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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ex-ministra ironiza promessa de Serra de fazer ponte no Sul. 'Só tem um jeito: usar meu projeto'

ELEIÇÕES 2010:

Em gafe, Dilma diz que Irã tem armas nucleares

Presidenciável petista faz afirmação que contraria posição do governo sobre o país, que receberá visita de Lula

DILMA DÁ entrevista no Painel RBS: defesa de coalizão com Sarney e Jader

Isabel Marchezan*

PORTO ALEGRE. A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, cometeu uma gafe ontem, em Porto Alegre, ao tentar defender a relação amistosa do governo brasileiro com o Irã. A ex-ministra disse que o país governado por Mahmoud Ahmadinejad "controla armas nucleares". Na verdade, o Irã, país que será visitado a partir deste sábado pelo presidente Lula, mantém um programa de enriquecimento de urânio sobre o qual recai a suspeita de outros países, que temem justamente o uso da matéria-prima para produção de bombas. O Irã nega e insiste que o programa tem fins exclusivamente pacíficos.
Dilma ainda comparou a contrariedade mundial com o programa nuclear do Irã à atitude em relação ao Iraque na época da invasão americana, em 2003.
- Vimos que não havia armas de destruição em massa no Iraque, e hoje você tem uma região conflagrada. O Brasil não concorda em transformar o Irã em uma região conflagrada. Obviamente por uma questão humanitária, mas sobretudo por uma questão geopolítica - disse ela, e continuou: - O Irã não é uma civilização como a iraquiana. É um país com mais de 70 milhões. Controla armas nucleares e tem de fato um posicionamento internacional que naquela região é expressivo. Então, a tentativa de construir um caminho em que haja o abandono das armas nucleares como armas de agressão e passe a ser um uso puro e simplesmente pacífico da energia nuclear, eu acho que é bom para o mundo inteiro.
A pré-candidata também afirmou, no Painel RBS - série de entrevistas do Grupo RBS com os pré-candidatos -, que o governo brasileiro é uma liderança e "fator de estabilidade" na América Latina, graças à postura "de compreensão" que mantém:
- Não acredito que qualquer governo brasileiro possa interferir nas questões internas de outros países da região e ser bem sucedido. A posição nossa em relação ao governo venezuelano, ao governo argentino, ao governo da Colômbia, de todos os países, tem de ser cautelosa. Temos uma política de diminuir conflitos, de buscar a compreensão.
Mas, ao comentar o bloqueio argentino a produtos alimentícios brasileiros, iniciado esta semana, Dilma foi mais dura:
- Tem de ser muito firme. Se tiver necessidade (de retaliação), tem de fazer, sim. Não acho adequado o que foi feito pela Argentina. Primeiro, sem manifestações formais. Segundo, se existe a possibilidade de retaliar, uma medida tão agressiva como esta tem de ser respondida.

Defesa de indicações políticas com critério técnico

Dilma defendeu a manutenção dos cargos em comissão, desde que haja critérios técnicos para as contratações:
- Não acho que as indicações políticas sejam fonte de corrupção, nem acho que é por causa disso que ela existe. As indicações políticas podem, devem e, no que depender de mim, terão critério técnicos. Sempre achei que é possível ter indicações de partidos políticos que sejam bons gestores técnicos. Inclusive já convivi com eles.
Questionada sobre o fato de ser vista com José Sarney e Jader Barbalho, alvos de críticas do PT antes, Dilma afirmou que é preciso fazer coalizões:
- Não me constranjo nem um pouco, não acho que seja questão pessoal. A governabilidade do país é responsabilidade política perante a nação.
Dilma foi provocada quanto a uma promessa feita por Serra, que disse que, se eleito, uma de suas primeiras providências será a construção de uma segunda ponte sobre o Guaíba, na BR-290. Dilma disse que o estudo para a construção da ponte existe desde que ela era do governo.
- Só tem um jeito de fazer a ponte logo no dia seguinte: usar meu projeto, meu estudo de viabilidade técnica, meu licenciamento, e todas as medidas que tomamos - disse, e, perguntada se o estudo sairia do papel, ironizou: - Peralá. Uma ponte não cai do céu.







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