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domingo, 19 de outubro de 2008

Marta se diz espantada com repercussão de propagada; Kassab afirma que é solteiro e feliz

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) se enfrentam hoje à noite no debate promovido pela TV Record. Questionada sobre a propaganda que questionava se Kassab era solteiro e se tinha filhos, Marta afirmou que ficou "espantada" com a repercussão da pergunta.

Segundo ela, a propaganda foi testada pela equipe de marketing da campanha antes de ir ao ar e ninguém viu nenhuma tom "malicioso" na pergunta. "Ninguém viu como malícia. Criou-se a grande celeuma da campanha. São perguntas que dizem respeito à trajetória do candidato. Se influencia ou não o voto do eleitor... Diz respeito à candidatura."

Já Kassab aproveitou seu tempo de réplica para reprovar a campanha adversária: "Quanto maquiavelismo..."

"A Justiça se pronunciou e condenou com muito rigor a campanha da marta. Sou solteiro, sou feliz, sou engenheiro. Posso dizer que os cidadãos estão interessados em discutir o caráter."

Kassab voltou a associar Marta com denúncias de corrupção envolvendo petistas, como o mensalão. "Quanto ao Pitta, me afastei dele. Mas ela não se afastou do [José] Dirceu, Silvinho [Pereira], Delúbio [Soares], da turma do mensalão."

Em resposta, Marta disse que não se compara uma coisa com a outra. "Eu pertenço a um partido político. Você pertence a outro. O que se compara é a trajetória de partido político, e as escolhas dos partidos. Você é do partido dos coronéis, do atraso. Não tinha nem luz no Nordeste quando Lula assumiu. Você faz parte deste partido. Não adiante dizer que se arrependeu. Deixou a cidade arrasada, falida, liderou o movimento 'Reage, Pitta'. É completamente diferente e tenho honra de pertencer ao meu partido."



Marta está desesperada?


Só escrevi sobre Luis Favre para defender a idéia de que não interessava a vida afetiva da então prefeita Marta Suplicy. Cheguei mesmo a dizer que o fato de ela assumir uma nova relação era um sinal de coragem e deveria ser respeitada. Também concordei com a afirmação de que, por trás das críticas que ela recebia e recebe, havia um preconceito machista misturado a uma baboseira contra os argentinos. Por isso, não consigo entender por que ela se meteu nesse ataque pessoal contra Gilberto Kassab, ao indagar se ele é casado e tem filhos.

Pode ser ingenuidade minha, mas tenho dificuldade de acreditar que ela esteve metida diretamente nisso. Um dos traços mais notáveis dela é sua defesa autêntica e corajosa da diversidade. Perguntei-lhe na sabatina da Folha e ela contou que não sabia, só soube quando a peça já estava no ar. Mas não a condenou. Pelo contrário, defendeu a baixaria, embora colocando a responsabilidade no marqueteiro.

Ficar metendo vida pessoal numa eleição já seria horrível para qualquer candidato. Ainda mais para Marta Suplicy, vítima de tantas insinuações maldosas, uma militante de direitos humanos e, para completar, psicóloga.

Não sei o que fica pior: ela ser a responsável ou dizer que não sabia que algo tão grave iria para o ar e, depois, defender a baixaria. Só posso entender o fato pelo desespero de quem vê a eleição escorrer pelas mãos.

Ficaria muito melhor para a biografia dela (uma biografia que considero respeitável) pedir simplesmente desculpas.

Se ela vencer a eleição na base desse tipo de impropriedade, pode ganhar mas, de verdade, perdeu.

Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.














Deu a louca no mundo
por Tutty Vasques, Seção: Ambulatório da Notícia s 11:02:46.

ILUSTRAÇÃO DE POJUCAN

Sei lá como isso funciona, mas, a exemplo da experiência de recriação do Big Bang na Suíça, deve haver nos subterrâneos do conhecimento científico um centro de controle comandando, provavelmente por falhas no sistema, esses momentos em que o ser humano desanda a fazer bobagens em série e, aparentemente, de forma orquestrada contra a própria imagem da raça. Ligaram de novo, salvo engano, o acelerador de reversão de expectativas - taí a Marta Suplicy que não me deixa mentir. Quem poderia esperar que ela terminasse o segundo turno defendendo-se de atitude homofóbica? É o samba do preconceituoso doido

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