Plantão | Publicada em 20/09/2011 às 20h31m
Adauri Antunes Barbosa (adauri@sp.oglobo.com.br)Com o sucesso da feira, criada em 2005, em julho deste ano Geraldo Amorim denunciou que estava recebendo ameaças e pedidos de propina. Para conseguir montar o negócio ele recebeu da antiga Rede Ferroviária Federal o direito de explorar o local. No entanto, o delegado-titular de Tatuí, Alexandre Andreucci, disse que as investigações indicam que a morte não tem qualquer ligação com a denúncia.
- O caso é de roubo mesmo. Segundo as informações, ele passava o fim de semana aqui e trazia dinheiro - afirmou o delegado.
O caso é de roubo mesmo. Segundo as informações, ele passava o fim de semana aqui e trazia dinheiro
Pouco depois guardas municipais prenderam os suspeitos na região, um supervisor de vendas de 25 anos e um estudante de 23 anos, com o qual foi encontrado um revólver calibre 38 com a numeração raspada. Um deles levou um tiro no peito e o outro teve ferimentos no pescoço e no braço esquerdo. Os dois foram levados para um hospital de Tatuí.
Em 31 de março deste ano o vereador Agnaldo Timóteo (PR), de São Paulo, mandou uma carta a Geraldo Amorim na qual fala sobre o pagamento de R$ 300 mil mensais para "oportunistas" do PR. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) enviou a carta ao Ministério Público Federal, que pediu abertura de inquérito pela Polícia Federal porque o documento "indica a prática, em tese, de crime contra a administração pública por membros do PR".
O vereador e cantor Agnaldo Timóteo explica, na carta, a demissão da filha de Geraldo de seu gabinete, o chama de "amigo" e lembra que o levou para reuniões com o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que é do PR, e com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Agnaldo ainda diz, na carta, que a Feira da Madrugada era uma "galinha dos ovos de ouro" e afirma que Geraldo "perdeu" o negócio por ter "peitado o Waldemar" (o deputado Valdemar da Costa Neto).
- O Valdemar é o PR em São Paulo. É quem manda. Mas ele estava indignado porque alguém disse para ele que o Geraldo estaria usando o terreno de maneira indevida - disse Agnaldo Timóteo, que aponta o empresário Aílton Vicente de Oliveira, então síndico do Condomínio Novo Oriente, que administrava a Feira, como o responsável por ter "derrubado" Geraldo: - Ele era o inimigo do Geraldo.
Antes da Feira ser fechada, Aílton Oliveira foi escolhido síndico pelos lojistas. Ele admitia cobrar R$ 300 mensais dos comerciantes para manutenção e pagamento de luz. A prefeitura de São Paulo, que quer construir um shopping popular no local, fechou a Feira depois de conseguiu, em abril, que o governo federal passasse a guarda da área para o município.
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