O governo saudita já havia iniciado uma campanha de ataque ao longo da semana, com artigos e comerciais na mídia estatal acusando a comemoração de ser contra os "princípios islâmicos".
A Árabia Saudita não permite a comemoração de muitas datas consideradas ocidentais, especialmente cristãs.
O Dia dos Namorados é oficialmente conhecido como o Dia de São Valentim, um santo cristão supostamente martirizado pelos romanos no século 3.
Autoridades sauditas advertiram floristas e donos de lojas a não vender produtos como flores, presentes em forma de coração, doces e a cor vermelha.
Segundo o jornal Al Watan, muitos donos de floriculturas e lojas de presentes desafiaram a medida para tentar conseguir um lucro extra com a data especial.
Um buquê de rosas vermelhas, de acordo com o jornal, saltou de 5 reais sauditas para mais de 30 por causa da procura no mercado negro.
A polícia passou por diversas lojas para inspecionar os estabelecimentos por produtos banidos.
Segundo a mídia local, presentes em cores vermelhas e em forma de coração são legais em outras épocas do ano, mas no dia 14 de Fevereiro tornam-se ilegais.
Doutrina islâmica
O governo saudita publicou uma Fatwa (lei islâmica) que classificou o Dia dos Namorados como uma comemoração ilegal e apontando-o como um "feriado pagão".
Segundo as autoridades, donos de lojas que violassem a medida do governo seriam punidos sem especificar quais seriam as punições aos infratores.
A proibição a feriados considerados contrários à doutrina do país não é apenas restrita a outras religiões.
Vários feriados muçulmanos também sofrem proibições na Árabia Saudita por não estarem enquadrados na escola islâmica Wahhabi, a doutrina que os sauditas seguem há mais de 100 anos.
De acordo com a mídia local, vários sauditas se antecipam às proibições e compram presentes para o Dia dos Namorados semanas antes da data.
Mas no mundo árabe, a data é amplamente comemorada, embora alguns muçulmanos destes países também enxerguem a ocasião como uma celebração ocidental.
Um porta-voz do governo, Sheikh Ali Qarni, defendeu o proibição com a justificativa de que os muçulmanos conhecem o verdadeiro significado do amor - o amor de Deus -, e que eles sabem se comportar ao longo do ano, não necessitando de uma única ocasião para comemorar.
"Os muçulmanos são um povo de amor, como está evidenciado em fatos de que esta palavra [amor] é citada 83 vezes no Corão", disse ele para o jornal.
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