas regras ortográficas atuais, seu nome deveria ser grafado Lígia Fagundes Teles.
  2. Academia Brasileira de Letras. Biografia. Acesso em 15 de maio de 2010

zina

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas


Precedida por:
Dalton Trevisan
Jabuti 01.jpg Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas / Novelas
1966
Sucedida por:
Bernardo Élis
Precedida por:
Rubens Teixeira Scavone
Jabuti 01.jpg Prêmio Jabuti - Romance
1974
Sucedida por:
Adonias Filho
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Lorbeerkranz.png ABL - quarta acadêmica da cadeira 16
1985 — atualidade
Sucedida por:
Precedida por:
Dalton Trevisan / Regina Rheda / Victor Giudice
Jabuti 01.jpg Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas / Novelas
1996
Sucedida por:
Marina Colasanti / Silviano Santiago / Antônio Carlos Villaça
Precedida por:
Raimundo Carrero / Marçal Aquino / Ignacio de Loyola Brandão
Jabuti 01.jpg Prêmio Jabuti - Contos / Crônicas
2001
Sucedida por:
Fernando Sabino
Precedida por:
Agustina Bessa-Luís
Prêmio Camões
2005
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José Luandino Vieira






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