[Valid Atom 1.0]

domingo, 18 de setembro de 2011

#rio Câmeras registram perseguição a juíza Patrícia Acioli, morta por policiais militares em Niterói



Publicada em 18/09/2011 às 22h02m
O Globo

Motocicletas perseguiram o carro de Patrícia Acioli até a sua casa, quando a  juíza  foi atingida por 21 tiros / Foto: Reprodução TV Globo RIO - A juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros há um mês, foi seguida por dois homens numa moto do Fórum de São Gonçalo até a sua casa em Piratininga, em Niterói, onde foi executada. Imagens exibidas neste domingo pelo Fantástico da TV GLOBO revelam que a moto passou por diversos trechos com o farol apagado. A reportagem também deu detalhes das investigações da morte da juíza. A polícia descobriu, por exemplo, que um dos assassinos usou duas armas, o que explica terem sido encontradas cápsulas de três calibres no condomínio de Patrícia: 30, ponto 40 e 45.
VÍDEO :Assassinato foi planejado com 1 mês de antecedência, veja no Fantástico Os tiros foram disparados com o carro ainda em movimento. Isso ficou comprovado porque os primeiros tiros atingiram a porta do lado do motorista da esquerda para a direita. Mas depois foram encontradas marcas de tiros que entraram pela janela e pela porta em linha reta porque o carro parou ao lado dos atiradores. Segundo a necrópsia, a juíza morreu devido a ferimentos no pescoço e no tronco. Os bandidos ficaram apenas cinco minutos no condomínio de Patrícia: das 11h53m às 11h58m.
Os últimos momentos de vida de Patrícia foram registradas por sete câmeras. Uma das imagens mostra a juíza deixando o Fórum de carro às 23h13m. Um pouco mais tarde, imagens de uma câmera de segurança mostram o carro da juíza na Rodovia Niterói-Manilha e a moto com os dois homens logo atrás. Meia hora depois, novas imagens na Niterói-Manilha voltam a mostrar o carro e a moto logo atrás. Nela é possível ver que o piloto está de tênis branco e calça jeans e que os dois homens usam casacos. Faltando quatro quilômetros para o condomínio da juíza, os ocupantes da moto ultrapassam o carro da magistrada para preparar a emboscada. Marcas de pneus de uma moto foram encontradas perto da casa onde a juíza morava.
Polícia analisou dados de 3 milhões de celularesA reportagem também dá detalhes do rastreamento feito em celulares que ajudaram a apontar os acusados do assassinato da juíza: o tenente Daniel Santos Benitez Lopes e os cabos Jeferson de Araújo Miranda e Sérgio Costa Júnior do 12 BPM (São Gonçalo). Durante um mês foram analisados dados de mais de 3 milhões de celulares que passaram pela área entre o fórum e a casa da juíza. A análise comprova que os três estiveram no condomínio onde ela morava um mês antes do crime. Eles ficaram no local durante 26 minutos: das 19h43m às 20h09m. No dia do assassinato, os sinais dos celulares de Daniel e Sérgio foram capitados no Fórum, mas antes das 22h, os aparelhos foram desligados e reativados quase uma hora após o crime.
- A investigação não é só para provar que eram as pessoas que estavam na moto, mas para verificar se há outros envolvidos no caso - explicou o delegado Felipe Ettore, da Delegacia de Homicídios (DG).
Os três policiais fazem parte de um grupo de oito PMs acusados de terem forjado um auto de resistência no dia 3 de junho. Segundo a polícia, os três passaram então a temer que a juíza decretasse a prisão deles pelo envolvimento do caso e a mataram para tentar impedi-la.

