SOS Morumbi - Ajudem nosso bairro
O objetivo do sosmorumbi.com.br é contribuir com o monitoramento da segurança do bairro, beneficiando os moradores, assim como a polícia civil e militar, mapeando as zonas de risco e discutindo sobre eventuais assaltos, furtos, entre outros fatos.A organização da discussão em torno do tema é fundamental para que a mobilização da passeata do dia 28/08/2011 não se restrinja apenas a um evento, mas sim um projeto duradouro. Utilize o "Proteste Aqui", assim como o nosso Registro de Ocorrência para divulgar os fatos!
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Operação com 100 PMs e helicóptero no Morumbi prende 5 em 3 dias
Ação da Polícia Militar acontece desde quarta no bairro da Zona Sul de SP.
Apesar de queixas dos moradores, criminalidade diminuiu no último mês.
Policiais militares abordam jovens em avenida do Morumbi, em São Paulo (Foto: Raphael Prado/G1)
Há três dias a Polícia Militar de São Paulo realiza nas ruas do
Morumbi, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, a Operação Colina Verde.
Contando com mais de cem homens e um helicóptero,
a ação resultou, até as 15h desta sexta-feira (26), em cinco prisões,
de acordo com balanço da corporação. Quando teve início, o coronel
Theseo Toledo disse que a ação "não tinha data para acabar".Nesses três dias, foram feitos dois flagrantes de porte de entorpecente, um de roubo, um de tentativa de roubo e um de estelionato. Para o capitão Claudisdel Gaivota Santos, que participa da Operação Colina Verde, o resultado é positivo. "O objetivo é ostensividade, patrulhamento, não deixar que os crimes aconteçam", diz.
Apesar das queixas dos moradores do Morumbi, que o G1 ouviu por dois dias, os índices de criminalidade divulgados pela Secretaria de Segurança Pública nesta quinta-feira (25) mostram queda nos delitos cometidos no bairro.
Os crimes que aumentaram tiveram apenas uma ocorrência a mais em julho, na comparação com junho. São eles: roubo de veículo (39 em junho, contra 40 em julho), tentativa de homicídio (um registro em julho, e nenhum no mês anterior) e um estupro, contra nenhum em junho.
SOS Morumbi
Ainda assim, os residentes do bairro acreditam que a criminalidade está aumentando e planejam para o próximo domingo (28) uma manifestação nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual paulista.
Moradores sairão em caminhada a partir da Praça Vinicius de Moraes, às 10h30, para pedir mais segurança e mais policiamento, sob o slogan "Chega de Violência".
SP: Moradora reclama de aumento da violência
Mulher que vive há cerca de dez anos na Chácara Santo Antônio diz que crimes aumentaram após reforço do policiamento no Morumbi
Marielly Campos
noticias@band.com.br
Moradores da Chácara Santo Antônio, na zona sul de São Paulo,
afirmam que estão mudando suas rotinas devido ao aumento da violência na
região. Segundo a funcionária pública Gabriela de Oliveira, que vive na
região há cerca dez anos, os crimes aumentaram há cerca de um ano. “As pessoas estão deixando de sair de casa. Eu tenho investido na segurança da minha residência, com cerca elétrica, luz presencial... Estamos com medo de chegar em casa à noite”, comentou. Para ela, a violência aumentou depois que a polícia reforçou a segurança na região do Morumbi.
“Tenho impressão que reforçaram lá e aqui ficou meio carente. Até existe um posto móvel, mas parece que só funciona enquanto tem aula na faculdade aqui perto. Acabou a aula, eles vão embora”, comentou.
Gabriela não só acompanha o aumento da violência no bairro como também foi vítima em novembro do ano passado, quando um restaurante onde estava sofreu um arrastão. “Estávamos em um restaurante, entrou um motoboy armado e outro ficou na porta. Levaram bolsas, relógios, telefones”, disse. Além disso, recentemente, uma mulher foi baleada em um bar, há poucos metros de sua casa.
