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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Arruda é suspeito de usar polícia para monitorar promotores do DF, diz jornal


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da Folha Online, em Brasília
Preso por obstruir as investigações do esquema de corrupção, o governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), agora, é acusado de usar a estrutura da Polícia Civil para monitorar aliados e promotores do Distrito Federal que atuam na apuração do sistema de arrecadação e pagamento de propina, segundo o jornal "O Globo" deste domingo.
O secretário Valmir Lemos (Segurança) --que esteve reunido na tarde de ontem com Arruda-- disse que ainda não foi informado, mas não descartou a possibilidade de a Polícia Civil estar envolvida no monitoramento.
"Eu não sei qual é o fato que esta sendo apurado. Se houver algo nesse sentido, deve ser apurado com tranquilidade até porque o Ministério Público e a Polícia Federal devem ter elementos concretos que podem justificar essa situação", afirmou.
A suspeita de que o governador espionava aliados e adversários ganhou força no início do mês quando dois policiais civis de Goiás foram presos acusados de monitorarem parlamentares. Nos últimos dias, a Polícia Civil realizou uma varredura na Câmara Legislativa local, mas afirma que não encontrou nada nos gabinetes.
Ex-secretária de Arruda, a deputada Eliana Pedrosa (DEM) afirmou, em plenário, que estava sendo seguida por carros de placa fria.
Em depoimento à Polícia Civil de Goiás, o agente da Delegacia de Narcóticos do Estado, Luiz Henrique Ferreira, negou que tenha sido contratado para grampear deputados distritais.
Ferreira afirmou, no entanto, que foi contratado por Francisco do Nascimento Monteiro para analisar vídeos que fazem parte do inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina.
O policial disse ainda que Monteiro o procurou dizendo que o serviço teria sido contratado por Arruda e que envolveria ainda uma varredura nas secretarias do GDF (Governo do Distrito Federal) para identificar possíveis grampos.
"Ele se explicou e negou que tivesse sido contratado para fazer grampos. Ele disse que nunca entrou na Câmara e que o serviço se resumia a fazer uma varredura nas secretarias", disse o delegado Norton Luiz Ferreira, da Polícia Civil de Goiás.
Ferreira foi preso nas proximidades da Câmara Legislativa de Brasília, ao lado do colega de corporação José Henrique Cordeiro. Eles prestaram depoimento e foram liberados. No momento da prisão, eles portavam um cheque de R$ 20 mil e um notebook que será periciado.
Ferreira afirmou que o cheque seria o primeiro pagamento pela análise dos vídeos que foram gravados por Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção. As imagens mostram Arruda, assessores, deputados distritais e empresários recebendo dinheiro de suposta propina.
O policial contou aos superiores que foi até a Câmara para cobrar o valor porque o cheque entregue por Monteiro estaria sem fundo.
A Folha Online não localizou Monteiro para comentar as declarações do policial. Segundo informações da Polícia Civil de Brasília, Monteiro teria contado, primeiramente, que contratou os serviços dos policiais para instalar equipamentos de segurança em uma creche em São Sebastião, cidade próxima a Brasília.
Monteiro até a semana passada trabalhava no gabinete do deputado distrital Benedito Domingos (PP), também investigado por suposta participação no esquema, mas foi exonerado.
A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás abriram um inquérito para apurar a denúncia e a suspeita é de que os policiais agiam a mando de pessoas ligadas ao governador.

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