(ler primeiro post das 15h14)
Por Elder Ogliari, da Agência Estado. Volto em seguida:
A pré-candidata do PT à presidência da república, Dilma Rousseff, disse há pouco que não concorda que os conflitos agrários tenham aumentado no país durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme os jornais de hoje divulgaram. “Os dados não apontam nesse sentido”, afirmou Dilma, passando a discorrer sobre os programas que o governo federal desenvolveu nos últimos anos.
“O governo Lula encaminhou as condições para a agência ter paz no campo”, ressaltou. A seguir Dilma, que disse que o governo assentou quase 600 mil famílias, elevou os financiamentos do Programa Nacional da Agricultura Familiar de R$2 bilhões, no início, para 15bilhões na safra de 2009. Também citou o Mais Alimentos que financiam tratores para a agricultura familiar e, ainda, Luz para Todos, que leva energia elétrica ao campo.
“Isso permite afirmar que nós construímos as condições para encaminhar a paz no campo”, reiterou. “Mas sabemos que os movimentos sociais funcionam pela cabeça deles; nós estamos criando as condições para os movimentos sociais como o dos Sem Terra tenham suas reivindicações históricas atendidas”. Dilma está em Caxias do Sul onde fala neste momento numa reunião-almoço promovida pela Câmara de Indústria e Comércio do município.
Comento
Dilma está negando dados levantados por seus próprios aliados. Dados que são, de resto, incontestáveis. A única diferença entre a candidata do PT e seus aliados do MST é que ela sabe que esse dado não é necessariamente bom para a sua campanha, e eles consideram que o aumento de invasões — que aquele senhor chama “conflitividade” — é uma maravilha da democracia.
A fala de Dilma também revela um estranho modo de pensar. Segundo ela, não houve aumento de invasões porque 600 mil famílias foram assentadas no governo Lula. Ainda que o número seja real, o que uma coisa tem a ver com a outra? TEM, MAS NÃO COMO ELA DIZ.
Os assentamentos feitos nos governos FHC e Lula deveriam, claro, ter feito diminuir o número de conflitos no campo. Mas eles aumentaram. O que é, aparentemente, uma contradição revela mais do que dados coordenados por adição: trata-se de uma relação de causa e efeito. Quanto mais se cede às chantagens do MST, mais o MST invade, depreda, aterroriza.
A razão é simples. O MST é um movimento de inspiração maoísta, com laivos da Escatologia da Libertação. Esses dois horrores ideológicos somados não podem dar em boa coisa. E não dão.
O MST não fará a pretendida revolução socialista, claro. Mas vai fazer de tudo para continuar a ser um aparelho financiado com o nosso dinheiro.