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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rússia ameaça suspender adoções após devolução de criança por família americana


Do UOL Notícias*
Em São Paulo

A Rússia ameaça suspender todas as adoções de crianças feitas por famílias americanas depois da devolução de um garoto de 7 anos de idade, que tinha sido adotado por uma família do Tennessee (EUA). Na última quinta-feira (8), a criança desembarcou sozinha a Moscou em um voo só de ida e com um bilhete afirmando que o garoto era violento e tinha graves problemas psicológicos.

O ministro das Relações Exteriores russo, Segey Lavrov, chamou a ação como o último caso em uma série de problemas com adoções por famílias norte-americanas, incluindo três episódios em que crianças russas morreram nos EUA. No ano passado, cerca de 1.600 crianças russas foram adotadas nos Estados Unidos.

O ministério da Educação e Ciência russo, por sua vez, suspendeu a licença do grupo envolvido na adoção, a Associação Mundial para Crianças e Adolescentes, uma agência baseada em Renton, em Washington, EUA, enquanto durarem as investigações. Em Tennessee, as autoridades estão investigando a mãe adotiva, Torry Hansen, de 33 anos.

O garoto levava uma carta de Hansen, no qual ela justificava a devolução da criança por apresentar "graves problemas psicológicos". "Essa criança tem problemas mentais. Ele é violento e tem sintomas de psicopatia", dizia a carta.

O garoto, chamado Artyom Savelyev e que ganhou o nome de Justin Hansen após a adoção, foi encaminhado a um hospital de Moscou para passar por avaliação médica.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, P.J. Crowley, os Estados Unidos e a Rússia dividem a responsabilidade pela segurança da criança, e Washington irá trabalhar de perto com Moscou para ter certeza de que as adoções sejam legais e monitoradas de maneira apropriada.

Nancy Hansen, a avó adotiva do garoto, disse à agência de notícias Associated Press que ela e o garoto voaram até Washington, de onde ela embarcou a criança com uma carta da filha. Ela rejeitou veementemente as alegações russas de que o garoto teria sido abandonado. Segundo Hansen, a criança foi observada por uma aermoça da United Airlines e a família pagou US$ 200 para um homem receber a criança no aeroporto de Moscou e levá-lo ao ministério da Educação e Ciência russo.

Em Moscou, o homem entregou o garoto e seus documentos e, em seguida, deixou o local, segundo autoridades russas.

Em janeiro, Nancy Hansen teria dito a uma assistente social que o garoto não apresentava problemas. No entanto, segundo a avó, após essa data começaram a ocorrer episódios de agressões, como chutes, socos e cusparadas, além de ameaças. "Ele desenhou nossa casa pegando fogo e dizia que incendiaria nossa casa conosco dentro", disse Hansen.

Nancy Hansen disse que ela e sua filha foram à Rússia juntas para adotar um menino e acredita que informações sobre problemas de comportamento foram sonegadas pelas autoridades russas. Savelyev foi adotado em setembro passado na cidade de Partizansk, no leste da Rússia.

*Com as agências internacionais











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