© 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Imagens de acusados de matar Patrícia Acioli são divulgadas


Rio - As imagens dos três policiais militares acusados de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli foram mostradas, pela primeira vez, na noite deste domingo. O tenente Daniel Benitez e os cabos Sérgio Costa Júnior e Jefferson de Araújo Miranda estão presos na Delegacia de Homicídios e as fotos foram divulgadas, pela primeira vez, em uma reportagem exibida pelo Fantástico.
foto materia principal
Policiais tramaram morte de Patrícia Acioli com um mês de antecedência | Foto: Reprodução de Vídeo
Os policiais foram presos no último dia 12 e encaminhados diretamente para a DH para cumprir mandado de prisão. Em depoimento, os três acusados negaram participação na morte de Patrícia. No entanto, o delegado titular da Divisão de Homicícios (DH), Felipe Ettore, afirmou que não existem dúvidas de que o tenente e os cabos são os responsáveis pelo assassinato da juíza.
"Está provado que eles são os autores do assassinato da juíza", afirmou Ettore, referindo-se ao fato dos três policiais terem desligado os celulares pouco antes das 22h, na noite da morte de Patrícia, e só terem ligado os aparelhos uma hora depois do assassinato.
Armas do 7º BPM são apreendidas
Um total de 695 pistolas e revólveres do 7º BPM (São Gonçalo) foi apreendido nesta segunda-feira por policiais da Delegacia de Homicídios (DH). As armas vão passar por perícia para verificar se foram utilizadas na morte de Patrícia Acioli. Os policiais também cumpriram outros 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos três PMs acusados de participação no crime.
Arte: O Dia
Arte: O Dia
Armas substituídas
No Tribunal de Justiça do Rio, o delegado da Homicídios, Felipe Ettore, disse que a morte de Patrícia foi a forma que os PMs tiveram de tentar evitar a prisão pela morte de um rapaz de 18 anos em 3 de junho, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
“Eles não sabiam que os mandados haviam sido expedidos pouco antes da execução”, revelou. Outros cinco policiais do Grupo de Ações Táticas do 7º BPM são investigados por forjarem o auto de resistência. Todos estão presos na Unidade Prisional — antigo BEP.
As buscas da Delegacia de Homicídios foram em Jacarepaguá e Senador Camará, na Zona Oeste do Rio; em Maricá, na Região dos Lagos; e em São Gonçalo, Região Metropolitana. Os agentes vistoriaram a casa dos três policiais militares acusados de matar a juíza e também fizeram incursões nas casas de seus familiares. Até mesmo os armários que os PMs utilizavam nos batalhões foram revistados.
Sem celulares e ajuda de outro BPM
De acordo com Antônio Siqueira, da Associação de Magistrados do Rio, há a suspeita de que os acusados tenham tido o auxílio de policiais do batalhão vizinho. “As imagens mostram viatura do 12º BPM (Niterói), que não tinha GPS, no dia 11 de julho, quando reconheceram a área. No dia da morte, os celulares deles foram rastreados na área do Fórum de São Gonçalo e em Piratininga, mas foram desligados antes do crime, atitude que contraria a rotina dos PMs”.
Para comprovar que o planejamento do crime, a polícia analisou três milhões de celulares que fizeram o trajeto entre o fórum e a casa da juíza durante um mês antes do crime. Graças a essa investigação, a polícia descobriu que os três estiveram juntos, na rua onde Patrícia Acioli morava, um mês antes do crime.
O presidente do TJ, desembargador Manoel Alberto Rebêlo, tentou justificar novamente a ausência da escolta da juíza, alegando que a proteção não poderia impedir sua morte. “Esses elementos decidiram naquele momento que iriam matá-la. A escolta previne, mas não evita por completo. O crime não tem relação com outras ameaças”, afirmou.
Munição era da Polícia Militar
Investigação da polícia mostrou que cartuchos apreendidos no local da execução da juíza faziam parte de lote de 10 mil munições calibre 40 enviadas, entre outros, para o 7º BPM (São Gonçalo), como publicou com exclusividade O DIA, em 22 de agosto.
No dia 28, foi revelado que imagens de câmeras registraram encontro de policiais do 7º BPM com dois homens pouco antes do assassinato, perto do fórum. Um deles foi reconhecido como réu em processo a cargo dela. Documentos publicados por O DIA mostram que Patrícia alertou ao TJ várias vezes sobre ameaças, mas ficou sem escolta.


