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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

ELES TENTAM A TÁTICA DA INTIMIDAÇÃO – AQUI, NÃO FUNCIONA. E EU APONTO SUAS MÃOS SUJAS DE SANGUE


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010 | 5:31

Alguns leitores perguntaram: “Por que ficar buscando essas coisas no passado?” Ora, é a mim que vêm fazer essa pergunta? Trata-se, por acaso, de alguma piada? Não! Eu não lembrei os 130 homicídios (ver atualização abaixo) ou mais praticados pelas esquerdas porque pretendo demonstrar que a tortura e os assassinatos, ao arrepio da lei, tinham razão de ser. Já escrevi umas 300 vezes - e posso escrever 301: aquelas pessoas que, uma vez presas, foram torturadas ou mortas em dependências do estado ou por agentes a seu serviço têm mesmo de ser indenizadas - ou suas respectivas famílias. Ainda que fossem terroristas, ainda que fossem bandidas. Sob a guarda do estado, passam a ter direito ao devido processo legal - ainda que a legalidade um estado de exceção. Já quem morreu lutando, de arma na mão, fez uma escolha. A indenização deveria ser encarada como ofensa.

Mas isso nada tem a ver com a Lei da Anistia e sua revisão. O perdão a ambos os lados foi uma escolha política, não uma opção por justiça. Quem não entende isso não sabe o que é anistia e não sabe o que é justiça. Até porque, tivesse o país escolhido fazer justiça em vez de fazer política, forçoso teria sido punir criminosos dos dois lados. E, em vez de pacificação, teria havido novo confronto. Com um detalhe: teria prevalecido o mais forte - no caso, os militares, titulares das armas. A conversa de que a Abertura era inevitável é coisa de idealista do miolo mole ou de historiador vigarista. A abertura foi uma escolha e uma construção do regime militar e da oposição de então. Querer, 30 anos depois, jogar no lixo aquele desenho é coisa do bolchevismo adormecido que resolve dar um último espasmo de vida para cuspir.

Publico, sim, a lista das 130 pessoas - até agora - que as esquerdas mataram porque se trata de um fato. E a imprensa não tem de temer os fatos. “E as vítimas da ditadura”? Ora, há 30 anos não se fala de outra coisa. Não há qualquer tentativa de esconder a história. Ao contrário até: notórios assassinos, como Carlos Lamarca e Carlos Marighella, foram transformados em heróis, e suas famílias, indenizadas. Os mortos sem sepultura histórica, submetidos ao processo de apagamento, são os outros; são aqueles que as esquerdas mataram. A imprensa os ignora; os livros didáticos os ignoram; os partidos políticos os ignoram. Tornaram-se, com o tempo, “não-pessoas”.

Freqüentemente, esse apagamento é fruto da ideologia mesmo. Os esquerdistas da imprensa e da academia entendem que os “mortos da direita” certamente foram vitimados por bons motivos. E há também a covardia: o receio de que a lembrança de que houve vítimas do lado de lá se confunda com a defesa da tortura e dos assassinatos extrajudiciais. Com receio de ser “mal interpretado”, o sujeito renuncia à sua obrigação, omite os fatos e permite que prosperem a farsa e a mistificação. Bem, eu não tenho receio nenhum. E estou pouco me importando para o que dizem porque as coisas que escrevo escritas estão. Repudio a tortura, a pena de morte, as execuções extrajudiciais. Mas eu as repudiou de um lado e de outro.

Enquanto alguns jornalistas que se pretendem hoje aiatolás do progressismo estavam de braços dados com soldados e proibiam que seus comandados escrevessem a palavra “ditadura”, eu, modestamente, estava “na luta” - era bem moleque e corria lá alguns riscos, conforme está registrado nas fichas da “repressão”. Por isso, dou de ombros quando esses neoxiitas vêm falar em “vivandeiras”. De puxar saco de militares e granadeiros, eles entendiam bastante quando fazê-lo rendia fonte, poder e prestígio. Depois, tornaram-se especialistas em puxar os países baixos do petismo. Bem, sem querer ser grosseiro, mas sem perder a piada, sempre preferi chutar o saco a puxá-lo. Inclusive no governo FHC. Questão de estilo.

A democracia não foi pro brejo em 1964 porque os demônios de um lado conjuraram forças contra os santinhos do outro lado. A democracia morreu por falta de quem a defendesse de um lado e do outro. Isso é história. Como é história a construção que se fez para a volta da democracia. Querer reinterpretar agora a Lei da Anistia com base em dispositivos constitucionais e leis que lhe são posteriores não é apenas uma canalhice ideológica. Trata-se também de uma aberração jurídica. Que o presidente da OAB, Cézar Britto, esteja nessa, isso, para mim, é só mais uma evidência da aberração. Este senhor é sócio de um escritório que tem o nome fantasia de “Advocacia Operária”. O uso desse tipo de nomenclatura é vedado pelo Estatuto da própria OAB e pelo Código de Ética e Disciplina. Ao menos isso, convenham, ele deveria respeitar no posto em que está. Só faltava agora eu tomá-lo como meu guia, não é mesmo? Sem contar que ele me cheira a futuro político. Vamos ver.

O fato de as esquerdas mistificarem a sua história não tem importância apenas arqueológica, não. Suas conseqüências se estendem aos dias correntes. Justamente porque se sente portadora de uma verdade superior, que falaria em nome ou em defesa dos oprimidos, elas se concedem todas as licenças. Há dias, Zé Dirceu tentou explicar por que o mensalão do PT era diferente das safadezas de outros partidos: segundo ele, as ilegalidades não foram praticadas para enriquecimento pessoal. Ah, bom… Essa gente se dá o direito de transgredir leis em penca porque estaria sempre ocupada em praticar o bem - e o mal é monopólio dos adversários.

Pra cima de mim? Não mesmo! Assaltaram, mataram, torturaram, executaram pessoas em simulacros de julgamentos feitos por seus próprios facínoras. Não são moralmente superiores àqueles que pretendem transformar em modelos de algoz. Estão todos no mesmo lixo moral, com a diferença de que os “companheiros” diziam querer construir um novo homem, e isso os coloca um tantinho abaixo no reino animal.

Ora, vejam a lista de mortos que publiquei. Procurem lá as vezes em que a ALN - Ação Libertadora Nacional - matou militares e civis que nem sabiam o que estava em curso. Aliás, ela matou gente de seu próprio grupo em justiçamentos. Paulo Vannuchi pertencia à turma. E hoje, valha-nos Deus!, é o homem dos “direitos humanos”. Por isso conseguiu produzir aquela porcaria. Vejam as vezes em que o Colina (de Carlos Minc) e a VPR (de Dilma Rousseff) se meteram em assassinatos - depois todos se juntaram na VAR-Palmares. Procurem as peripécias do MR-8 de Franklin Martins. Como se tivesse os ombros livres, como se não pesassem sobre eles, nem que fosse por afinidade com os assassinos, muitos cadáveres, essa gente vem se oferecer para comandar a revisão história e para falar “na punição de torturadores” do regime?

Olhem aqui: não fosse a aberração jurídica, como já disse; não fosse a canalhice política, como eu também já disse, ESSAS PESSOAS NÃO TÊM AUTORIDADE MORAL PARA FAZER ESSA PROPOSTA. TAMBÉM ELAS ESTÃO AÍ POR CAUSA DA ANISTIA, NÃO PORQUE SÃO INOCENTES.

PS - Estou sempre pronto a ler argumentos melhores, claro. Alguém se apresenta?



Sulamérica Trânsito












LAST






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