Nas poucas semanas em que atuou razoavelmente dentro da lei, a campanha de dona Dilma à presidência da República se transformou numa sucessão de gafes, equívocos e declarações desastradas da candidata. Alarmados com o uísque paraguaio que têm na mão, os petistas retomaram a velha tática que fez a ex-ministra subir alguns pontos nas pesquisas no começo deste ano: torrar ilegalmente recursos públicos e usar estruturas paraestatais para tentar turbinar a candidata. É o meu, o seu, o nosso dinheiro sendo empregado num projeto político de perpetuação de poder. Quem quer pagar?
Os exemplos se avolumam. Na quinta-feira, Lula utilizou cadeia nacional de rádio e TV para fazer campanha subliminar para dona Dilma. Foi apenas o primeiro sinal. No Dia do Trabalho, cinco estatais do governo (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobrás) desembolsaram R$ 2 milhões numa série de festas de apoio a Dilma, como revelou a Folha de S.Paulo. Se é assim, eu também quero: tenho um projetinho de investimento e acho que, neste ritmo, o BNDES pode me financiar também - mas não se preocupe, leitor, ao contrário da campanha de Dilma, eu pago.
Milhares de trabalhadores compareceram a locais como o Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo, no intuito de comemorar seu dia, assistindo apresentações musicais e participando de sorteios de carros e até de apartamentos. Incautos, tiveram que ouvir pronunciamentos pró-Dilma entoados por militantes da CUT, da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores. Foram para uma festa e deram de cara com um comício, coroado com um discurso da própria Dilma - que talvez tivesse se saído melhor se tivesse cantado "El día que me quieras". Parabéns pra você assim ninguém merece.
Lula também falou em todas as ocasiões possíveis. No comício da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, acusado de cobrar propina para intermediar empréstimos com o BNDES, puxou o coro: "Olê, olê, olê, olá, Dilmaaa, Dilmaaa". Sensata, e algo contrariada com aquela presepada toda, a numerosa plateia acompanhou com muxoxos.
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral não têm dúvida: a participação de Lula e Dilma nos eventos pode muito bem ser questionada na Justiça. Trata-se de uso explícito da máquina pública em ato de pré-campanha. O presidente já foi multado em R$ 15 mil pelo TSE por ter pedido votos para seu fantoche em situações não permitidas pela lei. Mas continua a dar de ombros. Lei? Ora bolas!
O dinheiro gasto no 1º de Maio é troco perto do que as centrais estão recebendo do governo do PT. Em sua edição de hoje, o Valor Econômico informa que, desde 2008, R$ 146 milhões já foram transferidos a elas por meio do imposto sindical. Nesta segunda-feira, elas começam a receber parcelas de um bolo que pode chegar a mais R$ 100 milhões. Será que isso explica o entusiasmo de Paulinho da Força com Dilma no Show do Milhão sindicalista?
O dilema petista é que sua candidata só consegue sair do lugar quando há uma imensa engrenagem estatal por trás. Isso significa que o meu, o seu, o nosso dinheiro, caro leitor e contribuinte, é que move o moinho e os lindos sonhos delirantes de dona Dilma.
Nos últimos anos, durante quase todo o segundo mandato, Lula percorreu o Brasil levando Dilma a tiracolo, fingindo inaugurar obras que não estavam prontas, obras que funcionavam há séculos ou obras construídas por outrem. Foi o caso da barragem de João Leite, em Goiás, erguida em sua maior parte na gestão do ex-governador tucano Marconi Perillo, e de uma Unidade de Pronto-Atendimento em Juiz de Fora, tocada integralmente pelo governo Aécio Neves e pela prefeitura - igualmente tucana - da cidade.
Em cada um desses comícios disfarçados, milhões de reais foram gastos. Nas viagens presidenciais sempre há enormes dispêndios com segurança, combustível, divulgação, montagem de palanque, hospedagem do staff, alimentação, etc. Na caravana que rasgou o sertão nordestino em outubro do ano passado, até buffet de luxo tinha. Tudo pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho. Tudo para içar Dilma do seu pântano.
O problema é que, na seara petista, sobra grana e abunda um deserto de idéias e propostas para fazer um Brasil melhor. Mergulhada numa dinheirama sem fim, e com a ajudinha do meu, do seu, do nosso capilé, a campanha de dona Dilma não está nem um pouco preocupada com projetos para o futuro do país.
Seu staff, algo zonzo com a ressaca do scotch made in Assunción, dedica-se a questões, digamos, mais altivas: deve a candidata afinar a voz para falar à população? Deve manter o estilo "casca grossa" que lhe é tão peculiar? Deve usar vestidinhos vermelhos ou tailleurs rosa choque (azuis, claro, nem pensar...)? Cruéis dúvidas hamletianas.
Mostra O Globo que Dilma vive rodeada de assessores de tudo: imprensa, internet, imagem, comunicação, voz, twitter, blog, política, gestão. Entra até uma tal "teoria da Constelação", "abordagem terapêutica que acredita que parte dos problemas enfrentados pelas pessoas deve-se a fatos que aconteceram no passado", segundo a IstoÉ. Como se vê, dona Dilma é um poço até aqui de insegurança. Não demora muito terá uma, digamos, assessora de Dilma. Dinheiro para pagar tudo isso, claro, não falta: estão aí Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobrás para não nos deixar falar sozinhos.