Assassinato de Patrícia Acioli foi planejado com 1 mês de antecedência

Veja imagens inéditas da perseguição à juíza e acompanhe os últimos momentos de Patrícia Acioli antes de ser executada.

Fórum de São Gonçalo, 11 de agosto, pouco depois das 23h. O corredor vazio é iluminado de repente por um raio de luz. Vem da sala onde funciona a quarta vara criminal, ocupada durante 12 anos pela juíza Patrícia Acioli. É ela quem deixa a sala.

A juíza que condenou mais de 60 policiais, e está ameaçada de morte, vai embora sozinha depois do longo dia de trabalho. São as últimas imagens de Patrícia ainda viva. Às 23h13, ela sai da garagem do fórum.

De lá até a casa dela, a juíza percorreu 29 quilômetros - 41 minutos em estradas pouco iluminadas. A polícia refez esse trajeto procurando por câmeras de vigilância. Encontrou sete e as imagens que você vai ver agora, com exclusividade no Fantástico, mostram que desde que saiu daqui a juíza foi seguida - por gente que sabe fazer isso, sem chamar a atenção.

O carro vira à direita, para pegar a estrada para Niterói. E três minutos depois, é filmado em um ponto. Logo depois, a câmera de segurança mostra uma moto, ocupada por dois homens. A juíza chega a uma rodovia e percorre quase 20 quilômetros. Foram 30 minutos até que outras câmeras filmassem o carro dela. A cena se repete: a mesma moto ainda está fazendo o trajeto seguido por Patrícia Acioli.

Em um determinado momento, é possível ver que o piloto da moto está de tênis branco e calça jeans. Os dois homens usam casacos. A motocicleta é azul. O farol da motocicleta está sempre apagado. A juíza não percebe o perigo, e não se desvia do caminho que costuma fazer. Dois minutos depois, outras câmeras de segurança confirmam a perseguição.

Às 23h48, faltam quatro quilômetros para Patrícia chegar em casa. Este é o ponto fundamental para entender a o plano dos assassinos. Neste ponto, quando escolheu seguir em frente, a juíza mostrou que ia mesmo para sua casa. Era o único itinerário possível. Por isso, os assassinos deixaram de segui-la - e foram na frente, para preparar a emboscada.

A câmera instalada em um ônibus mostra que pouco mais adiante a moto já havia ultrapassado o carro da juíza. Às 23h53, os homens da moto entram no condomínio onde Patrícia mora. Logo depois, ela chega. A imagem do carro passando é a última registrada antes do crime. Mas, mesmo assim a polícia conseguiu descobrir onde os assassinos esperavam pela juíza Acioli. E como ela foi morta ainda antes de o portão da casa se abrir.

A investigação policial descobriu marcas de pneu de motocicleta atrás de um dos carros que estavam estacionados na entrada da casa. Quando a juíza se aproximou da garagem, os bandidos surgiram, e o carro foi alvejado ainda em movimento. A prova: os primeiros tiros atingiram a porta da motorista da esquerda para a direita. Mas depois, há marcas de tiros que entram pela janela e pela porta em linha reta. Isso porque o carro acabou parando bem ao lado dos atiradores, que descarregaram suas armas.

Os lugares em que as cápsulas foram encontradas no chão comprovam que os disparos foram feitos de muito perto. As cápsulas recolhidas são de três calibres. Para a polícia, isso tem explicação: um dos atiradores teria usado duas armas.

Para a polícia, um dos atiradores teria usado duas armas. As cápsulas recolhidas são de três calibres. 38. 40, de uso padrão na polícia. E 45, de uso restrito. Munição comprada com dinheiro público.

Patrícia Acioli foi atingida por 21 tiros. A necropsia aponta como causa da morte ferimentos no pescoço e no tronco. Às 23h58 da noite, os assassinos da juíza deixam o condomínio.