Enquanto aguardam providências das autoridades, a funcionária pública diz que os moradores estão se mobilizando para tentar minimizar os riscos. “Estamos pensando em contratar segurança privada. Conversei com donos de restaurantes na minha rua, com outros moradores vizinhos da minha casa. Meu marido tem um comércio e tem conversado com as pessoas para fazermos um movimento”, contou. “Nossa sensação é de medo, estamos com medo”, concluiu.
A reportagem do Portal da Band entrou em contato com a Polícia Militar na última quinta-feira, dia 8, mas não houve resposta até o fechamento desta matéria.
Relate a ocorrência de crimes no bairro paulistano e indique os locais.
A PM faz desde o final de agosto uma operação contra a violência no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo . No gráfico abaixo, o G1
conta com a sua colaboração para montar um mapa dos crimes da região.
Toda vez que a notícia de um crime for publicada, um ponto no mapa
indicará o local e o tipo do crime. O mapa indicará também relatos de crimes feitos por você, leitor (veja indicações de como fazer isso abaixo do gráfico).
Para enviar sua indicação, os passos são:
1- Clique no ícone da carta.
Ele fica abaixo dos links patrocinados, na barra de serviços.
O formato do ícone é este à esquerda.
2- Na mensagem, indique um crime do qual tenha sido vítima ou do qual tenha conhecimento.
Exemplo 1: "Fui assaltado na rua X, na altura do número Y, no dia tal. Eram x homens armados. Levaram meu carro."
Exemplo 2: "Um homem foi assassinado no dia tal na rua A, na altura do número B. Os assassinos fugiram em um carro branco."
3- Valem casos que ocorreram a partir de 15 de agosto de 2011.
4- Se quiser enviar foto ou vídeo, use o canal VC no G1.
5- Seu nome não será divulgado, mas solicitamos que deixe também um telefone, caso a equipe de reportagem do G1 precise entrar em contato para tirar dúvidas.
6- A equipe do G1 colocará os dados indicados no mapa acima e o manterá atualizado.
SÃO PAULO - Moradores do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, decidiram descruzar os braços para discutir a violência crescente no bairro, uma das áreas nobres da capital paulista. Mais de 4 mil pessoas aderiram no Facebook ao Grupo Moradores do Morumbi. Na rede social, eles contam suas experiências de violência, e cobram das autoridades mais policiamento e medidas efetivas para controle da violência. No bairro está fincada uma das mais antigas e maiores favelas paulistanas, a Paraisópolis, que tem quase 100 mil moradores numa área de 800 mil metros quadrados. Os moradores querem que o governo paulista siga o exemplo do Rio de Janeiro e implante no local uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Nas últimas semanas, a polícia anunciou reforço do policiamento e
uma operação para conter os assaltos, pouco depois do assalto à casa do
deputado estadual e ex-prefeito de São Paulo, Antonio Salim Cuariati.
Mesmo assim novos casos de violência foram registrados, como o assalto a
uma massoterapeuta em que um dos criminosos foi morto por um sargento à
paisana. Nesta semana, a polícia prendeu quatro menores que faziam
assaltos usando uma metralhadora de brinquedo.
Os moradores querem reunir 8 mil assinaturas num abaixo-assinado a ser entregue ao governo pedindo a unidade pacificadora. Até o momento, já conseguiram 4 mil
- Precisamos tirar o bairro da UTI. E o primeiro movimento para isso é sensibilizar a opinião pública e os governantes. Queremos uma unidade de polícia pacificadora dentro de Paraisópolis e o aumento do efetivo da polícia militar na região - diz um dos representantes do grupo, que também já foi assaltado.
Os moradores decidiram usar a rede social para, além de se unir por um mesmo objetivo, chamar a atenção do governo do estado. Na semana que vem, uma comissão de moradores deve ser recebida no Palácio dos Bandeirantes. No final de semana, cerca de 2,5 mil pessoas saíram às ruas num ato para reivindicar segurança no bairro.