Vê-se que nem sobre a sua própria campanha a gerentona dos Pampas tem comando. O que fará ela se vencer a eleição? Pedirá ajuda para as centrais sindicais e cobrará delas o pagamento da fatura de seu glorioso 1º de Maio e a contrapartida dos repasses milionários do imposto sindical? Não nos iludamos: o preço desta aventura será pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho. Vai pagar? Eu tô fora.
Os exemplos se avolumam. Na quinta-feira, Lula utilizou cadeia nacional de rádio e TV para fazer campanha subliminar para dona Dilma. Foi apenas o primeiro sinal. No Dia do Trabalho, cinco estatais do governo (Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobrás) desembolsaram R$ 2 milhões numa série de festas de apoio a Dilma, como revelou a Folha de S.Paulo. Se é assim, eu também quero: tenho um projetinho de investimento e acho que, neste ritmo, o BNDES pode me financiar também - mas não se preocupe, leitor, ao contrário da campanha de Dilma, eu pago.
Milhares de trabalhadores compareceram a locais como o Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo, no intuito de comemorar seu dia, assistindo apresentações musicais e participando de sorteios de carros e até de apartamentos. Incautos, tiveram que ouvir pronunciamentos pró-Dilma entoados por militantes da CUT, da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores. Foram para uma festa e deram de cara com um comício, coroado com um discurso da própria Dilma - que talvez tivesse se saído melhor se tivesse cantado "El día que me quieras". Parabéns pra você assim ninguém merece.
Lula também falou em todas as ocasiões possíveis. No comício da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, acusado de cobrar propina para intermediar empréstimos com o BNDES, puxou o coro: "Olê, olê, olê, olá, Dilmaaa, Dilmaaa". Sensata, e algo contrariada com aquela presepada toda, a numerosa plateia acompanhou com muxoxos.
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral não têm dúvida: a participação de Lula e Dilma nos eventos pode muito bem ser questionada na Justiça. Trata-se de uso explícito da máquina pública em ato de pré-campanha. O presidente já foi multado em R$ 15 mil pelo TSE por ter pedido votos para seu fantoche em situações não permitidas pela lei. Mas continua a dar de ombros. Lei? Ora bolas!
O dinheiro gasto no 1º de Maio é troco perto do que as centrais estão recebendo do governo do PT. Em sua edição de hoje, o Valor Econômico informa que, desde 2008, R$ 146 milhões já foram transferidos a elas por meio do imposto sindical. Nesta segunda-feira, elas começam a receber parcelas de um bolo que pode chegar a mais R$ 100 milhões. Será que isso explica o entusiasmo de Paulinho da Força com Dilma no Show do Milhão sindicalista?
O dilema petista é que sua candidata só consegue sair do lugar quando há uma imensa engrenagem estatal por trás. Isso significa que o meu, o seu, o nosso dinheiro, caro leitor e contribuinte, é que move o moinho e os lindos sonhos delirantes de dona Dilma.
Nos últimos anos, durante quase todo o segundo mandato, Lula percorreu o Brasil levando Dilma a tiracolo, fingindo inaugurar obras que não estavam prontas, obras que funcionavam há séculos ou obras construídas por outrem. Foi o caso da barragem de João Leite, em Goiás, erguida em sua maior parte na gestão do ex-governador tucano Marconi Perillo, e de uma Unidade de Pronto-Atendimento em Juiz de Fora, tocada integralmente pelo governo Aécio Neves e pela prefeitura - igualmente tucana - da cidade.
Em cada um desses comícios disfarçados, milhões de reais foram gastos. Nas viagens presidenciais sempre há enormes dispêndios com segurança, combustível, divulgação, montagem de palanque, hospedagem do staff, alimentação, etc. Na caravana que rasgou o sertão nordestino em outubro do ano passado, até buffet de luxo tinha. Tudo pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho. Tudo para içar Dilma do seu pântano.
O problema é que, na seara petista, sobra grana e abunda um deserto de idéias e propostas para fazer um Brasil melhor. Mergulhada numa dinheirama sem fim, e com a ajudinha do meu, do seu, do nosso capilé, a campanha de dona Dilma não está nem um pouco preocupada com projetos para o futuro do país.
Seu staff, algo zonzo com a ressaca do scotch made in Assunción, dedica-se a questões, digamos, mais altivas: deve a candidata afinar a voz para falar à população? Deve manter o estilo "casca grossa" que lhe é tão peculiar? Deve usar vestidinhos vermelhos ou tailleurs rosa choque (azuis, claro, nem pensar...)? Cruéis dúvidas hamletianas.
Mostra O Globo que Dilma vive rodeada de assessores de tudo: imprensa, internet, imagem, comunicação, voz, twitter, blog, política, gestão. Entra até uma tal "teoria da Constelação", "abordagem terapêutica que acredita que parte dos problemas enfrentados pelas pessoas deve-se a fatos que aconteceram no passado", segundo a IstoÉ. Como se vê, dona Dilma é um poço até aqui de insegurança. Não demora muito terá uma, digamos, assessora de Dilma. Dinheiro para pagar tudo isso, claro, não falta: estão aí Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, BNDES e Eletrobrás para não nos deixar falar sozinhos.
Vê-se que nem sobre a sua própria campanha a gerentona dos Pampas tem comando. O que fará ela se vencer a eleição? Pedirá ajuda para as centrais sindicais e cobrará delas o pagamento da fatura de seu glorioso 1º de Maio e a contrapartida dos repasses milionários do imposto sindical? Não nos iludamos: o preço desta aventura será pago com o meu, o seu, o nosso dinheirinho. Vai pagar? Eu tô fora.
Fonte: Pauta em Ponto