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terça-feira, 16 de agosto de 2011

'Ele era dócil e carinhoso', diz dona de pit bull que foi atacada em MS

Ataque aconteceu na tarde de domingo (14), em bairro de Campo Grande.
Para tentar salvar vítima, vizinho usou um tipo de facão para golpear animal.

Tatiane Queiroz Do G1 MS

Vítima, que não quis mostrar o rosto, cuidava do cachorro desde que ele era filhote. (Foto: Caroline Arruda/Arquivo pessoal)Vítima, que não quis mostrar o rosto, cuidava do pit
bull há 4 anos (Foto: Caroline/Arquivo pessoal)

A jovem Caroline Cristine da Cruz Arruda, que foi atacada por seu pit bull na tarde de domingo (14), em Campo Grande, afirmou que o animal sempre foi dócil e carinhoso. “Ele nunca teve nenhuma ação agressiva e nunca atacou ninguém. Não sei o que aconteceu”, declarou a jovem.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o ataque ocorreu por volta das 15h30 (horário local), no Jardim Panorama, região sudeste da cidade. Caroline levou mordidas nas coxas, nádegas, tornozelo e na palma de uma das mãos. Ela foi atendida na unidade de saúde do bairro Tiradentes, onde tomou vacina contra raiva, foi medicada e ficou sob observação. Agora está em casa e passa bem.

Acho que ele não reconheceu o meu cheiro e me atacou"
Caroline Arruda

Em entrevista ao G1, a jovem contou que adquiriu o cachorro quando ele era filhote, há quatro anos. “O nome dele era Heros”, afirmou. Ela relatou ainda que foi atacada quando tentava levar o cachorro de volta para casa. “Ele escapou para ir atrás de uma cachorrinha do vizinho que está no cio. Quando tentei pegar ele no colo, ele estava de costas e acho que não me viu, ou não reconheceu o meu cheiro e me atacou”, afirma a dona.

O vizinho de Caroline, José Carlos de Oliveira Martins, de 54 anos, estava chegando em casa quando viu o animal latir e rosnar para a dona e depois atacá-la. Para tentar afastar o animal, Martins foi até o seu carro, que estava encostado do outro lado da rua, pegou um machete (tipo de facão) e golpeou o cachorro várias vezes, na cabeça e nas costas.

Por mês, CCZ registra 300 ataques de animais em Campo Grande

Os casos vão de mordidas a arranhões, envolvendo, principalmente cães e gatos

Aline dos Santos
Pit bull escapou de casa e mordeu dona que foi recapturá-lo. (Foto: João Carlos Castro/Jornal O Estado de MS)

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) registra 300 casos de ataques de animais contra pessoas por mês em Campo Grande. Os casos vão de mordidas a arranhões, envolvendo, principalmente cães e gatos.

Ontem, a vítima foi Caroline Cristine da Cruz Arruda, de 22 anos. Ela foi atacada pelo seu cachorro, da raça pit bull. O animal fugiu da casa, no bairro Panorama, para brigar com outro cão.

“Ela tentou pegar o cachorro. Ele mordeu na perna dela e não largava. O Zé Carlos, que mora perto, veio com facão e deu golpes no cachorro”, relata Lóia Catarina Musskopf, que presenciou o ataque.

A vizinha conta que o animal sempre ficava preso e não demonstrava agressividade. “Passo em frente do portão para fazer caminhada. Ele latia, mas nunca avançou”, relata.

O cachorro foi recolhido pelo CCZ. “Ele já chegou em estado de choque. Perdendo muito sangue. A facada perfurou vasos de grande calibre”, afirma a diretora do centro, Júlia Maksoud. O animal morreu em virtude de choque hipovolêmico.

Amostras do cérebro do cachorro foram encaminhadas ao laboratório para fazer exame de raiva. De praxe, toda vez que uma pessoa é mordida, o animal fica dez dias em observação. Depois de 23 anos sem casos, foi confirmado neste mês uma ocorrência de raiva canina na Capital, no Jardim Anache.

A jovem foi levada pelo Corpo de Bombeiros até a Santa Casa. Mas só foi atendida no posto de saúde do Tiradentes, para onde foi encaminhada. Ela tinha o cachorro há quatro anos e, hoje, se mostrava triste com a morte do animal.

“O que acontece é que ele estava brigando com outro cachorro e tentei pegá-lo no colo. Ele estava de costa e não me reconheceu”, diz.

Domínio – Com músculos e mandíbulas fortes, o ataque do pit bull acaba causando ferimentos graves para a vítima. Há um ano, um cachorro matou o próprio dono em Campo Grande. O comerciante Fernando Jorge Paes, de 44 anos, foi morto e teve partes do corpo arrancadas. O animal foi sacrificado.

“O pit bull é dominador. O dono precisa muito ter muito domínio sobre o animal”, enfatiza a diretora do CCZ. Para ela, evitar os ataques depende de uma única postura do dono do animal. “Ter posse responsável”.

O animal, que teve vários ferimentos, foi encaminhado para o Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande (CCZ) e foi sacrificado.

A dona do pit bull afirmou que ficou triste porque o cachorro teve que ser sacrificado, mas ficou agradecida pela atitude do vizinho. “Se ele não tivesse tentado afastar o cachorro, talvez eu tivesse tido ferimentos muito piores”, afirmou a vítima.

A jovem contou ainda que chegou a desmaiar depois do ataque por causa do susto. "Quando eu vi que havia muito sangue em todo o meu corpo por causa das mordidas fiquei em pânico e desmaiei".


Blood loss, shock killed woman mauled by pit bull


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