- Devemos nos organizar numa força única para cobrar o governo - diz o representante do movimento.
No Facebook, os moradores também relatam constantemente os assaltos sofridos.
Um dos pontos onde os assaltos têm se tornado frequente é a Rua Doutor Francisco Tomás de Carvalho, conhecido como Ladeirão do Morumbi. Ali, em julho, um publicitário foi baleado numa tentativa de assalto. No mesmo mês, ladrões invadiram uma residência e levaram equipamentos eletrônicos.
No dia 24, a Polícia Militar iniciou a Operação Colina Verde para proteger casas e moradores do Morumbi. Segundo a PM, mais de cem homens e um helicóptero vão fazer rondas. A operação não tem data para acabar. A PM identificou pelo menos seis áreas no bairro onde foram registrados mais roubos e furto a casas. A Operação Colina Verde - significado de "Morumbi" em língua tupi - é realizada pelo 16º Batalhão da Polícia Militar, veículos da Força Tática, a Rota e o helicóptero Águia.
Dois dias depois do anúncio, a massoterapeuta Cinthia Martoni foi abordada em seu carro por três homens e uma mulher em duas motos. Eles fecharam a passagem do veículo e obrigaram a profissional, que ia atender um paciente, a entregar o material de trabalho e bolsa. Os bandidos também abordaram um homem que vinha num carro logo atrás de Cinthia, mas foram surpreendidos porque se tratava de um policial militar.
Um dia antes do início da Operação Colina Verde, uma quadrilha invadiu a residência do deputado estadual Antonio Salim Curiati (PP). Com uma chave de fenda, os criminosos feriram o deputado, que tem 83 anos. A sua mulher foi agredida e levou um tapa no rosto. A ação durou pouco mais de 20 minutos e os homens fugiram de carro levando R$ 13 mil em dinheiro, joias e outros bens.
No dia 19, um engenheiro foi surpreendido por dois bandidos que estavam dentro da residência, e outros dois, do lado de fora. Ao se aproximar da garagem, o engenheiro foi atingido nas costas, segundo a polícia, por um tiro de fuzil. Ele está internado em estado grave.
Nesta terça-feira, quatro menores, com idades entre 14 e 16 anos, suspeitos de cometer roubos no bairro foram presos. O grupo usava uma metralhadora de brinquedo para abordar as vítimas. Eles também tinham um canivete. Sete vítimas do grupo reconheceram os menores na delegacia. Segundo a polícia, eles roubavam joias, relógios, brincos, carteiras.
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2- Na mensagem, indique um crime do qual tenha sido vítima ou do qual tenha conhecimento.
Exemplo 1: "Fui assaltado na rua X, na altura do número Y, no dia tal. Eram x homens armados. Levaram meu carro."
Exemplo 2: "Um homem foi assassinado no dia tal na rua A, na altura do número B. Os assassinos fugiram em um carro branco."
3- Valem casos que ocorreram a partir de 15 de agosto de 2011.
4- Se quiser enviar foto ou vídeo, use o canal VC no G1.
5- Seu nome não será divulgado, mas solicitamos que deixe também um telefone, caso a equipe de reportagem do G1 precise entrar em contato para tirar dúvidas.
6- A equipe do G1 colocará os dados indicados no mapa acima e o manterá atualizado.
Moradores do Morumbi, em SP, pedem unidade pacificadora na favela de Paraisópolis
Jaqueline Falcão (jaquefalcao@sp.oglobo.com.br)SÃO PAULO - Moradores do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, decidiram descruzar os braços para discutir a violência crescente no bairro, uma das áreas nobres da capital paulista. Mais de 4 mil pessoas aderiram no Facebook ao Grupo Moradores do Morumbi. Na rede social, eles contam suas experiências de violência, e cobram das autoridades mais policiamento e medidas efetivas para controle da violência. No bairro está fincada uma das mais antigas e maiores favelas paulistanas, a Paraisópolis, que tem quase 100 mil moradores numa área de 800 mil metros quadrados. Os moradores querem que o governo paulista siga o exemplo do Rio de Janeiro e implante no local uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Os moradores querem reunir 8 mil assinaturas num abaixo-assinado a ser entregue ao governo pedindo a unidade pacificadora. Até o momento, já conseguiram 4 mil
- Precisamos tirar o bairro da UTI. E o primeiro movimento para isso é sensibilizar a opinião pública e os governantes. Queremos uma unidade de polícia pacificadora dentro de Paraisópolis e o aumento do efetivo da polícia militar na região - diz um dos representantes do grupo, que também já foi assaltado.
Os moradores decidiram usar a rede social para, além de se unir por um mesmo objetivo, chamar a atenção do governo do estado. Na semana que vem, uma comissão de moradores deve ser recebida no Palácio dos Bandeirantes. No final de semana, cerca de 2,5 mil pessoas saíram às ruas num ato para reivindicar segurança no bairro.
- Devemos nos organizar numa força única para cobrar o governo - diz o representante do movimento.
No Facebook, os moradores também relatam constantemente os assaltos sofridos.
Um dos pontos onde os assaltos têm se tornado frequente é a Rua Doutor Francisco Tomás de Carvalho, conhecido como Ladeirão do Morumbi. Ali, em julho, um publicitário foi baleado numa tentativa de assalto. No mesmo mês, ladrões invadiram uma residência e levaram equipamentos eletrônicos.
No dia 24, a Polícia Militar iniciou a Operação Colina Verde para proteger casas e moradores do Morumbi. Segundo a PM, mais de cem homens e um helicóptero vão fazer rondas. A operação não tem data para acabar. A PM identificou pelo menos seis áreas no bairro onde foram registrados mais roubos e furto a casas. A Operação Colina Verde - significado de "Morumbi" em língua tupi - é realizada pelo 16º Batalhão da Polícia Militar, veículos da Força Tática, a Rota e o helicóptero Águia.
Dois dias depois do anúncio, a massoterapeuta Cinthia Martoni foi abordada em seu carro por três homens e uma mulher em duas motos. Eles fecharam a passagem do veículo e obrigaram a profissional, que ia atender um paciente, a entregar o material de trabalho e bolsa. Os bandidos também abordaram um homem que vinha num carro logo atrás de Cinthia, mas foram surpreendidos porque se tratava de um policial militar.
Um dia antes do início da Operação Colina Verde, uma quadrilha invadiu a residência do deputado estadual Antonio Salim Curiati (PP). Com uma chave de fenda, os criminosos feriram o deputado, que tem 83 anos. A sua mulher foi agredida e levou um tapa no rosto. A ação durou pouco mais de 20 minutos e os homens fugiram de carro levando R$ 13 mil em dinheiro, joias e outros bens.
No dia 19, um engenheiro foi surpreendido por dois bandidos que estavam dentro da residência, e outros dois, do lado de fora. Ao se aproximar da garagem, o engenheiro foi atingido nas costas, segundo a polícia, por um tiro de fuzil. Ele está internado em estado grave.
Nesta terça-feira, quatro menores, com idades entre 14 e 16 anos, suspeitos de cometer roubos no bairro foram presos. O grupo usava uma metralhadora de brinquedo para abordar as vítimas. Eles também tinham um canivete. Sete vítimas do grupo reconheceram os menores na delegacia. Segundo a polícia, eles roubavam joias, relógios, brincos, carteiras.
Crime no Morumbi
Menor confessa ter dado dois tiros em casal no Morumbi, diz polícia
Publicada em 13/07/2007 às 20h22m
Fabiana Parajara, O Globo Online
SÃO PAULO - A polícia afirma que o terceiro menor preso sob suspeita
de participar do assassinato de Glauber Shiba e Marta Sena, no Morumbi,
confessou ter atirado contra o casal. Em depoimento preliminar à
polícia ele disse ter dado 2 tiros. O menor contou ao delegado Flávio
Afonso da Costa do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP)
que estava do lado direito do carro, um Honda Fit, próximo ao
passageiro. O crime aconteceu no dia 26 de junho e o filho de 7 anos do
casal presenciou o assassinato dos pais.
Segundo o depoimento do jovem, ele deu o primeiro tiro quando a mulher fechou o vidro do carro durante a abordagem. Como o carro andou, foi feito um segundo disparo. O casal foi escolhido como vítima aleatoriamente, por ter sido o primeiro veículo a parar no semáforo no cruzamento das avenidas Alberto Augusto Nunes e Giovanni Gronchi. O menor está no DHPP acompanhado de uma advogada e uma tia. Ele se entregou no bairro de Capão Redondo, na zona sul.
- Nós vamos investigar essa versão e fazer uma acareação com os outros menores presos. Também esperamos laudos da perícia para saber a trajetória das balas - afirma o Flávio Afonso da Costa.
A polícia não descarta, no entanto, a participação de um quarto envolvido no crime, já que Glauber foi atingido no tórax.
- Não sabemos a trajetória dessa bala, se ela entrou pela lateral do corpo da vítima ou se havia uma outra pessoa armada do lado do motorista - disse o delegado.
Dois menores presos na quinta-feira afirmaram à polícia que portavam apenas uma arma de brinquedo. Segundo o delegado, o menor preso nesta sexta se contradisse em vários pontos de seu depoimento.
- Num primeiro momento, ele afirmou que ia tirar acessórios do carro para vender. Depois voltou atrás e disse que o carro era apenas para passear , como haviam afirmado os outros dois menores . Agora vamos investigar se eles tinham o hábito de roubar carros. Se isso se confirmar, vamos querer saber quem era o receptador - afirmou o delegado.
O menor tinha sido detido no domingo, dentro de um carro roubado, mas depôs como testemunha e foi liberado, já que não tinha sido identificado como participante do crime. Um jovem maior de idade que estava com ele foi detido.
O delegado disse ainda que o menor não demonstra qualquer arrependimento em relação ao crime.
- Ele fala da vítima como se fosse um agressor, como ela tivesse que se submeter à vontade dele, que estava armado. O menor contou à polícia que jogou a arma em um bueiro próximo ao Terminal de ônibus João Dias, na zona sul de São Paulo. No local, apontado por ele a arma não foi encontrada, mas as buscas continuam.
O Minhocão que assusta o Morumbi
O monotrilho - espécie de trem com rodas em via suspensa - deve chegar em 2013 e já deixa moradores com o cabelo em pé
W.F. Padovani
O motivo é a obra que o governo do estado pretende acabar até 2013: o monotrilho Jabaquara-Morumbi, uma espécie de metrô suspenso que já ganhou o apelido de "Minhocão do Morumbi" - numa referência ao "Minhocão" original, a via suspensa que corre por cima da Av. São João e, pela feiúra, virou um cartão postal negativo de São Paulo.
"Esse monotrilho é um completo absurdo", dispara Júlia Titz, presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Morumbi, uma das associações de moradores mais atuantes do bairro e que, como toda a população paulistana, faz questão de ressaltar a importância do Metrô para a cidade - mas que vê no monotrilho uma aberração. "Vamos continuar lutando para barrar esse projeto. Até porque daqui a pouco teremos uma linha do Metrô ali na esquina", diz, referindo-se à estação São Paulo-Morumbi, da linha 4-Amarela.
Para conseguir interceptar o monotrilho, os moradores do Morumbi terão que correr, do contrário daqui a dois anos poderão ter como vista de suas janelas um monstrengo de concreto de 15 metros de altura que além de atrapalhar a paisagem, poderá desvalorizar os imóveis a seu redor.
Previsões apontam que um apartamento no meio do caminho do monotrilho poderá perder até 20% do preço atual.
E também entram nessa conta as inevitáveis desapropriações para o levantamento da via e das paradas, além do burburinho em torno de cada estação e das perdas ambientais - como árvores de ruas e praças.
Quando fala do monotrilho que os moradores que representa pretendem barrar, Júlia está citando a parte da via suspensa que se estenderá por seu bairro - afinal, a obra é muito maior. É um projeto do governo, mais especificamente do Metrô, que terá como ponto inicial o Jabaquara, na Zona Sul, e passará por pontos como o Aeroporto de Congonhas.
"Será horrível"
Até agora, só os moradores do Morumbi estão protestando contra o monotrilho - pelo menos de forma mais sonora. "Vai ficar horrível", critica a secretária de laboratório atmosférico da Faculdade de Medicina da USP Maria Dalva Gomes Santana, que mora num dos principais focos do monotrilho no Morumbi, a Av. Jorge João Saad, e teme o novo Minhocão.
Com o marido e os dois filhos, ela já se acostumou com a vista, e o sossego, que tem à frente da sacada de seu apartamento, no 5º andar. "Vamos perder isso. E o preço do imóvel deverá mesmo cair muito. Quem vai arcar com o prejuízo?"
Para muitos especialistas, "busão aéreo" é lento demaisO monotrilho é uma fusão de dois meios de transporte público - metrô e ônibus. Ele corre em trilho, mas tem pneus, em geral escondidos pela carcaça dos vagões. Os pneus não podem se movimentar fora da guia na pista. E mais: diferentemente da maior parte da malha do metrô, que é subterrânea, o monotrilho é suspenso. Muitos especialistas veem com reserva a eficácia dele, ainda que o tempo necessário para a obra da via suspensa seja de aproximadamente de 2 anos e meio, três vezes menos que o de uma linha de metrô e, portanto, uma opção mais barata.
Para eles, isso não é um grande benefício, já que o monotrilho é um transporte muito lento e com capacidade restrita de passageiros. E mais: por não ter rota de passagem, se um vagão apresentar defeito no percurso, interromperá o fluxo até ser consertado. Com base nisso tudo, Júlia Titz, a presidente do Conseg, afirma: "A médio e longo prazos, caso seja mesmo construído, ficará evidente que o monotrilho é uma obra desnecessária no Morumbi e na cidade como um todo".
Além dos especialistas em transporte, de Júlia e de todos os que são contra a obra, há mais um apoio de peso contra ela. "É uma bobagem a céu aberto", decreta Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), com sede em São Paulo. A Embraesp é uma das mais conceituadas empresas de pesquisa imobiliária do país, bastante ligada às questões urbanas como transporte e qualidade de vida, dois itens essenciais à equação de preços de um imóvel.
"O monotrilho vai desfigurar muitos bairros e mudar todo o panorama de quem mora neles, o que, evidentemente, inclui a desvalorização dos imóveis", diz Pompéia. Por essas e outras, ele se diz contrário ao projeto: "Será uma cicatriz esparramada por São Paulo."
Metrô diz que obra irá desafogar o trânsito da capitalA direção do Metrô considera a construção da via suspensa Jabaquara-Morumbi, que integra um conjunto de monotrilhos que deverá ser erguido pelo governo estadual, fundamental para aliviar o trânsito da cidade - e em particular do próprio Morumbi.
Foi com esse argumento que o governador Alberto Goldman sancionou o projeto de lei autorizando financiamentos para as obras de construção da "Linha 17-Ouro" - como o monotrilho que chegará ao lado da estação -Morumbi-São Paulo do Metrô é tecnicamente conhecido.
Está prevista uma audiência pública na Assembleia Legislativa no mês que vem para explicações mais detalhadas à população sobre a obra. Ela faz parte do Programa de Expansão, que de acordo com o governo paulista, é o maior investimento já realizado no setor, atingindo R$ 23 bilhões.
Com a nova rede de trens, o governo pretende criar conexões que possibilitem ao usuário se deslocar na região metropolitana a partir de qualquer ponto do sistema da rede Metrô-ferrovias.
Propostas para monotrilho em SP serão abertas amanhã
O projeto do Monotrilho Morumbi teve início quando o Estádio do Morumbi tinha sido escolhido para sediar partidas da Copa de 2014
AE | 19/04/2011 20:16
O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou que serão abertos amanhã os envelopes com as propostas das empresas participantes da licitação para a construção do Monotrilho Morumbi, na cidade de São Paulo. Três empresas participam da licitação da obra, que está embargada por uma liminar concedida pela Justiça aos moradores da região. Há cinco meses, o governo tenta derrubar a liminar. "Não dá nem vontade de abrir as propostas. Vamos abrir para quê?", questionou Fernandes, após almoço com diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O projeto do monotrilho foi concebido quando o Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) era tido como o escolhido para sediar as partidas da Copa do Mundo de 2014, em São Paulo. Apesar de o estádio ter sido preterido para o mundial de futebol - a arena do Corinthians que será erguida na zona leste da cidade é hoje a eleita para a Copa -, a obra (Linha-17 Ouro) é "prioritária", porque vai integrar o Aeroporto de Congonhas à Linha-4 Amarela da Companhia do Metropolitano (Metrô). A obra está orçada em R$ 3,17 bilhões e deverá desapropriar 132,3 mil metros quadrados de áreas em bairros de classes alta e média.
"Amanhã posso saber o vencedor (da licitação), mas não posso assinar o contrato. Até agora a Justiça não analisou o pedido de suspensão de liminar", reclamou Fernandes. Segundo ele, a morosidade da Justiça e de todo o processo para colocar uma obra em curso, que inclui análises de impacto ambiental e de patrimônios tombados, provoca paralisia no governo. "Muitas vezes a Justiça não tem como analisar a demanda, então dá uma liminar. Aqui virou a história da liminar", disse.
De acordo com ele, a ideia de um trem suspenso no Morumbi está relacionada ao "trauma" que o Elevado Costa e Silva, o Minhocão, provocou nos moradores da região central da cidade de São Paulo. "Uma situação que ficou muito forte na mente dos paulistanos é o Minhocão, que tem uma agressividade muito grande porque está a dois metros da janela das pessoas e produz muito barulho e fumaça por conta dos carros. Nesse caso, (do Morumbi) é elétrico e silencioso", afirmou, ao defender o monotrilho.
Obras
O secretário pediu à Justiça que seja realizado um esforço para analisar as pendências que impedem as obras no Estado. "As pendências devem ser tratadas como emergências. Não achamos que tenha que se passar por cima da Justiça, mas faça-se então um mutirão para analisar esses casos", disse. "Esse é o Brasil. Temos dinheiro, temos projeto e temos a população demandando e nós não conseguimos fazer uma obra", reclamou, citando outros projetos parados, como a ampliação da Linha-5 Lilás do Metrô.
Sobre a ampliação da Linha-5 Lilás do Metrô, Fernandes afirmou que o governo está refém da Justiça. Disse que o Ministério Público (MP) pediu para que o governo do Estado aguarde as provas oficiais da investigação sobre indícios de fraude na licitação e o depoimento do jornalista da Folha de S.Paulo que denunciou a suspeita. O jornal teria antecipado o resultado da disputa com base em irregularidades na concorrência. O processo licitatório foi, então, suspenso.
"Se eu falo que vou continuar a obra, o MP pode me derrubar; se eu falo que não vou continuar a obra, que vou fazer um novo certame licitatório, os empresários que têm o contrato na mão podem entrar na Justiça pedindo a suspensão da nova licitação. Em torno de todo esse 'indício' estamos parados há cinco meses", disse. De acordo com o secretário, o MP vai comunicar o jornalista para depor no dia 5 de maio.
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