Todos esses detalhes foram remontados a partir das perícias do carro, do local, e do corpo. Mas a polícia foi além. Analisou os dados de mais de três milhões de celulares que passaram pela área entre o fórum e a casa da juíza Patrícia Acioli no prazo de um mês. E com isso conseguiu provar não só o envolvimento dos PMs, mas que o crime foi cuidadosamente planejado. Acostumados à impunidade, os três policiais militares tiveram a ousadia de ir pessoalmente à casa da juíza para reconhecer o terreno, exatamente um mês antes do assassinato.

Quem tramou, com tanta certeza de impunidade, a morte da juíza? Por que? Segundo a polícia a história começa no dia dia 3 de junho. Diego da Conceição Beliene, de 18 anos, foi morto por PMs em São Gonçalo. O caso foi registrado como auto de resistência - que é quando um suspeito resiste á prisão e enfrenta a polícia.

“Ele não estava armado. Ele tava sem camisa. Ele tava com a identidade no bolso. Onde tava essa arma então?”, questiona a mãe do Diego

As investigações desfizeram a tese do auto de resistência. E os oito policiais militares envolvidos na morte de Diego passaram a temer que a juíza expedisse um mandado de prisão contra eles. Entre os oito, os três acusados, agora, pela morte da própria juíza.

“Eles sabiam que seriam presos em poucos dias, que estava sendo expedida a ordem de prisão por processo anterior, e aí não teriam mais tempo para a execução da vitima”, conta o delegado. A vítima: a juíza, cuja morte eles já tinham planejado, segundo a polícia.

Você vai ver pela primeira vez as fotos dos acusados: o tenente Daniel Santos Benitez Lopes e os cabos Jeferson de Araújo Miranda e Sérgio Costa Júnior.

Na investigação da morte de Diego, a polícia vigiava os movimentos dos três. E no dia do assassinato da juíza, antenas de empresas de telefonia captaram os sinais dos celulares de Daniel Lopes e Sérgio Costa Júnior no fórum de São Gonçalo.

Só que antes das 23h, os celulares dos policiais foram desligados. E só foram religados quase uma hora depois de a juíza ter sido executada. A partir daí, a polícia começou a rastrear dados dos celulares do PMs nos dias anteriores ao crime.

No dia 11 de julho - exatamente um mês antes do crime - os registros mostram a movimentação deles. Jeferson de Araújo e Sérgio Costa Júnior estavam juntos em Niterói. Eles ligaram para Daniel Lopes, que estava na Zona Sul do Rio de Janeiro e foi encontrá-los.

Depois, o sinal dos três celulares aparece na Rua dos Corais, em Piratininga, Niterói. O endereço da juíza. Os três acusados, segundo a polícia, ficaram 26 minutos - das 19h43 às 20h09, juntos na pequena rua onde, um mês depois, a juíza foi morta na emboscada.

Muitas dessas informações foram conseguidas porque as antenas de telefonia indicam a localização de todos os celulares ligados, mesmo quando eles não estão fazendo ou recebendo chamadas.

Fórum de São Gonçalo, 11 de agosto, pouco depois das 23h. Quando saiu sozinha no corredor, a juíza tinha acabado de assinar o pedido de prisão preventiva, por envolvimento na morte de Diego, dos três homens agora acusados também pela morte dela. Assinou e se foi, acreditando que a justiça seria feita.

“Está provado que eles são os autores do homicídio. Isso não há dúvida para a polícia que esses três participaram efetivamente da execução da juíza Patrícia Acioli”, afirma o delegado.

Em depoimento, essa semana, Daniel e Jeferson negaram a acusação. Sergio se recusou a falar. A investigação ainda precisa identificar as armas do crime, entre quase 700 recolhidas no batalhão da PM de São Gonçalo.

“O desfecho da investigação não é só para provar as pessoas que estavam na moto, mas para verificar se de fato há outras pessoas envolvidas”, completa o delegado.










LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: