O deslizamento de terra no morro do Bumba, em Niterói, fez desaparecer cerca de 50 imóveis. Casas, creches, uma igreja.
Até a noite passada, recolheram-se 17 corpos. Estima-se que o número de cadáveres pode passar de 100.
A dor e o desespero resultam de uma tragédia anunciada há pelo menos seis anos, informam os repórteres Fábio Grellet e Elvira Lobato.
Em 2004, a Universidade Federal Fluminense fizera um estudo. Encomenda do Ministério das Cidades.
Descobriu-se que as casas do morro de Niterói, assentadas sobre um lixão, exigia monitoramento constante. O risco de acidente era grande.
Ouvido, o prefeito Jorge Roberto da Silveira (PDT) disse: ''Há estudos a respeito de tudo na cidade''.
Governava a cidade em 2004, ano da realização do estudo, Godofredo Pinto (PT), hoje vice-prefeito.
Horas antes de despejar terra sobre os moradores, o morro do Bumba emitira um recado: pusera abaixo a lateral de uma casa.
A Defesa Civil esteve no local. Mas não emitiu a ordem de evacuação que poderia ter evitado o adensamento de uma estatística macabra.
Juntos, os esquifes de Niterói e os ataúdes do resto da região metropolitana do Rio guardam, por ora, um total de 182 corpos.