Alunos protestam em evento no qual Lula ganha título de doutor
Ex-presidente se tornou "doutor honoris causa" pela Universidade Federal da Bahia. Do lado de fora, estudantes pediam mais verba para a educação
Com reivindicações pontuais e outras genéricas, como a destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação no País, cerca de cem estudantes tomaram a entrada da reitoria da UFBA durante o discurso de Lula.
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Durante a fala do ex-presidente, seguranças barraram a entrada dos estudantes no salão que abrigava a cerimônia. Como os protestos ficavam mais altos e os manifestantes permaneciam do lado de fora, Lula passou a falar de improviso e disse que “a gente nunca tem um espaço que caiba todo mundo”. “É uma pena, mas as pessoas precisam aprender que o espaço é esse”, afirmou, para em seguida dedicar o novo diploma às “pessoas que não conseguiram entrar”.
Foto: AE
Após receber o título, Lula foi conversar com os estudantes
Entoando palavras de ordem como “É ou não é piada de salão, tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a educação” e “Lula sai (sic) do chão e apoie a educação”, os estudantes permaneceram no local até a saída do ex-presidente, que chegou a conversar com alguns deles.
Em entrevista após a cerimônia, Lula disse considerar “correta” a reivindicação dos estudantes por mais recursos para a educação. “Temos que estudar com seriedade, não é uma coisa qualquer [destinar 10% do PIB ao setor]”, disse. O ex-presidente também comentou a menção à Copa do Mundo feita pelos estudantes ao dizer que o evento de 2014 “não tem dinheiro público”. “É privado, não tem nada a ver com o governo federal.”
A entrega do título de “doutor honoris causa”, o sexto de Lula, havia sido definida pela UFBa em 30 de outubro de 2002. A homenagem é conferida por universidades a pessoas que tenham se destacado pelo saber ou atuação em favor das artes, ciências, filosofia, letras ou do melhor entendimento entre os povos.
Lula chegou ontem à noite a Salvador. Depois, jantou com o governador do Estado, Jaques Wagner (PT). Na noite desta terça, ele vai dar uma palestra fechada para executivos da Nestlé.
Ufba: Estudantes protestam durante cerimônia para Lula
Reitora Dora Leal chegou a ser vaiada durante evento
A
cerimônia de entrega do título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (20), na Universidade
Federal da Bahia (Ufba) não foi marcada apenas por comemorações.
Estudantes dentro e fora da Reitoria protestaram contra a falta de
estrutura e a insegurança dentro da instituição com faixas e cartazes.
De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador Um
congestionamento foi formado na região. A reitora Dora Leal, que
presidia o evento, chegou a ser vaiada pelos universitários, que lotaram
o salão nobre. O ex-líder nacional recebeu a outorga do título, que é
definida pelo Conselho Universitário da Ufba em 30 de outubro de 2002,
requerida pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Governo articula para gastar como quiser R$ 60 bilhões do Orçamento 2012
Publicada: 20/09/2011 06:51| Atualizada: 20/09/2011 06:51
Uol
O governo dará nesta terça-feira
(20) um dos passos iniciais para estender até o fim de 2015 a DRU
(Desvinculação de Receitas da União), na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara. Prioridade da presidente Dilma Rousseff, a medida
permite que 20% de contribuições federais tenham destinação diferente da
originalmente prevista. No ano que vem, o mecanismo livraria cerca de
R$ 60 bilhões de um destino garantido.
Atualmente, recursos da DRU --aprovada três vezes no governo Fernando Henrique Cardoso e duas no de Luiz Inácio Lula da Silva-- ajudam a compor o superavit primário do governo, ou seja, os recursos economizados para pagar juros da dívida pública. A última renovação, que passou a desviar da área educacional, vale até 31 de dezembro deste ano. A oposição quer que saúde e programas sociais também escapem do mecanismo.
A DRU permite ao governo usar um quinto de receitas de contribuições como a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, incluindo a que incide sobre combustíveis) e a Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Caso o Congresso derrube a sexta prorrogação, esses recursos terão de ser vertidos exclusivamente nas áreas com as quais têm vínculo.
O primeiro passo para aprovar o mecanismo é a CCJ da Câmara aprovar sua admissibilidade nesta tarde. “A DRU já foi admitida cinco vezes, inclusive tinha outros nomes”, disse o relator da proposta, deputado Mauricio Quintella Lessa (PR-AL). Para Alfredo Kaefer (PSDB-PR), “a DRU já fez sentido”, mas o governo quer “um cheque em branco apesar de ter orçamento equilibrado e política de estabilização para a crise”.
Trâmite complicado
A proposta de emenda constitucional exigirá mais adiante, se aprovada na comissão, o apoio de três quintos dos 513 deputados. A oposição já combate a iniciativa e o Palácio do Planalto tem pouco espaço para concessões em meio à crise internacional, conforme aliados da presidente admitem nos bastidores. Em 2012 as receitas desvinculadas serão de R$ 210 bilhões e cairiam para R$ 150 bilhões sem a DRU.
Embora a passagem da proposta pela comissão esteja marcada para esta terça-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), previu para novembro a primeira das duas votações em plenário na Casa --o mesmo processo acontecerá no Senado. “Não há como fugir disso. O prazo é exíguo, mas é nele que temos de trabalhar. Não podemos criar subterfúgios, temos que negociar bem”, afirmou.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, já afirmou que o Executivo mudará o Orçamento de 2012 se a DRU não for prorrogada. “Isso vai acontecer na intensidade com que aconteceu na derrubada da prorrogação da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]”, disse. “Precisamos desse mecanismo para enfrentar a grave crise econômica internacional que vivemos.”
Assim como nos últimos anos do governo Lula, a proposta a ser levada à Câmara nesta terça-feira não prevê desvinculação de nenhum recurso da educação nem do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Isso, no entanto, não arrefeceu o ânimo entre os oposicionistas, que impediram a votação na comissão no dia 13 de setembro. “Sem negociação de mais áreas sem desvinculação, vai ser no voto”, diz o tucano Kaefer.
*Reportagem de Maurício Savarese
Atualmente, recursos da DRU --aprovada três vezes no governo Fernando Henrique Cardoso e duas no de Luiz Inácio Lula da Silva-- ajudam a compor o superavit primário do governo, ou seja, os recursos economizados para pagar juros da dívida pública. A última renovação, que passou a desviar da área educacional, vale até 31 de dezembro deste ano. A oposição quer que saúde e programas sociais também escapem do mecanismo.
A DRU permite ao governo usar um quinto de receitas de contribuições como a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico, incluindo a que incide sobre combustíveis) e a Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Caso o Congresso derrube a sexta prorrogação, esses recursos terão de ser vertidos exclusivamente nas áreas com as quais têm vínculo.
O primeiro passo para aprovar o mecanismo é a CCJ da Câmara aprovar sua admissibilidade nesta tarde. “A DRU já foi admitida cinco vezes, inclusive tinha outros nomes”, disse o relator da proposta, deputado Mauricio Quintella Lessa (PR-AL). Para Alfredo Kaefer (PSDB-PR), “a DRU já fez sentido”, mas o governo quer “um cheque em branco apesar de ter orçamento equilibrado e política de estabilização para a crise”.
Trâmite complicado
A proposta de emenda constitucional exigirá mais adiante, se aprovada na comissão, o apoio de três quintos dos 513 deputados. A oposição já combate a iniciativa e o Palácio do Planalto tem pouco espaço para concessões em meio à crise internacional, conforme aliados da presidente admitem nos bastidores. Em 2012 as receitas desvinculadas serão de R$ 210 bilhões e cairiam para R$ 150 bilhões sem a DRU.
Embora a passagem da proposta pela comissão esteja marcada para esta terça-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), previu para novembro a primeira das duas votações em plenário na Casa --o mesmo processo acontecerá no Senado. “Não há como fugir disso. O prazo é exíguo, mas é nele que temos de trabalhar. Não podemos criar subterfúgios, temos que negociar bem”, afirmou.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, já afirmou que o Executivo mudará o Orçamento de 2012 se a DRU não for prorrogada. “Isso vai acontecer na intensidade com que aconteceu na derrubada da prorrogação da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]”, disse. “Precisamos desse mecanismo para enfrentar a grave crise econômica internacional que vivemos.”
Assim como nos últimos anos do governo Lula, a proposta a ser levada à Câmara nesta terça-feira não prevê desvinculação de nenhum recurso da educação nem do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Isso, no entanto, não arrefeceu o ânimo entre os oposicionistas, que impediram a votação na comissão no dia 13 de setembro. “Sem negociação de mais áreas sem desvinculação, vai ser no voto”, diz o tucano Kaefer.
*Reportagem de Maurício Savarese
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