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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Avó de Sean: "o amor não é imposto, é feito de liberdade"




Silvana Bianchi, avó de Sean Goldman, se emociona durante  entrevista coletiva no escritório do advogado da família, no Rio Foto:  MARCOS DE PAULA/Agência Estado

Silvana fala da saudade que sente do neto
Foto: MARCOS DE PAULA/Agência Estado


Rodrigo Teixeira
Direto do Rio de Janeiro

O apartamento da avó materna de Sean Goldman, Silvana Bianchi, na zona sul do Rio de Janeiro guarda as únicas recordações que a família brasileira tem do menino. Fotos espalhadas por porta-retratos contam a vida do garoto que, por decisão da Justiça de Nova Jersey, nos Estados Unidos, não pode ter nenhum contato com a avó materna. Silvana se queixa do cerceamento à liberdade do menino.

"Se eu pudesse mandar um recado a ele diria 'Sean eu te amo, tenha força'. O amor não é imposto. Ele é feito de liberdade. Nas últimas vezes que nos falamos, ele dizia estar com saudade e sempre perguntava quando iríamos visitá-lo. As ligações que fazíamos para falar com meu neto eram totalmente controladas pelo pai biológico, que nos obrigava a falar em inglês e sempre com a escuta dele. Assim se perde a espontaneidade. O que resulta em uma conversa monossilábica com Sean, o inglês não é a minha língua nativa", afirmou.

"Desde o dia 24 de dezembro do ano passado, não tivemos nenhum contato físico. Desde que o Sr. David tomou o controle do processo, está terrível", disse. A avó falou do drama que passou nos Estados Unidos tentando visitar o neto durante 10 dias. "Tenho certeza que ele não soube que estive lá para vê-lo. Apesar de o psicólogo americano que acompanha o caso recomendar que era importante a visitação, David disse que isso ocorrerá quando ele achar oportuno", disse.

Com os olhos marejados, Silvana disse que após a atitude "irredutível" de David, entrou com um pedido emergencial de visitação na Corte de Família de Nova Jersey, mas que foi indeferido. "A juíza entendeu que não havia emergência e marcou uma audiência para o dia 7 de maio. Para mim foi como uma punhalada no coração. Tive que acatar a decisão. Não restou alternativa. Não irei aos Estados Unidos para acompanhar a resposta ao meu pedido. É uma incógnita", disse a avó.

"Se eu pudesse mandar um recado a ele diria 'Sean eu te amo, tenha força'. O amor não é imposto. Ele é feito de liberdade. Nas últimas vezes que nos falamos, ele dizia estar com saudade e sempre perguntava quando iríamos visitá-lo. As ligações que fazíamos para falar com meu neto eram totalmente controladas pelo pai biológico, que nos obrigava a falar em inglês e sempre com a escuta dele. Assim se perde a espontaneidade. O que resulta em uma conversa monossilábica com Sean, o inglês não é a minha língua nativa", afirmou.

Segundo a avó, a irmã dele, Chiara, sempre pergunta pelo irmão quando passa pela porta de seu quarto. "O quarto ainda está com os móveis que ele tanto gostava e o computador em que ele sempre jogava games", disse.

Na primeira fase do processo, Silvana Bianchi foi acusada pelo pai do garoto de participação do sequestro de Sean. "Pura fantasia, loucura, fui acusada de co-autora de um sequestro que não existiu. Nunca fiz nada ilegal. Insanidade, não tem como tirar uma criança dos Estados Unidos sem a documentação correta", afirmou.

Entenda o caso David Goldman, o pai biológico de Sean, lutou para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro. A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Eles viviam na cidade de Titon Falls, Estado de New Jersey (EUA). Ao desembarcar no País, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos.

A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos. No Brasil, a Justiça reconheceu o divórcio pedido por Bruna sem a concordância de Goldman. Diante das leis americanas, eles permaneciam casados. Livre do compromisso com Goldman, Bruna se casou novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva, mas no parto do segundo filho ela morreu, em 2008.

Diante da ausência da mulher, David Goldman veio ao Brasil na tentativa de levar o filho de volta aos Estados Unidos. Desde então, ele brigou pela guarda do garoto nos tribunais brasileiros, contra o padrasto de Sean e seus avós maternos.








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